ALESSANDRO VIANA
VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga,
SP(Brasil)
A evolução do
Espírito no
reino mineral
No Evangelho
consta a
orientação
segura de Jesus
no sentido de
que Deus
trabalha
incessantemente.
Uma das ações
constantes da
Divindade,
certamente, é a
criação contínua
de princípios
espirituais (o
Espírito nas
suas expressões
iniciais,
somente com a
aquisição da
razão, no reino
hominal, é que
passa a ser
denominado
Espírito, que,
conceitualmente,
é o nome que se
dá aos seres
inteligentes da
criação), uma
vez que,
conforme as
recentes
descobertas
científicas, o
Universo está em
expansão.
A física
quântica
revela-nos que o
espírito, na sua
essência, é
energia pura,
portanto, à
medida que somos
criados por
Deus, inicia-se
a nossa
trajetória
evolutiva no
rumo da
plenitude.
Sabe-se que o
princípio
espiritual é
criado simples e
ignorante, sem
complexidade, de
forma que
estagiará
milhões de anos
nos reinos
inferiores da
criação
(mineral,
vegetal e
animal), onde
desenvolverá
funções mais
complexas e
conquistará a
individualidade,
habilitando-se
para o despertar
da inteligência
e do senso
moral.
Em nosso nível
de evolução,
ainda é para nós
uma incógnita a
forma como Deus
cria o princípio
espiritual, e
como o reino
mineral
aproxima-nos
desse período
inicial da
criação.
Naturalmente
notamos que os
Espíritos
superiores são
muito econômicos
quando tratam
desse assunto,
porque nos
faltam palavras
e conhecimento
para uma
compreensão mais
abrangente.
Certamente, com
o avanço da
ciência, que se
dá em um ritmo
acelerado,
futuramente
teremos mais
orientações
sobre a evolução
do princípio
espiritual no
reino mineral.
A benfeitora
Joanna de
Ângelis, na obra
“Iluminação
Interior”, na
primeira lição
(A Divina
Presença),
assevera que:
”...
Manifestando-se
em sono profundo
nos minerais
através dos
milhões de
milênios,
germina,
mediante
processo de
modificação
estrutural,
transferindo-se
para o reino
vegetal...”.
Nesse mesmo
sentido,
Emmanuel, na
obra “O
Consolador”, diz
que: “A escala
do progresso é
sublime e
infinita. No
quadro exíguo
dos vossos
conhecimentos,
busquemos uma
figura que nos
convoque ao
sentimento de
solidariedade e
de amor que deve
imperar em todos
os departamentos
da natureza
visível e
invisível. O
mineral é
atração. O
vegetal é
sensação. O
animal é
instinto. O
homem é razão. O
anjo é
divindade”.
(Obra citada,
questão nº 79.)
Registre-se que
tais Espíritos,
conforme
mencionaram
Divaldo Franco e
Chico Xavier,
fizeram parte da
equipe de
benfeitores
espirituais que
atuaram na
codificação do
Espiritismo e
revelam seus
compromissos
superiores nos
livros que
ditaram aos
aludidos
médiuns,
portanto, como é
que nós, os
espíritas,
colocamos em
dúvida ou
simplesmente
supomos que
Joanna de
Ângelis e
Emmanuel estão
nos enganando
(desculpem-me a
franqueza, mas é
um desabafo
deste
subscritor, que
estuda o
Espiritismo há
quase 30 anos).
Aliás, não nos
esqueçamos de
que Joanna de
Ângelis foi
Joana de Cusa,
portanto,
imaginemos o
nível de
compromisso que
esse Espírito
tem com o
Cristo. (Vale a
pena ler a
história de
Joana de Cusa na
obra “Boa Nova”,
de Francisco
Cândido Xavier.)
Ademais, o mais
importante é que
as mensagens de
Joanna e
Emmanuel estão
em perfeita
sintonia com a
codificação
espírita,
portanto, com
Allan Kardec,
mesmo quando
afirmam que a
evolução do
princípio
espiritual
inicia-se no
reino mineral.
É sabido que o
mineral é um
corpo natural
sólido e
cristalino
formado pelo
resultado de
processos
físico-químicos
em ambientes
geológicos e
possuem como
características
a cor, o brilho,
a tenacidade, a
dureza, a
clivagem, o
traço, a
densidade e a
tenacidade.
O mineral está
submetido às
forças de
atração e
repulsão, que
terão um efeito
evolutivo sobre
o princípio
espiritual
recém-criado,
notadamente na
sua estrutura
energética
inicial,
conforme
orientação de
Joanna de
Ângelis.
Assim sendo,
percebemos a
exatidão da
informação dos
benfeitores
espirituais
quando, na
questão nº 540
de “O Livro dos
Espíritos”,
dizem que “... É
assim que tudo
serve, tudo se
encadeia na
Natureza, desde
o átomo
primitivo até o
arcanjo, pois
ele sempre
começa pelo
átomo”.
Enfatize-se que
o benfeitor
espiritual
Camilo, na obra
“Nos Passos da
Vida Terrestre”,
no capítulo I,
através da
mediunidade do
confrade José
Raul Teixeira,
além de
ratificar a
informação de
que o princípio
espiritual
desenvolve-se em
contato com as
forças do reino
mineral, ainda
nos esclarece
que o átomo
primitivo
referido na
questão acima é
o átomo da
matéria cósmica
primitiva, ainda
ignorado pelos
estudos humanos.
Vejamos, ainda,
a brilhante
resposta que
consta da
questão nº
607-A, de O
Livro dos
Espíritos,
quando Allan
Kardec pergunta
se a alma foi o
princípio
inteligente dos
seres inferiores
da criação: “Não
dissemos que
tudo se encadeia
na natureza e
tende à unidade?
É nesses seres,
que se está
longe de
conhecer
plenamente, que
o princípio
inteligente se
elabora,
individualiza-se
pouco a pouco, e
ensaia para a
vida. De certa
forma, é um
trabalho
preparatório,
como o da
germinação, em
seguida ao qual,
o princípio
inteligente
sofre uma
transformação e
se torna
Espírito...”.
A questão nº
607-A está
inserida no
capítulo XI, da
2ª parte de O
Livro dos
Espíritos,
que trata dos
reinos
inferiores
(mineral,
vegetal e
animal),
portanto, quando
os Espíritos
superiores
aduzem que é
nesses seres
inferiores da
criação que o
princípio
inteligente se
elabora e
individualiza-se,
incluem,
obviamente, o
reino mineral.
Quando se
utiliza a frase
de que Deus
jamais uniria um
Espírito a uma
pedra (“A
Gênese”,
capítulo XI,
item 10), convém
assinalar que
tal assertiva é
verdadeira,
porque seria um
retrocesso da
evolução que o
Espírito, já no
estágio da
razão, ou que
ainda estivesse
como princípio
espiritual nos
reinos vegetal e
animal, com a
sua estrutura
energética
inicial
elaborada,
tivesse que
regressar ao
reino mineral.
Convém citar a
obra “Evolução
Anímica”, de
Gabriel Delanne,
com o escopo de
compreendermos
um pouco mais o
significado da
evolução do
princípio
espiritual no
reino mineral.
Esse autor, numa
comparação
magnífica, nos
diz que no reino
mineral propicia
a solidez, a
conquista
simbólica da
estrutura óssea
do princípio
espiritual.
(Capítulo II,
item “A Evolução
da Alma”.)
Dessa forma,
dentro de nossa
linguagem ainda
empobrecida,
poderíamos dizer
que Deus cria o
princípio
espiritual, que
se expressa
inicialmente
como um foco de
energia
dispersa, sendo
que no reino
mineral essa
energia se
submeteria à
ação da lei de
atração e
repulsão, que
basicamente gera
a aglutinação da
matéria, a fim
de que possa
conquistar a
solidez, obtendo
uma estrutura
energética mais
individualizada,
no rumo da
complexidade.
É por esse
motivo que
Joanna de
Ângelis fala de
modificação
estrutural, não
obstante nos
faltem
conhecimento e
palavras para
melhor nos
expressarmos
quanto a esse
período
evolutivo do
princípio
espiritual.
Quando falamos
que o princípio
espiritual é um
foco de energia,
obviamente não
se trata de uma
energia
qualquer, porque
no ato da
criação Deus
está gerando
seus filhos, que
povoarão o
Universo, tanto
que na questão
nº 27 de O
Livro dos
Espíritos os
benfeitores
espirituais
revelam que
existem três
coisas que são o
princípio de
tudo, isto é,
Deus, espírito e
matéria -
a trindade
universal.
Na escalada
evolutiva, após
estagiar no
reino mineral,
que apenas
servirá para
questões
estruturais do
princípio
espiritual, este
irá para o reino
vegetal, onde
começará a
desenvolver
funções mais
complexas, pois
já começará a
experimentar as
sensações
rudimentares, a
respiração, a
alimentação, a
sensibilidade e
terá um sistema
nervoso ainda
embrionário,
portanto, estará
submetido a uma
vida mais
organizada, onde
estará presente
a vitalidade.
Após milhões de
anos, estará
habilitado a
ingressar no
reino animal,
onde, através do
instinto,
começará a
desenvolver as
bases da
inteligência,
que permitirá ao
princípio
espiritual
converter-se em
espírito, quando
adquirir a
razão,
permitindo-o o
ingresso no
reino hominal,
não podendo ser
esquecido que há
os elos de
transição entre
esses reinos,
que poderão se
dar em outros
mundos ou nas
regiões
espirituais.
Por esse motivo,
mostra-se
inquestionável e
verídica a frase
de Léon Denis,
na obra “O
Problema do Ser,
do Destino e da
Dor”, a saber:
“Na planta, a
inteligência
dormita; no
animal sonha; só
no homem acorda,
conhece-se,
possui-se e
torna-se
consciente”.
Note-se que Léon
Denis fala da
inteligência e
não do espírito.
Este, sim, dorme
no mineral,
sonha no
vegetal,
agita-se no
animal e acorda
no hominal, numa
representação da
escalada
evolutiva do
espírito, que,
fatalmente,
atingirá a
perfeição
relativa.
Reflitamos sobre
a seguinte
frase: “Deus
prossegue
criando sem
cessar. O Seu
psiquismo dá
nascimento a
verdadeiros
fascículos de
luz, que contêm
em germe toda a
grandeza da
fatalidade do
seu processo de
evolução”.
(Joanna de
Ângelis, na obra
“Iluminação
Interior”, no
capítulo “A
Divina
Presença”.)
Diante do
exposto,
passamos a
compreender a
profunda
assertiva de
João, o
discípulo de
Jesus, quando
diz que “DEUS É
AMOR”, de tal
sorte que somos
expressões do
seu infinito
amor e estamos
destinados à
angelitude,
cabendo-nos a
tarefa de
desenvolver o
“deus interno”
que há dentro de
nós, através da
busca da verdade
e do bem.