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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 238 - 4 de Dezembro de 2011

ANGÉLICA DOS SANTOS SIMONE
angelssimone@gmail.com
São Paulo, SP (Brasil)
 

 Entendendo a Parábola
do Semeador


Para compreendermos o processo evolutivo do Espírito, as lições morais colocam-se como companheiras essenciais em nossa jornada.

Apresentaremos no seguinte texto  algumas apreciações com referência à Parábola do Semeador, ou seja, como o caminho da preparação do Espírito é trilhado para que ele corresponda, de acordo com seu trabalho, às sementes do conhecimento que são semeadas por Jesus. 

Da preparação do terreno

Utilizaremos de todos os elementos que compõem a parábola, trazendo-os à luz da compreensão para acioná-los em nosso dia-a-dia.

A Humildade tem como fonte etimológica o latim húmus, que significa terra. Terra, categoricamente, é aquilo que está embaixo de todos os objetos que compõem a natureza, que está fixo à camada rochosa e é a base onde floresce a vida. Humildade, portanto, é o momento da terra. O humilde (humilis) é aquele que está no chão, que não se ergue. A palavra homem também possui a mesma raiz etimológica.

Faz-se necessário começar os estudos pela própria compreensão da estrutura evolutiva das palavras e como seus usos e significados mudaram durante a história.

Imaginemos então a seguinte situação:

Estamos em frente a um terreno que há muito tempo não é trabalhado, pisamos em um turrão  de terra. O solo está muito compactado (acomodado) e não há qualquer vegetação. Temos a intenção de prepará-lo para o cultivo. Qual a primeira coisa que se deve fazer?

Primeiramente devemos retirar todo o material desnecessário que atrapalhe a modelação dos canteiros: pedras, capins, ervas daninhas etc. Limpar o terreno com as mãos requer muito tempo, para isso temos algumas ferramentas que poderão ajudar, mesmo porque depois precisaremos descompactar (desacomodar) o solo.

Nesta primeira etapa, queremos dizer que nós permanecemos estagnados durante muito tempo de nossas vidas sem qualquer alteração de nossas emoções, condutas e pensamentos, com parcial ou total indiferença em relação ao mundo e às pessoas que nos rodeiam. Talvez isso ocorra por conta da facilidade que se tem ao compactar as emoções e os pensamentos (como fazemos com nossas roupas no armário), pois remexê-los demandará arrumá-los. Tal situação gera um gasto de energia que nos incomoda, pois toda transformação, toda reforma gera incômodo. É uma sensação biológica natural.

Para tanto, usaremos uma ferramenta que tem a mesma função do rastelo e se chama Resignação. Com ela, iremos desenraizar os pensamentos danosos, as mágoas empedradas, os rancores apodrecidos e demais emoções negativas que criaram raízes profundas em nosso Espírito com o passar do tempo.

O rastelo da resignação fez o seu trabalho de puxar tudo que é inútil e atravanca o desenvolvimento de nossas plantinhas. Agora podemos empregar a enxada da Meditação; com ela iremos lavrar as emoções mais antigas e que ainda insistem em permanecerem enraizadas, são aquelas que de tão antigas produziram outras e mais outras, aquelas onde as raízes formam casulos e que são mais difíceis de serem removidas. Com isso, também estaremos descompactando o solo, o turrão em que pisávamos, com esta ferramenta, será todo remexido e esmiuçado para confirmar a ausência de qualquer elemento que atrapalhe a nossa plantação.

Estamos com o nosso solo remexido, com as ervas daninhas e pedras espalhadas na superfície onde o sol poderá vê-los melhor. Esta é a fase de selecionarmos e analisarmos o histórico emocional que ora está colocado para fora na presença da luz (consciência), de forma que podemos melhor analisá-los e separá-los para dar-lhes outra destinação.   

Assim, a pá do Perdão começará a averiguar cada emoção, cada pensamento colocando-os no monte ao lado do canteiro onde se agruparão os erros cometidos e que não perdoamos. Neste momento, o processo de meditação precisa do auxílio da resignação, para que as lembranças não gerem revoltas e, do perdão, para que compreendamos que somos passíveis de cometer erros. Estamos no processo da Reforma Íntima.

Quando eu trago as minhas emoções, sentimentos e pensamentos para a luz da consciência, eu consigo enxergá-los mais facilmente, assim podendo melhor analisá-los e tratá-los com o devido respeito e compreensão, pois o lavrador compreende o solo e sabe que para ele oferecer o campo ideal ao cultivo precisa passar por várias etapas que exigirão tempo, o tempo do Espírito, e este tempo é diferente para cada pessoa, assim como para cada tipo de solo.

Acima do tempo dos homens está o tempo de Deus, e este é eterno e ideal. Esta fase é muito delicada, pois ainda não somos humildes para lidarmos com nossas próprias memórias. Julgamo-nos constantemente, como se existisse um mestre invisível cobrando-nos uma conduta digna de deuses, que em sua perfeição alcançaram-na naturalmente e não a passos largos. O retorno às atividades não cumpridas (reencarnação) é o resultado do atalho que escolhemos como o caminho mais fácil e rápido para se chegar à iluminação.

Desta maneira, tal tarefa não pode ser cumprida por outra pessoa. Não há Espírito neste universo que possa lidar com as nossas memórias e com os nossos projetos que se desviaram por um momento. Apesar de vivermos em uma sociedade hipócrita que prega uma moral a qual não cumpre e que também não admite erros, como primeiro aprendizado, o erro leva ao acerto, portanto, todo erro admite uma nova oportunidade de tentativa, a lei da reencarnação. Temos que saber o que é do homem (mutável) e o que é de Deus (imutável), este, Jesus nos explicou muito bem.

O perdão passa a ser, então, a ferramenta essencial que possibilita um recomeço, mas para exercê-lo é preciso ser humilde, ou, praticar a humildade até que ela seja parte de nossas virtudes, que ela se enraíze em nós. Assim como o sentimento de amor, o perdão é um estado mental que emana suas respectivas ondas mentais de proteção; tais ondas cumprirão a sua tarefa, qual seja a de romper, de quebrar, de furar todas as energias negativas (geradas das emoções), estagnadas em nós. Jesus nos ensina a controlarmos a nossa mente através da paciência e da resignação, tranquilizando o nosso Espírito e aguardando as orientações do mais alto para continuarmos com a nossa jornada no caminho da luz.

Perdoar é, portanto, limpar o nosso terreno. Este terreno, após a sua limpeza e descompactação, está aberto e sensível aos próximos passos do lavrador. 


Angélica dos Santos Simone é geógrafa e mestranda em Geografia Física pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita