FRANCISCO
REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, RJ (Brasil)
A paciência
“Bem-aventurados
os pacíficos
porque serão
chamados
filhos de Deus.” - ( Mateus, 5-9.)
A paciência deve
ser entendida
como uma ciência
de paz; é por
isso que os
pacíficos serão
bem-aventurados,
pois trabalham
com fé,
confiança e
absoluta certeza
de que a
mensagem
consoladora do
Cristo se
consolidará mais
cedo ou mais
tarde no mundo,
malgrado o
desejo de muitos
e a má vontade
de outros
tantos, e
merecerão então
ser chamados de
filhos de Deus
por terem
favorecido de
todas as
maneiras
possíveis e com
o emprego de
seus maiores e
melhores
esforços no
trabalho de
pacificação dos
corações
humanos,
favorecendo
dessa forma a
implantação da
Paz na Terra.
A verdadeira Paz
é conquista do
Espírito
imortal, e não
pode ser
corroída pela
ação da
ferrugem, não
tem que temer as
traças e nem os
ladrões, pois
nada poderá
levá-la a
desaparecer do
imo daquele que
já a abriga em
seu interior,
que dela fará
uso de maneira
natural em seu
procedimento
normal.
E tantos quantos
já a
consolidaram em
suas ações
diárias
exteriorizam-na
em forma de
paciência e
compreensão para
com aqueles que
se situam em
condição
inferior em
termos morais,
transmitindo-lhes
a Paz que lhes
domina as
emoções e
sentimentos, de
forma tão
simples em seus
métodos de
não-violência em
suas ações,
buscando agir
sempre de forma
equilibrada,
amorosa e
respeitosa para
alcançarem seus
nobres
objetivos.
A conquista da
Paciência só é
possível pelo
esforço
despendido pelo
Espírito no
trabalho
incessante de
autoiluminação,
pelo
autoconhecimento,
pelos estudos
dos postulados
cristãos que lhe
proporciona
reconhecer
inicialmente que
precisa
conhecer-se a si
mesmo, para ver
suas
deficiências e
necessidades,
buscando
corrigir em si o
que não está de
acordo com o que
seu Mestre lhe
ensinou
exemplificando,
no resumo que
fez de todas as
Leis e os
Profetas em:
“Amar a Deus
sobre todas as
ciosas e ao
próximo como a
si mesmo”, só a
partir daí
poderá o cristão
dedicar-se ao
efetivo
exercício da
caridade,
procurando
ajudar a quantos
lhe seja
possível, com
carinho, bondade
e, acima disso,
com muita
perseverança e
equilíbrio.
No trabalho
inicial e
paciente de
burilamento
interior, pouco
a pouco se
aprimora o servo
do Cristo,
passando a
perceber certos
tipos de
sofrimentos que
nem sempre estão
tão visíveis aos
olhos humanos,
pois fazem parte
das dores morais
da criatura,
quase
imperceptíveis,
mas que
representam
espinhos
dilaceradores
que martirizam e
infelicitam
inúmeras almas.
Algumas dessas
criaturas estão
tão descrentes
da vida, e da
Justiça
Superior, que se
tornam
agressivas,
desrespeitosas,
intoleráveis,
dificultando em
muito a ação dos
que se dedicam a
ajudá-los,
exigindo por
isso mesmo a
presença dos
Pacíficos a
que se referia
Jesus, pois só
estes podem
realmente
prestar-lhes
adequada ajuda.
Outros tantos,
encolerizados
com tudo e com
todos, estão a
constituir um
exército a
exigir provas de
dedicação e
amor, de tantos
quantos se
apresentem como
servos da Boa
Nova,
representantes
da caridade em
nome de Jesus,
que terão de se
superar para
lograr êxito no
trabalho de
fraternidade com
esses irmãos em
humanidade que,
por se acharem
doentes, mais
necessitados se
fazem de
compreensão e
Paciência.
Não é fácil a
tarefa de
atender o
desespero e a
revolta do
outro, quando
não se tenha
passado por
experiências
semelhantes, que
representam uma
variedade enorme
de fatores
causadores de
dores e
infortúnios, a
exigir do
servidor fiel do
seu Mestre que
compareça para o
trabalho de
ajuda ao
necessitado,
munido de toda a
paciência,
compreensão e
amor, acrescidos
do desejo de ser
útil instrumento
do bem nas mãos
dos divinos
emissários do
Mais Alto.
Em O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
acha-se uma
linda mensagem
da qual
retiramos alguns
trechos para
nossa melhor
compreensão,
conforme segue:
(...) “Sede
pacientes. A
paciência também
é uma caridade e
deveis praticar
a lei de
caridade
ensinada pelo
Cristo, enviado
de Deus. A
caridade que
consiste na
esmola dada aos
pobres é a mais
fácil de todas.
Outra há, porém,
muito mais
penosa e,
conseguintemente,
muito mais
meritória: a
de perdoarmos
aos que Deus
colocou em nosso
caminho para
serem
instrumentos do
nosso sofrer e
para nos porem à
prova a
paciência”.
(...) “Coragem,
amigos! Tendes
no Cristo o
vosso modelo.
Mais sofreu ele
do que qualquer
de vós e nada
tinha de que se
penitenciar, ao
passo que vós
tendes de expiar
o vosso passado
e de vos
fortalecer para
o futuro. Sede,
pois, pacientes,
sede cristãos.
Essa palavra
resume tudo.
– Um
Espírito amigo.
(Havre,
1862.)”
A paciência
nesse trabalho
torna-se
imprescindível
fator de êxito,
pois ela
encoraja seu
portador,
equipando-o com
as necessárias
ferramentas para
enfrentar
quaisquer
situações, pois
estará tomado
pela Ciência da
Paz, que o
pacifica e lhe
dá a certeza
absoluta do
auxílio de Deus
na presença
amiga dos Bons
Espíritos a
envolvê-lo.
Foi precisamente
neste mister que
o Mestre de
Nazaré tornou-se
um desafio que
não pode ser
desconsiderado
em momento algum
por seu digno
Discípulo, pois
ELE se
transformou no
exemplo maior a
ser seguido por
quem pretender o
alvitre divino
de espalhar por
todo o planeta
as benesses da
Paz, que tanto
apregoamos e que
bem poucos de
nós trabalhamos
por implantá-la.
As propostas de
Jesus merecem
estudos sérios e
acurados de
ateus, cépticos,
ou religiosos de
qualquer
corrente cristã,
pois todos
reconhecem em
sua justiça
social algo
irretocável e,
em seu amor por
todos, algo
incomum, que o
homem da Terra
ainda não
conseguiu
aquilatar.
O Verdadeiro
Cristão tem em
Deus sua Meta,
em Jesus o Meio
único de ir a
seu Pai Criador
e, na vida
diária, o
caminho que ele
iluminou com sua
mensagem
consoladora e
esclarecedora
contida no seu
Evangelho de
luz, para que,
seguindo os
ensinamentos e
exemplos ali
contidos, todos
possamos
encontrar a tão
sonhada Paz
interior que nos
impulsionará o
crescimento em
direção à Fonte
Maior geradora
da verdadeira
Paz e da
duradoura
Felicidade.
Bibliografia:
Kardec, Allan. O
Evangelho
segundo o
Espiritismo, FEB
- 115ª Edição,
Cap. IX item 7.