PEDRO
DE ALMEIDA LOBO
lobocmemtms@terra.com.br
Campo Grande, MS
(Brasil)
Será que é fácil
acreditar?
No dia 25 de
dezembro a família
cristã comemora,
cada qual à sua
maneira, o
nascimento do homem
chamado Jesus, filho
de José e Maria.
Analisando os fatos
narrados sobre esse
marcante
acontecimento, sem
ideias
preconcebidas,
achismos e fanatismo
religioso, não é
difícil encontrar
pontos
controvertidos na
história.
José, marido de
Maria de Nazaré, era
natural de Belém de
Judá. Herodes, o
grande rei dos
judeus determinara
que fosse realizado
um recenseamento do
povo. Todavia,
apenas os homens
seriam recenseados
e, além disso, na
cidade onde haviam
nascido, razão pela
qual José teve que
se deslocar de
Nazaré, onde
residia, para Belém,
levando consigo sua
esposa grávida,
preste a “dar à
luz”.
Para ele seria unir
o legal (ser
recenseado) ao útil
e agradável: levar
Maria para conhecer
seus familiares.
Entretanto, não foi
ele recebido pelos
parentes, amigos e
companheiros. Teve
que agasalhar sua
mulher gestante,
dependente de
cuidados especiais,
numa gruta, ou, como
outros dizem, numa
estrebaria.
Aqui começam os
contraditórios, por
conta do “será?”.
Será que
José era tão
ingênuo, ignorante
ou irresponsável
para obrigar aquela
mulher a viajar
alguns quilômetros,
sabendo que estava
arriscada, a
qualquer hora, a
“ganhar o neném”?
Os pais de José eram
judeus. Esse povo
primava pela
família. Eles
estavam prestes a
serem avós. Quem é
avô ou avó sabe
quanto os netos lhes
são caros.
Será que
José não era persona
grata na família, a
ponto dos seus
genitores repudiarem
sua esposa e o
futuro filho?
Será que
não havia ninguém na
cidade para
agasalhar por uma
noite as duas
pessoas vindas de
tão longe?
Será que
nos locais descritos
onde aparecem
animais irracionais
eles não
estranhariam a
presença daquelas
pessoas?
Será que
é fácil acreditar
nessa história?
Acreditar é muito
simples. O difícil é
crer.
Por quê?
Acreditar é dar
crédito por ouvir
dizer, sem analisar
criteriosamente os
fatos dentro da
ciência, do
aceitável e do bom
senso, sem
subestimar a
inteligência, como
acontece com os
dogmas religiosos.
Acredita-se por
acreditar, sem
contestar.
Crer é acreditar
naquilo que é
axiomático.
Pelas clarividências
dos fatos, eles
necessitam ser
pesquisados para
serem provados.
Será que essa
história, depois dos
contraditórios
evidenciados,
resiste a uma
análise criteriosa?
Será que...?