FRANCISCO CASTRO
DE SOUSA
castroadv@bol.com.br
Fortaleza, CE
(Brasil)
Ciência
convencional x
ciência espírita
– um ponto de
vista
Vez por outra
encontramos
espíritas
estudiosos com a
ideia de que é
preciso fazer
uma revisão na
Codificação
Kardeciana, que
Kardec está
ultrapassado, e
de que é preciso
adequar a
Doutrina
Espírita aos
novos avanços da
ciência.
Perguntamos: a
ciência
convencional
estará
habilitada para
esse mister? Os
espíritas, por
mais estudiosos
que sejam, terão
essa
competência?
Calma, é preciso
muita calma!
Vejamos a
questão pelo
ângulo da
Ciência. Na
introdução de “O
Livro dos
Espíritos”,
Allan Kardec faz
um paralelo
entre a ciência
convencional e a
ciência
espírita,
concluindo com
muita
propriedade:
“A ciência
propriamente
dita é, pois,
como ciência,
incompetente
para se
pronunciar na
questão do
Espiritismo: não
tem que se
ocupar com isso
e qualquer que
seja o seu
julgamento,
favorável ou
não, nenhum peso
poderá ter”.
Pode parecer
arrogante essa
afirmação de
Kardec, mas, se
refletirmos bem,
ela é
absolutamente
verdadeira. A
ciência
convencional e a
ciência espírita
se ocupam de
objetos
diferentes,
a primeira cuida
da matéria e a
outra do
espírito.
Podemos
perguntar:
haverá um ponto
comum entre as
duas? Na questão
nº. 22, de “O
Livro dos
Espíritos”, em
resposta à
pergunta de
Kardec sobre
como se poderia
definir a
matéria, os
Espíritos assim
se pronunciam:
“A matéria é
o laço que
prende o
Espírito; é o
instrumento de
que este se
serve e sobre o
qual, ao mesmo
tempo, exerce a
sua ação”, o
que nos leva a
concluir que
o objeto da
ciência espírita
exerce grande
influência sobre
o objeto da
ciência
convencional
- esse é o ponto
comum entre as
duas. Portanto,
à ciência
convencional,
que cuida da
matéria, será de
grande valia os
conhecimentos
que possa
adquirir sobre o
Espírito, objeto
da ciência
espírita.
Para reforçar
essa conclusão,
o Mednesp-2005
trouxe uma
excelente
contribuição,
conforme
publicado no
Jornal Correio
Fraterno –
edição
julho/agosto de
2005, citando o
Presidente da
AME – Santos,
Dr. Décio
Iandoli:
“enquanto o
número de
pesquisas em uma
das bases de
dados
científicas mais
importantes na
área médica –
National Library
of Medicine –
aumentou em
quatro vezes no
período de 1999
a 2003, as
buscas focadas
no novo
paradigma
espiritualista
cresceram 20
vezes no mesmo
período, o que
evidencia os
novos rumos da
ciência”.
Como se vê, é a
ciência
convencional que
se aproxima da
ciência espírita
e não o
contrário!
Vejamos agora a
questão pelo
ângulo dos
espíritas que se
arvoram no papel
de revisores. No
livro “A
Gênese”,
Cap. I, item nº.
13, ed. FEB,
Allan Kardec diz
o seguinte:
“(...) o que
caracteriza a
revelação
espírita é o ser
divina a sua
origem e da
iniciativa dos
Espíritos, sendo
a sua elaboração
fruto do
trabalho do
homem”.
Perguntamos o
que levaria
alguém a supor
que, em uma
hipotética
necessidade de
revisão da
Doutrina, os
Espíritos
Superiores, que
dirigiram a sua
elaboração,
passariam essa
iniciativa aos
Espíritos
encarnados que
habitam esse
planeta de
expiações e
provas? Não é
muita pretensão
conceber tal
inversão?
Reflitamos
nisso! O
Espírito
Joanna de Ângelis
teria se
enganado quando
disse que a
Codificação
Kardeciana
permanece
“insuperável e
de profunda
momentaneidade”?
Bezerra de
Menezes,
Espírito,
estaria enganado
quando afirmou
no cenáculo da
FEB, em mensagem
psicofônica
através do
médium Divaldo
Pereira Franco,
que a
Codificação
“É O ALFABETO DA
NOVA ERA?”
Será que essa
Nova Era já
passou? Pergunta
que deixo para
nossa reflexão.