MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
12)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. A partir de seu
ingresso no chamado
reino hominal, o
Espírito passa a exercer
influência direta na
construção de seu corpo
material?
Sim. Chegado ao reino
humano, o Espírito,
entregue ao comando da
própria vontade,
determina com a simples
presença ou influência,
no campo materno, os
mais complexos fenômenos
endomitóticos no
interior do ovo,
edificando as bases de
seu próprio destino, no
estágio da existência
cujo início o berço
assinala.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. VII, pp. 56 e 57.)
B. Que diz André Luiz a
propósito das leis da
afinidade e da
hereditariedade?
Hereditariedade e
afinidade no plano
físico e no plano
extrafísico,
respectivamente, são
leis inelutáveis, sob as
quais a alma se
diferencia para a Esfera
Superior, por sua
própria escolha,
aprendendo com larga
soma de esforço a
reger-se pelo bem
invariável, que, em lhe
assegurando equilíbrio,
também lhe confere poder
sobre os fatores
circunstanciais do
próprio ambiente, a fim
de criar valores mais
nobres para os seus
impulsos de perfeição.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. VII, pp. 57 e 58.)
C. Tem o Espírito o
direito de alterar
determinadas disposições
concernentes à lei da
hereditariedade?
De conformidade com o
grau evolutivo a que
tenha chegado, sim. Pode
então a criatura,
conquanto se submeta à
lei da hereditariedade,
ter o direito de
alterar-lhe as
disposições fundamentais
até um ponto não
distante do limite
justo, segundo o
merecimento de que
disponha.
(Evolução em
dois Mundos, Primeira
Parte, cap. VII, pág.
58.)
Texto para leitura
45. Arquivo dos
reflexos condicionados
- Através dos estágios
nascimento-experiência-morte-experiência-renascimento,
nos planos físico e
extrafísico, as
crisálidas de
consciência, dentro do
princípio de repetição,
respiram sob o sol como
seres autótrofos no
reino vegetal, onde as
células, nas espécies
variadas em que se
aglutinam, se reproduzem
de modo absolutamente
semelhante. Nesse
domínio, o princípio
inteligente, servindo-se
da herança, e por
intermédio das
experiências
infinitamente
recapituladas,
habilita-se à
diferenciação nos
flagelados – animais
unicelulares que possuem
filamentos móveis que
servem de órgãos
locomotores –,
ascendendo
progressivamente à
diferenciação maior na
escala animal, onde o
corpo espiritual, à
feição de protoforma
humana, já oferece
moldes mais complexos,
diante das reações do
sistema nervoso, eleito
para sede dos instintos
superiores, com a
faculdade de arquivar
reflexos condicionados.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. VII, pp. 55 e 56.)
46. Construção do
destino - Sofrem
as células
transformações
profundas, porque o
elemento espiritual deve
agora viver como ser
alótrofo, somente
conseguindo manter-se
com o produto de
matérias orgânicas já
elaboradas. Com a
passagem do tempo, e sob
a inspiração dos
Arquitetos Espirituais
que lhe orientam a
evolução da forma,
avança na rota do
progresso, plasmando
implementos novos no
veículo de expressão.
Entre a esfera terrena e
a esfera espiritual,
adquire os orgânulos
particulares com que
passa a atender variadas
funções entre os
protozoários, como
sejam, os vacúolos
pulsáteis para a
sustentação do
equilíbrio osmótico e os
vacúolos digestivos para
o equilíbrio da
nutrição. Nos
metazoários conquista um
carro fisiológico,
estruturado em aparelhos
e sistemas constituídos
de órgãos, que, a seu
turno, são formados de
tecidos, compostos por
células em complicado
regime de diferenciação,
e, passando por longas e
porfiadas metamorfoses,
atinge o reino hominal,
em que os gametas se
erigem, especializados e
seguros, no aparelho de
reprodução, com
elementos e recursos
característicos para o
homem e para a mulher,
no imo do centro
genésico, entre os
aparelhos de metabolismo
e os sistemas de
relação. No ato da
fecundação reúnem-se os
pronúcleos masculino e
feminino, mesclando as
unidades cromossômicas
paternas e maternas, a
fim de que o organismo,
obedecendo à repetição
na lei da
hereditariedade, se
desenvolva, dentro dos
caracteres genéticos de
que descende; mas agora,
no reino humano, o
Espírito, entregue ao
comando da própria
vontade, determina com a
simples presença ou
influência, no campo
materno, os mais
complexos fenômenos
endomitóticos no
interior do ovo,
edificando as bases de
seu próprio destino, no
estágio da existência
cujo início o berço
assinala. (Evolução
em dois Mundos, Primeira
Parte, cap. VII, pp. 56
e 57.)
47.
Hereditariedade e
afinidade - Nas
épocas remotas eram os
Semeadores Divinos que
guiavam a elaboração das
formas, traçando
diretrizes ao mundo
celular, em favor do
princípio inteligente,
então conduzido ante a
sociedade espiritual
como a criança
irresponsável ante a
sociedade humana.
Contudo, à medida que
seu conhecimento se
alteia, passa ele a
responsabilizar-se por
si mesmo, pavimentando o
caminho que o investirá
na posse da Herança
Celestial no regaço da
Consciência Cósmica. Com
alicerces na
hereditariedade, toma a
forma física e se
desvencilha dela, para
retomá-la em nova
reencarnação, capaz de
elevar-lhe o nível
cultural ou moral,
quando não seja para
refazer tarefas que
deixou viciadas ou
esquecidas na
retaguarda. Ligado
inevitavelmente aos
princípios de sequência,
ele é, porém, compelido
a renascer na Terra, ou
a viver além da morte,
com raras exceções,
entre os seus próprios
semelhantes, porquanto
hereditariedade e
afinidade no plano
físico e no plano
extrafísico,
respectivamente, são
leis inelutáveis, sob as
quais a alma se
diferencia para a Esfera
Superior, por sua
própria escolha,
aprendendo com larga
soma de esforço a
reger-se pelo bem
invariável, que, em lhe
assegurando equilíbrio,
também lhe confere poder
sobre os fatores
circunstanciais do
próprio ambiente, a fim
de criar valores mais
nobres para os seus
impulsos de perfeição.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. VII, pp. 57 e 58.)
48. Geometria
transcendente -
Chegada a essa
eminência, a criatura
submete-se à lei da
hereditariedade, com o
direito de alterar-lhe
as disposições
fundamentais até um
ponto não distante do
limite justo, segundo o
merecimento de que
disponha. Para ajudar
aos semelhantes na
escalada a mais amplas
aquisições na senda
evolutiva, recolhe,
assim, concurso precioso
dos Organizadores do
Progresso, na mitose do
ovo que lhe facultará
novo corpo no mundo, de
vez que toda permuta de
cromossomos, no vaso
uterino, está
invariavelmente
presidida por agentes
magnéticos ordinários ou
extraordinários,
conforme o tipo da
existência que se faz ou
refaz, com as chaves da
hereditariedade
atendendo aos seus fins.
Eis por que,
interpretando os
cromossomos à guisa de
caracteres em que a
mente inscreve, nos
corpúsculos celulares
que a servem, as
disposições e os
significados dos seus
próprios destinos,
caracteres que são
constituídos pelos
genes, como as linhas
são formadas de pontos,
genes aos quais se
mesclam os elementos
chamados bióforos, e
tomando os bióforos,
nesses pontos, como
sendo os grânulos de
tinta que os colorem,
será lícito comparar os
princípios germinativos,
nos domínios inferiores,
aos traços da Geometria
elementar, que apenas
cogita de linhas e
figuras simples da
evolução, para
encontrar, nesses mesmos
princípios, nos domínios
superiores da alma, a
Geometria transcendente,
aplicada aos cálculos
diferenciais e integrais
das questões de causa e
efeito. (Evolução em
dois Mundos, Primeira
Parte, cap. VII, pág.
58.)
Glossário:
Alótrofo:
que não é capaz de
produzir seu próprio
alimento orgânico.
Autótrofo:
vegetal capaz de
produzir seu próprio
alimento orgânico, a
partir de substâncias
simples e de uma fonte
de energia, comumente a
luz solar.
Bióforo:
o menor corpo de matéria
capaz de ter vida, e que
pode ser identificado
com os grânulos visíveis
da cromatina.
Endomitótico:
relativo à endomitose,
divisão celular em que
os cromossomos se
dividem sem a divisão do
núcleo, ao contrário da
mitose normal.
Gene:
partícula cromossômica
pela qual se transmitem
os caracteres
hereditários. Cromossomo
é uma estrutura presente
no núcleo da célula,
facilmente corável.
Metazoário:
animal de corpo
constituído por
numerosas células, em
geral formando tecidos
especializados. É o
grupo de todos os
animais pluricelulares.
Mitose:
divisão celular em que o
núcleo forma
cromossomos, e estes se
bipartem produzindo dois
núcleos com o mesmo
patrimônio original.
Protozoário:
designação dos animais
unicelulares (uma só
célula), que constituem
um grande subreino,
tendo como representante
a ameba.
Nota:
Muitos termos técnicos
usados na obra em estudo
não se encontram nos
dicionários que
comumente consultamos.
Clicando no link abaixo,
o leitor terá acesso ao
texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
http://www.OCONSOLADOR\linkfixo\estudosespiritas\andreluiz\Elucidario.pdf