No programa “Pinga-fogo”
levado ao ar pela TV Tupi,
canal 4, em julho de 1971,
Chico é questionado sobre
homossexualismo e sua
resposta, para nós
espíritas, com certeza
continua atualizadíssima,
servindo até mesmo como base
para nossa posição sobre o
tema perante a sociedade
contemporânea.
O entrevistador dirige-se a
Chico apresentando uma
pergunta feita por uma
espectadora do programa.
Vejamos como foi:
Almyr Guimarães:
Chico, tem aqui uma pergunta
de dona Maria Lúcia Silva
Gomes.
Pergunta: Como se explica o
homossexualismo e a
perturbação no comportamento
sexual à luz da doutrina
espírita?
Chico Xavier: Temos
tido alguns entendimentos
com Espíritos amigos e
notadamente com Emmanuel a
esse respeito.
O homossexualismo, tanto
quanto a bissexualidade ou
bissexualismo como a
assexualidade são condições
da alma humana. Não devem
ser interpretados como
fenômenos espantosos, como
fenômenos atacáveis pelo
ridículo da humanidade.
Tanto quanto acontece com a
maioria que desfruta de uma
sexualidade dita normal,
aqueles que são portadores
de sentimentos de
homossexualidade ou
bissexualidade são dignos do
nosso maior respeito. E
acreditamos que o
comportamento sexual na
humanidade sofrerá de futuro
revisões muito grandes,
porque nós vamos catalogar,
do ponto de vista da
ciência, todos aqueles que
podem cooperar na procriação
e todos aqueles que estão
numa condição de
esterilidade.
A criatura humana não é só
chamada à fecundidade
física, mas também à
fecundidade espiritual.
Quando geramos filhos,
através da sexualidade dita
normal, somos chamados
também à fecundidade
espiritual, transmitindo aos
nossos filhos os valores do
espírito de que sejamos
portadores.
Não nos referimos aqui aos
problemas do desequilíbrio
nem aos problemas da chamada
viciação nas relações
humanas. Estamos nos
referindo a condições da
personalidade humana
reencarnada, muitas vezes
portadora de conflitos que
dizem respeito seja à sua
condição de alma em prova ou
à sua condição de criatura
em tarefa específica.
De modo que o assunto
merecerá muito estudo e
poderemos voltar a ele em
qualquer tempo que formos
convidados... Porque nós
temos um problema em matéria
de sexo na humanidade, que
precisaríamos considerar com
bastante segurança e
respeito recíproco.
Se as potências do homem na
visão, na audição, nos
recursos imensos do
cérebro... nos recursos
gustativos, nas mãos, na
tatilidade com que as mãos
executam trabalhos manuais,
nos pés; se todas essas
potências foram dadas ao
homem para a educação, para
o rendimento no bem, isto é,
potências consagradas ao bem
e à luz em nome de Deus,
seria o sexo, em suas várias
manifestações, sentenciado
às trevas?