ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
A solidariedade
O filósofo grego
Aristóteles, que
viveu de 384 a 322
antes de Cristo,
disse que
“o homem é um
animal social”,
isto é, ele não
basta a si
mesmo, ele nasceu para
conviver com o
semelhante.
Alguns séculos
depois, Jesus
mostrou a força
da união, quando
escolheu doze
Apóstolos, para
ajudá-LO na sua
missão e dar
continuidade à
sua tarefa.
No século 19,
Fénelon (Espírito), no item
10 do primeiro
capítulo (Não
vim destruir a
Lei), de O
Evangelho
segundo o
Espiritismo, confirma:
“Porque vós sois
o grão de
areia, mas
sem os grãos de
areia não
haveria as
montanhas.
Assim, portanto,
que estas
palavras: ‘Nós
somos pequenos’,
não tenham
sentido para
vós. A cada um a
sua missão, a
cada um o seu
trabalho. A
formiga não
constrói o seu
formigueiro, e
animaizinhos
insignificantes
não formam
continentes?...”
E no capítulo
Lei de
Sociedade, do
Livro Terceiro
(As Leis Morais)
de O
Livro dos
Espíritos, Allan
Kardec explica
que:
Nenhum homem
dispõe de
faculdades
completas e é
pela união
social que eles
se completam uns
aos outros, para
assegurar seu
próprio
bem-estar e
progredir. Eis
por que, tendo
necessidade uns
dos outros, são
feitos para
viver em
sociedade e não
isolados.
Esta explicação
de Kardec vem
depois da
resposta à
pergunta que ele
fez aos
Espíritos,
registrada na
questão 768:
“O homem, ao
buscar a
sociedade,
obedece apenas a
um sentimento
pessoal ou há
também nesse
sentimento uma
finalidade
providencial de
ordem geral?”
Resposta: “O
homem deve
progredir, mas
sozinho não o
pode fazer
porque não
possui todas as
faculdades;
precisa do
contato dos
outros homens.
No isolamento,
ele se embrutece
e se estiola”.
A sociabilidade
é uma tendência
natural e
obedece ao
imperativo da
Lei do
Progresso. É na
vida de relação
que o homem se
desenvolve,
enriquece-se e
satisfaz os
anseios de
compartilhar que
caracterizam a
natureza do seu
Espírito. É na
vida social que
se revela a
essência divina
que habita o
Espírito humano.
Dentro destes
conceitos,
surge a
solidariedade,
que só pode ser
exercida pelos
que não vivem
somente para si.
É uma palavra
que assusta os
egoístas, porque
impõe a
mobilização de
recursos em
favor do
próximo.
Ser solidário é
sentir
necessidade
íntima de
partilhar alguma
coisa com o
próximo. A
solidarização é
o sentimento de
identificação
com os problemas
dos outros, que
leva as pessoas
a se ajudarem
mutuamente. É o
compromisso pelo
qual nos
sentimos na
obrigação de
ajudar-nos uns
aos outros.
Neste ponto, a solidariedade
espírita projeta-se
no plano social
geral da
comunidade
espírita através
dos Grupos, Centros
e Instituições
Espíritas, envolvendo
todas as
criaturas,
protegendo-as,
amparando-as,
estimulando-as em
suas lutas e
necessidades
diárias,
procurando
ajudá-las sem
nada pedir em
troca, nem mesmo
a simpatia
doutrinária,
pois quem ajuda
não tem o
direito de impor
coisa alguma.
A Lei de
Sociedade
impulsiona o
homem à
comunhão, à
solidariedade. E
ao amor,
centelha divina
que todos,
sem exceção, têm
no fundo do
coração, haja
vista que um
homem, por mais
vil que seja,
vota a alguém, a
um animal ou a
um objeto
qualquer, viva e
ardente afeição.