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Um minuto com Chico Xavier
Ano 5 - N° 251 - 11 de Março de 2012
JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil)

 

Quando iniciamos esta coluna, ainda no jornal “O Imortal”, há muitos anos, escolhemos este nome exatamente porque líamos trechos da vida de pessoas que descreviam pouquíssimos momentos ao lado de Chico e com aprendizados muito profundos, que calavam indelevelmente na alma de cada um.

Vou dar exemplo disso neste ensinamento que tirei durante alguns poucos minutos ao lado de Chico.

O calor quase insuportável não impediu que uma multidão se aglomerasse naquele terreno abandonado, em um bairro distante da cidade de Uberaba. Caravanas e carros de origens diferentes do Brasil ali se encontravam para ver e, se possível, ouvir o fiel discípulo de Jesus vivendo a pureza de seu evangelho à luz do Espiritismo.

Em um pequeno canto daquele espaço simples, ao relento, ao lado de um muro do terreno vizinho, uma singela cobertura dava proteção a um pequeno pedaço de chão, talvez uns seis metros quadrados. Ali, na única sombra que existia, um banco tosco de madeira, para umas cinco pessoas no máximo.

Entregaram a Chico um livro. Era “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Nesse instante lembrei-me de que nós, espíritas, havíamos adotado um velho hábito judeu de abrir ao acaso uma página de um livro de mensagem, crendo que a mensagem seria a mais adequada para o momento. Mas, claro, para nós não é uma crença sem fundamento. A Doutrina Espírita nos mostra como os Espíritos interferem em nossas vidas e quanto eles podem fazer para nos ajudar. Portanto, não está errado crer que eles nos ajudariam a abrir a página ideal. Só que nós, aqueles que não vemos e nem ouvimos as entidades amigas, fazemos de modo intuitivo e, não raras vezes, tomamos a obra escolhida em nossas mãos e a abrimos de forma abrupta, súbita, como quem arrisca acertar a página sugerida.

Estávamos ali, diante de Chico, que vê e que ouve os Espíritos benfeitores. Como ele faria?

Aguardamos atentos aqueles segundos diante das atitudes do médium mineiro. Ele pacientemente manuseou o livro. Parecia balbuciar algo, como quem conversa com alguém muito discretamente. Começa a folhear página por página, lentamente... Vai adiante, nos capítulos, volta calmamente... E, só então, depois de estar certo da mensagem sugerida pelos benfeitores, oferta-a a alguém que passa a lê-la para comentários posteriores.

Sei que esta história parece pequena perto de tantas grandiosas sobre a vida do medianeiro do Cristo. Mas, para mim, que estive aquele minuto ao lado de Chico, nunca mais abri uma página para leitura com a velocidade que antes eu usava. Hoje, primeiro seguro o livro, depois pergunto-me onde os benfeitores gostariam que eu o abrisse: no começo, no meio ou no fim? Depois, calmamente, naquele setor escolhido, vou folheando, às vezes olhando capítulo por capítulo, até ter a certeza da mensagem sugerida.

Ao lado de Chico, cada minuto é um minuto de ensinamento a ser aproveitado.




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita