LEONARDO MARMO
MOREIRA
leonardomarmo@gmail.com
São José dos
Campos, SP (Brasil)
O fim do mundo e
os ETs nas
reuniões
mediúnicas
Recentemente,
trabalhos
publicados no
meio espírita
têm provocado
discussões
doutrinárias
intensas. Tais
trabalhos
abrangem
assuntos como o
eventual fim do
mundo (assunto
que vem sendo
reiteradamente
levantado,
talvez em função
do famigerado
calendário maia)
e a suposta
presença de ETs
em reuniões
mediúnicas.
Independentemente
do valor
intrínseco de
tais obras,
mediúnicas ou
não, as
referidas
propostas podem
ser
perfeitamente
exploradas à luz
da Doutrina
Espírita. Em
primeiro lugar,
precisamos
frisar três dos
paradigmas
fundamentais do
Espiritismo: A
Existência e a
Imortalidade da
Alma; A
Pluralidade das
Existências
(também chamada
Reencarnação,
Renascimento ou
Palingenesia); e
a Pluralidade
dos Mundos
Habitados.
Assim sendo,
fenômenos
materiais de
quaisquer ordens
podem causar o
fim da vida
física, mas não
podem causar a
extinção do
Espírito. O
Espírito é
imortal enquanto
a matéria, que é
apenas o veículo
de manifestação
do Princípio
Inteligente do
Universo (O
Espírito), o
qual é
indestrutível,
está em
constante
transformação.
Comportamentos
de ordem moral
não são
determinados
pelo contexto
material, muito
embora possam
ser
influenciados
pelas
circunstâncias
da vida física.
Essa
influenciação
justifica a
nossa
necessidade da
reencarnação,
pois as
tribulações que
a vida material
nos impõe servem
de exercícios
iluminativos
para o Espírito
imortal.
Portanto, a
matéria pode
gerar alguma
influência sobre
a atitude do Ser
Humano, mas a
decisão final
sempre é do
Espírito, o
princípio
inteligente do
Universo. Kardec
discute a
questão na
Revista Espírita
quando debate
sobre o
mecanismo de
influência de
medicamentos
homeopáticos nos
pacientes. É um
debate
interessante,
via cartas, com
um estudioso da
homeopatia, que
o Codificador
publica em
Revue Spirite.
Daí, os
fenômenos
materiais
poderem
indiretamente
afetar nossas
atitudes porque
afetam nossos
pensamentos,
sentimentos e
sensações
físicas,
despertando
reflexões e
outras atitudes
espirituais. Mas
é sempre o
Espírito o
responsável por
todas as
atitudes
mentais, verbais
e físicas porque
ele representa a
mente humana e o
corpo físico é
apenas o
"computador" que
a comunica.
Como Espíritos
encarnados que
somos, estamos
susceptíveis às
transformações
materiais do
mundo físico que
habitamos, e,
eventualmente,
às grandes
catástrofes
materiais que
vitimam muitos
indivíduos.
Entretanto,
temos de convir
que sempre a
humanidade
conviveu com
tais desastres.
Nós sempre os
tivemos e sempre
os teremos, pois
tais fenômenos
são inerentes à
vida material,
ou seja,
intrínsecos a um
plano material
como é o caso da
Terra. Aliás,
com a população
cada vez maior
(já atingimos
sete (7) bilhões
de habitantes
encarnados) e
com a revolução
dos meios de
comunicação, os
quais são cada
vez mais
eficientes, nós
identificaremos,
cada vez mais
com o passar do
tempo, o impacto
desses processos
de transformação
material. De
fato, atualmente
a probabilidade
de um desastre
natural matar um
número grande de
pessoas é bem
maior do que no
passado, assim
como a
probabilidade de
ficarmos sabendo
do respectivo
desastre. Vale
lembrar que
somente em
meados do século
XIX a Terra
atingiu pela
primeira vez o
número de um (1)
bilhão de
habitantes
encarnados.
Assim sendo, o
“Fim do Mundo”
poderia ser
entendido como o
Fim de uma etapa
(ou o Fim de uma
fase ou ciclo
evolutivo) de
valor didático
para as nossas
reflexões
focadas na
evolução
coletiva dos
habitantes da
Terra. Se
houvesse
realmente o fim
do mundo
material, do
ponto de vista
espiritual seria
apenas o fim de
um ciclo de
experiências
para determinado
grupo de
Espíritos, que
continuariam sua
vida espiritual,
obviamente, e
reencarnariam
aqui, na “Terra
pós-apocalíptica”,
ou em outros
mundos físicos.
No que se refere
à informação
sobre os ETs,
que estariam,
pressupostamente,
presentes em
determinadas
reuniões
mediúnicas,
realmente, se
não for
equivocada, é de
pouca
relevância, pois
a discussão de
formas
perispirituais
mais abstratas e
diferenciadas, o
que, a priori,
não seria de
todo impossível,
não fornece
significativo
adendo
doutrinário.
Quanto à visita
de seres de
mundos mais
elevados, não
parece ser algo
extraordinário,
pois temos
poucas
informações
sobre as esferas
mais elevadas
para termos
posturas
taxativas
contrariamente a
essas
colocações.
Entretanto, a
verdadeira
humanidade
envolve todo o
Universo (“Há
Muitas Moradas
na Casa do Pai”)
e nós sabemos
que protetores
espirituais mais
elevados buscam
contribuir
conosco desde
suas esferas
superiores, o
que é natural,
considerando a
“Lei de Justiça,
Amor e
Caridade”. De
qualquer
maneira, seria,
novamente, pouco
relevante, pois,
no próprio “O
Livro dos
Espíritos”, os
Espíritos
esclarecem que
há muitos
Espíritos
encarnados pela
primeira vez na
Terra, mas que
não teria função
alguma saber
quem está pela
primeira vez ou
quem é veterano
de outras
vivências
físicas no nosso
planeta. O que
vale,
obviamente, é a
contribuição do
Espírito, a
depender de sua
evolução
intelecto-moral.
Ressalta-se que
Allan Kardec, em
“A Gênese”
(Capítulo XIV,
Os Fluidos),
afirma que o
Espírito forma o
seu veículo
perispiritual do
material
fluídico do
próprio planeta
em que esteja
momentaneamente
localizado. Por
conseguinte, um
“Espírito
visitante”
deveria formar
sua constituição
perispiritual
com os fluidos
presentes na
Terra, o que,
sem descartar
tal
possibilidade,
causaria certa
estranheza se
tal Espírito
protetor se
apresentasse com
uma forma muito
diferenciada da
nossa. Ocorre
que não sabemos
se o corpo
espiritual do ET
poderia ficar
significativamente
diferenciado do
nosso, algo que,
em princípio,
também parece
ser de valor
doutrinário
secundário.
É bom frisar que
são abundantes
na obra de André
Luiz-Espírito
(Médium Chico
Xavier) relatos
sugerindo que
seres muito mais
evoluídos que os
próprios guias
de André Luiz,
citados nos
livros, estariam
presentes (ou se
faziam sentir
pela
intuição/inspiração)
no ambiente em
que André Luiz
se encontrava.
Podemos pensar
em patamares
fluídicos cada
vez mais
rarefeitos até
níveis
muitíssimo
evoluídos de
mentores
espirituais.
Entretanto,
André Luiz, tal
como ocorre com
Manoel P.
Miranda, não
chega a sugerir
formas
perispirituais
que seriam
exóticas sob a
nossa
perspectiva.
Rarefeitas,
sutis, luminosas
e invisíveis são
propriedades
sempre frisadas,
mas sempre com
características
de apresentação,
quando fosse
possível
identificá-los,
semelhantes às
nossas formas
perispirituais.
Apesar de ser
difícil (e,
inclusive, pouco
recomendável)
para nós,
estudantes
encarnados, a
definição de
posicionamentos
definitivos em
matéria de vida
espiritual,
algumas
colocações, que
não
necessariamente
estariam
equivocadas
doutrinariamente,
não parecem
contribuir de
forma
representativa
com o nosso
crescimento
intelecto-moral.
Dessa forma,
seria mais
conveniente
deixar o
conteúdo em
questão em uma
espécie de
“quarentena”, a
esperar a pouco
provável, mas
não impossível,
confirmação
através da
“Universalidade
dos Ensinos dos
Espíritos”.
Lembremo-nos de
Erasto em “O
Livro dos
Médiuns”: “É
preferível
rejeitar dez
(10) verdades do
que aceitar uma
única mentira”.
Do ponto de
vista espírita,
devemos estar
abertos a
estudar e
debater todo
tipo de ideia
construtiva,
analisando, sem
preconceitos,
todas as
possibilidades,
a fim de não
renegarmos a
segundo plano o
caráter
científico do
Espiritismo.
Entretanto,
devemos proceder
tal busca com
consciência,
passo a passo,
sem apegos a
modismos e sem
sucumbirmos à
nossa tendência
de buscar
somente assuntos
que fogem das
nossas
necessidades
espirituais
prementes, como
mecanismo de
fuga espiritual.
Muitas ideias
semelhantes a
essa proposta
dos ETs em
reuniões
mediúnicas podem
ter sido
influenciadas
pelos
comentários
atribuídos a
Chico Xavier
sobre o planeta
“Chupão”.
“Chupão” seria
um planeta que
lenta e
gradualmente
receberia
imigrações
planetárias
oriundas da
Terra,
constituídas por
Espíritos que
estivessem em
níveis
espirituais
abaixo da média
do nosso planeta
e que estariam
prejudicando a
evolução geral
das criaturas
terrenas. Por
conseguinte,
estariam freando
o avanço da
Terra para um
plano de
Regeneração.
Entretanto, não
sabemos o que
exatamente o
Chico disse e
como disse.
Fornecendo o
benefício da
dúvida e
admitindo-se,
uma vez mais,
essa
possibilidade,
haja vista
informações da
própria
codificação e de
outros médiuns
ressaltando o
período de
transição pelo
qual passa a
Terra, o planeta
“Chupão”, que
receberia
Espíritos não
mais aptos a
habitar a Terra,
poderia ser
apenas uma
metáfora,
denotando algum
tipo de expurgo
espiritual. De
qualquer forma,
se Deus quiser,
como Kardec
estabelece em “A
Gênese”, ele
poderia fazer o
tão decantado
Apocalipse de
uma forma
deveras sutil,
simplesmente
fazendo com que
os mais
atrasados ao
desencarnar não
voltassem a
reencarnar no
planeta.
Semelhantemente,
reencarnando
Espíritos em
melhores
condições nas
novas gerações,
esses bebês mais
evoluídos, em
poucas décadas,
gerariam um
panorama
espiritual bem
mais avançado
espiritualmente
para a nossa
Crosta
terrestre.
Segundo Divaldo
P. Franco, Dr.
Bezerra de
Menezes já
informou que
está sendo
iniciado um
processo de
reencarnação de
“Espíritos
Espíritas”, os
quais vêm à
Crosta com
amplas tarefas
dentro e fora do
Movimento
Espírita,
visando à
melhoria do
nível moral
médio de nossa
grande Casa
Espiritual.
Seja como for,
confiemos em
Jesus e na
Misericórdia
Divina,
tentando,
minimamente,
cumprir com
nossos deveres
perante o bem, o
Evangelho e a
Doutrina
Espírita, para
que possamos
contribuir
minimamente com
o alvorecer
desse novo
tempo, que
depende,
obviamente, do
esforço inicial
daqueles que já
iniciaram na
seara do Mestre.