MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
17)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. Que providência
precedeu o advento da
palavra articulada no
homem infraprimitivo?
Para lograr esse
objetivo, o corpo
espiritual do homem
infraprimitivo
necessitou demorar-se
longo tempo em regiões
espaciais próprias, sob
a assistência dos
Instrutores Espirituais,
recebendo destes
intervenções sutis nos
petrechos da fonação, a
fim de que a palavra
articulada pudesse
assinalar novo ciclo de
progresso. A laringe
sofreu então, nas mãos
sábias dos Condutores
Espirituais, à maneira
de um órgão precioso
entre os dedos de
cirurgiões exímios no
serviço de plástica,
delicadas operações no
curso dos séculos, para
que os músculos
mencionados se fizessem
simétricos e para que se
vinculassem, tão destros
quanto possível, à
produção fisiológica da
voz.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. X, pp. 73 e 74.)
B. Os Instrutores
Espirituais auxiliaram
também o homem na
constituição mecânica
das palavras?
Sim. Foi com o amparo
deles que o homem
aprendeu a constituição
mecânica das palavras,
provindo da mente a
força com que aciona os
implementos da voz, para
a criação da linguagem
convencional, com que
reforçava a linguagem
mímica e primitiva por
ele adquirida na longa
viagem através do reino
animal.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. X, pp. 75 e 76.)
C. Que progresso para o
homem adveio do
exercício constante da
palavra?
Com esse exercício o
homem primitivo
conquistou insopitável
desenvolvimento, porque
isso permitiu-lhe
adquirir gradativamente
a mobilidade e a
elasticidade
imprescindíveis à
expansão do pensamento,
que então paulatinamente
se dilatou,
estabelecendo no mundo
tribal todo um oceano de
energia sutil, em que as
consciências encarnadas
e desencarnadas se
refletem, sem
dificuldade, umas às
outras.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. X, pp. 76 e 77.)
Texto para leitura
65. Intervenções
espirituais - É
assim que, atingindo os
alicerces da Humanidade,
o corpo espiritual do
homem infraprimitivo
demora-se longo tempo em
regiões espaciais
próprias, sob a
assistência dos
Instrutores do Espírito,
recebendo intervenções
sutis nos petrechos da
fonação para que a
palavra articulada
pudesse assinalar novo
ciclo de progresso. A
laringe, situada acima
da traqueia e adiante da
faringe, consubstanciada
num esqueleto
cartilaginoso, urdido em
fibras e ligamentos, com
uma seta de pequenos
músculos, sofre, nas
mãos sábias dos
Condutores Espirituais,
à maneira de um órgão
precioso entre os dedos
de cirurgiões exímios no
serviço de plástica,
delicadas operações no
curso dos séculos, para
que os músculos
mencionados se façam
simétricos e para que se
vinculem, tão destros
quanto possível, à
produção fisiológica da
voz. Em sua contextura
interna aglutina-se uma
mucosa ciliada que se
destina ao trabalho de
lançamento do som e que
verte pelos
estreitamentos,
transformando-se em
pavimentosa-estratificada
na borda livre das
cordas vocais
verdadeiras. Fora da
ação das cordas vocais,
a laringe revela no
pescoço movimentos de
ascensão e descensão,
elevando-se na expiração
e na deglutição e
baixando na inspiração,
na sucção e no bocejar,
salientando-se no corpo
qual perfeito
instrumento de efeitos
musicais. (Evolução
em dois Mundos, Primeira
Parte, cap. X, pp. 73 e
74.)
66. Mecanismo da
palavra - Com
extremo carinho, os
Técnicos da
Espiritualidade Superior
compõem a cartilagem
situada em plano
inferior, a cricoide,
que representa um anel
modificado da traqueia,
sustentando uma placa na
parte posterior, sobre a
qual, no bordo superior
e de ambos os lados da
linha média, se apoiam
as duas aritenoides, que
se permitem, assim, a
conjunção ou o
afastamento entre si.
Cada uma possui na base
uma apófise: a interna,
vocal, em que está
inserida a parte
posterior da corda vocal
verdadeira do mesmo
lado, e a outra, que é
externa, muscular. Com a
mesma habilidade, os
Técnicos tecem a
cartilagem localizada na
região anterior ou
cartilagem tireoide, a
destacar-se sob a pele
no chamado Pomo de Adão,
em suas lâminas
verticais que se
conjugam na linha
mediana, traçando um
ângulo diedro que se
volta para a retaguarda
e onde se fixam as
cordas vocais
verdadeiras, cartilagem
essa que, por baixo, se
une com o anel da
cricoide e, por cima,
com o osso hioide,
através de membranas e
ligamentos, o qual
fornece apoio para a
implantação da laringe.
Acima das cordas vocais
verdadeiras, surgem as
cordas vocais falsas a
limitarem com a parede
os ventrículos laterais
de Morgagni. Os músculos
que garantem o movimento
das cordas são pares,
exceto o ariaritenoide,
assegurando as funções
da glote vocal e
formando, com avançado
primor de previsão e
eficiência, a abóbada de
precioso
condicionamento, onde a
pressão do ar pode
fazer-se com segurança,
para separar as cordas
vocais em serviço.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. X, pp. 74 e 75.)
67. Linguagem
convencional - O
homem aprende então, com
o amparo dos Tutores
Espirituais que o
inspiram, a constituição
mecânica das palavras,
provindo da mente a
força com que aciona os
implementos da voz,
gerando vibrações nos
músculos torácicos,
incluindo os pulmões e a
traqueia como num fole,
e fazendo ressoar o som
na laringe e na boca,
que exprimem também
cavidades supraglóticas,
para a criação da
linguagem convencional,
com que reforça a
linguagem mímica e
primitiva, por ele
adquirida na longa
viagem através do reino
animal. A esse modo
natural de exprimir-se
por gestos e atitudes
silenciosos, em que
derrama as suas forças
acumuladas de
afetividade e
satisfação, desagrado ou
rancor, em descargas
fluídico-eletromagnéticas
de natureza construtiva
ou destrutiva, a
criatura humana superpõe
os valores do verbo
articulado, com que
acrisola as
manifestações mais
íntimas, habilitando-se
a recolher, por
intermédio de sinalética
especial na escala dos
sons, a experiência dos
irmãos que caminham na
vanguarda e aprendendo a
educar-se para merecer
esse tipo de assistência
que lhe outorgará o
estado de alegria maior,
ante as perspectivas da
cultura com que a vida
lhe responde às
indagações. (Evolução
em dois Mundos, Primeira
Parte, cap. X, pp. 75 e
76.)
68. Pensamento
contínuo - Com o
exercício constante da
palavra, a energia
mental do homem
primitivo encontra
insopitável
desenvolvimento, por
adquirir gradativamente
a mobilidade e a
elasticidade
imprescindíveis à
expansão do pensamento
que, então,
paulatinamente se
dilata, estabelecendo no
mundo tribal todo um
oceano de energia sutil,
em que as consciências
encarnadas e
desencarnadas se
refletem, sem
dificuldade, umas às
outras. Valendo-se dessa
instituição de permuta
constante, os
Instrutores Espirituais
dosam os recursos da
influência e da sugestão
e convidam o Espírito
terrestre ao justo
despertamento na
responsabilidade com que
lhe cabe conduzir a
própria jornada... Pela
compreensão progressiva
entre as criaturas, por
intermédio da palavra
que assegura o pronto
intercâmbio,
fundamenta-se no cérebro
o pensamento contínuo e,
por semelhante maravilha
da alma, as
ideias-relâmpagos ou
as ideias-fragmentos
da crisálida de
consciência, no reino
animal, se transformam
em conceitos e
inquirições, traduzindo
desejos e ideias de
alentada substância
íntima. Começando a
fixar o pensamento em si
mesmo, fatigando-se para
concatená-lo e
exprimi-lo, o homem
confiou-se a novo tipo
de repouso – a meditação
compulsória ante os
problemas da vida –,
passando a exteriorizar,
inconscientemente, as
próprias ideias e, com
isso, a desprender-se do
carro denso da carne,
desligando as células de
seu corpo espiritual das
células físicas, durante
o sono comum, para
receber, junto do
próprio corpo
adormecido, a visita dos
Benfeitores Espirituais
que o instruem sobre as
questões morais. O
continuísmo da ideia
consciente acende a luz
da memória sobre o
pedestal do automatismo.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. X, pp. 76 e 77.)
Glossário:
Apófise:
eminência ou saliência
em uma parte do
organismo.
Ariaritenoide:
referente a um músculo
ímpar da laringe, que
atua sobre as
cartilagens cricoide e
tireoide.
Aritenoide:
cada uma das duas
cartilagens a que estão
ligadas as cordas
vocais, e que estão
situadas na parte
posterior e superior da
laringe.
Cartilagem:
tecido branco ou
cinzento, de
consistência menos dura
que a do tecido ósseo.
Consciência
Fragmentária:
consciência intermitente
ou descontínua, própria
dos animais inferiores.
Corda Vocal Falsa:
cada um dos dois
ligamentos superiores,
no interior da laringe,
que não influem na
fonação.
Corda Vocal Verdadeira:
cada um dos dois
ligamentos inferiores,
no interior da laringe,
cuja vibração produz a
voz.
Cricoide:
cartilagem que constitui
a parte inferior da
laringe, onde forma uma
espécie de anel, e com a
qual se articula a
cartilagem aritenoide.
Diedro:
relativo ao ângulo
formado pelo encontro de
dois planos.
Faringe:
cavidade
musculomembranosa que se
estende da abertura
posterior das fossas
nasais e da parte
posterior da boca ao
esôfago, sendo este o
canal que comunica a
faringe com o estômago.
Fonação:
produção fisiológica da
voz.
Glote Vocal:
glote é a abertura da
laringe, circunscrita
pela cordas vocais
inferiores
(verdadeiras); é vocal
porque as cordas vocais
vibram graças ao ar
expelido, e, abrindo e
fechando a glote,
produzem a voz.
Hioide:
pequeno osso entre a
laringe e a base da
língua, o único que não
se articula com qualquer
outro osso.
Ideia Fragmento:
lampejo de ideia
rudimentar que ocorre na
fase de desenvolvimento
da consciência.
Ideia Relâmpago:
o mesmo que “Ideia
Fragmento”.
Infraprimitivo:
referente a organismo em
começo de evolução. O
que se encontra em
estágio de evolução
abaixo do que se
considera primitivo.
Laringe:
parte superior
modificada da traqueia e
órgão essencial da
fonação.
Ligamento:
tecido de consistência
resistente, porém
flexível, que, em si,
constitui órgão, ou
serve para ligar órgãos
contíguos.
Mucosa Ciliada:
mucosa é a membrana que
reveste as cavidades do
organismo e secreta
muco; é ciliada por
apresentar filamentos
finíssimos (cílios
vibráteis).
Pensamento Contínuo:
pensamento constante,
ininterrupto, que
caracteriza a capacidade
mental do homem, em
oposição ao pensamento
fragmentário
(descontínuo), próprio
dos animais irracionais.
Pomo-de-adão:
a saliência do corpo
hioide, na parte
anterior do pescoço,
formada pela cartilagem
tireoide.
Silvo:
som agudo e
relativamente prolongado
produzido por certos
animais, como o assobio
de serpentes.
Sinalética:
processo de fazer-se uma
descrição por meio de
sinais característicos.
Supraglótico:
que se situa acima da
glote.
Tireoide:
Cartilagem situada na
parte anterior e
superior da laringe.
Traqueia:
canal que comunica a
laringe com os
brônquios, e dá passagem
ao ar durante a
inspiração e expiração.
Ventrículo de Morgagni:
cavidade ou bolsa de
cada lado da laringe,
entre as corda vocais
falsas (acima) e as
cordas vocais
verdadeiras (abaixo).
Vertebrado:
animal com esqueleto
ósseo ou cartilaginoso,
e com coluna vertebral
dividida em vértebras
(ossos que formal a
espinha dorsal).
Nota:
Muitos termos técnicos
usados na obra em estudo
não se encontram nos
dicionários que
comumente consultamos.
Clicando no link abaixo,
o leitor terá acesso ao
texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
http://www.OCONSOLADOR\linkfixo\estudosespiritas\andreluiz\Elucidario.pdf