GERSON SIMÕES
MONTEIRO
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
O Livro dos
Espíritos
e as colônias
espirituais
Na questão 234
de O Livro
dos Espíritos,
Allan Kardec
formulou a
seguinte
pergunta aos
Espíritos
Instrutores, no
item - Mundos
Transitórios -
quando aborda
questões
relativas à
“Vida Espírita”:
234 – “Há de
fato, como já
foi dito, mundos
que servem de
estações ou
pontos de
repouso aos
Espíritos
errantes?
RESPOSTA - “Sim,
há mundos
particularmente
destinados aos
seres errantes,
mundos que lhes
podem servir de
habitação
temporária,
espécies de
bivaques
de campos onde
descansem de uma
demasiado longa
erraticidade,
estado este
sempre penoso.
(...)
É claro que,
como são
graduais as
revelações dos
Espíritos
Superiores à
humanidade, eles
não poderiam em
1857 falar de
comunidades de
Espíritos
errantes, isto
é, de Espíritos
que aguardam
novas
reencarnações
até chegarem à
perfeição
espiritual,
habitando
cidades
estruturadas em
edificações de
natureza sólida
na atmosfera
terrestre sobre
terreno fértil à
vegetação, e, em
tudo, com
estreita
semelhança ao
que conhecemos
na crosta. Seria
bem possível que
os adversários
do Espiritismo
diante dessa
revelação, e de
tamanha heresia,
mandassem
reacender
certamente uma
fogueira
inquisitorial
para queimar
Allan Kardec
como herege.
Ora, se nos idos
de 1980, quando
estive
pessoalmente com
Chico Xavier, em
sua casa em
Uberaba, ele me
contou que,
quando estava
psicografando o
livro Nosso
Lar na
década de 30,
foi tachado de
“médium
fascinado”, e
que ele mesmo
ficou muito
confuso com toda
aquela situação.
Porém, para
desfazer tudo
isso, o
Benfeitor
Espiritual André
Luiz levou-o em
desprendimento
num ponto bem
acima de “Nosso
Lar”, para que
ele visse de
cima a cidade, e
pudesse
constatar a
realidade do que
estava
psicografando.
Nesse momento,
Chico
esclareceu-me
ainda, que o que
ele viu naquela
noite está
exatamente
desenhado no
mapa da planta
baixa da colônia
pela médium
Heigorina Cunha,
apresentado no
livro Cidade
No Além.
“NOSSO LAR”, POR
CHICO XAVIER
Aos dezesseis
anos de idade
despertou-me a
curiosidade de
saber como se
vivia “do lado
de lá”. Ao
ganhar de um
amigo espírita o
exemplar do
livro Nosso
Lar, fiquei
sabendo como
vivem os
Espíritos
desencarnados na
outra dimensão,
segundo as
narrativas do
Espírito André
Luiz, pelo
médium Chico
Xavier que, em
sua última
existência na
Terra, foi
médico,
descrevendo a
vida deles em
“Nosso Lar”,
cidade
localizada no
mundo
espiritual.
André Luiz conta
que após a sua
desencarnação
permaneceu
durante oito
anos em estado
de perturbação
no plano
espiritual, em
consequência dos
erros cometidos,
principalmente,
na sua
juventude.
Depois de ser
socorrido por
uma equipe de
Benfeitores
Espirituais,
residentes em
“Nosso Lar”, ele
foi levado para
tratamento em um
hospital dessa
cidade, na
condição de
enfermo
espiritual.
Já refeito do
seu
desequilíbrio,
André Luiz
descobriu um
mundo palpitante
pleno de vida e
atividades,
constatando que
os Espíritos
desencarnados
procedentes da
Terra, como ele,
passam por um
estágio de
recuperação e
educação
espiritual em
diversos
departamentos
especializados
dessa cidade.
Constatou,
também, que lá
existem setores
para
planejamento de
novas
reencarnações na
Terra para esses
Espíritos, que
trata da escolha
da família, da
configuração do
seu novo corpo,
o mapa das
provas que
deverá passar
etc.
OUTRO MÉDIUM
FALA DE “NOSSO
LAR”
A existência
dessa cidade foi
comprovada
posteriormente
pela médium
Heigorina Cunha,
que, durante o
sono, em
desdobramento
espiritual
visitou varias
vezes Nosso Lar,
utilizando a
volitação que é
a faculdade que
o Espírito goza
para deslocar-se
pelo espaço
afora. Ao
despertar no
corpo, Heigorina
desenhava o que
via em suas
visitas durante
a emancipação de
sua alma ao
dormir,
retratando
jardins,
avenidas,
prédios e até a
planta baixa da
cidade, que
abriga cerca de
um milhão de
Espíritos
desencarnados.
Esses desenhos
estão reunidos
no livro “Cidade
no Além”,
trabalho
mediúnico que
recebeu a
assistência
pessoal do
médium Chico
Xavier, além de,
à guisa de
introdução, o
Espírito André
Luiz, pelo
próprio Chico,
apresentar 22
anotações em
torno de “Nosso
Lar”.
COLÔNIA EM
ISRAEL
No livro
Quando se
pretende falar
da vida, o
jovem de
formação
israelita
Roberto Muszkat,
desencarnado em
14 de março de
1979, apresenta
22 mensagens
psicografadas
através do
médium Chico
Xavier,
endereçadas aos
seus pais e
familiares. Na
mensagem de 16
de novembro de
1979, ele,
relatando para a
mãe o seu
desligamento do
corpo, diz da
ajuda de seu avô
Moszek Aron, o
qual, ao
pronunciar as
palavras
“Leshaná Habaá
bi-Yerushalayim”
(era um adeus,
significando o
ano que vem em
Jerusalém),
tranquilizou-o,
e fê-lo dormir
como uma
criança.
Quando acordou,
viu-se num leito
alvo com a sua
avó Rachel
velando por ele.
Depois de algum
tempo, o seu avô
Moszek foi ao
seu encontro,
levando-o ao
encontro de
outros Espíritos
amigos para um
recinto dedicado
à oração, no
amplo
educandário-hospital.
Esses amigos
cantaram o hino
Shalom Aleichem
(hino que dá as
boas-vindas aos
anjos da paz,
cantado na
sexta-feira à
noite). “Meu avô
em seguida
abençoou-me. As
lágrimas
banharam-me o
rosto, enquanto
o meu avô
promovia o Seder
(reunião festiva
na primeira e na
segunda noite da
Páscoa judaica),
em cuja reunião
tive a
oportunidade de
fazer muitas
perguntas.”
Diz ainda
textualmente na
mensagem, o
Espírito Roberto
Muszkat: “Vim, a
saber, então,
que me achava em
Erets Israel
(Terra de
Israel), ou
Terra do
Renascimento,
cuja beleza é
indescritível.
Ali, naquela
província do
Espaço
Terrestre, se
erguia uma outra
cidade luminosa
dos Profetas
(...). Com estes
apontamentos não
quero dizer que
estava, tanto
quanto prossigo,
numa cidade
privilegiada,
porque outras
nações as
possuem nas
esferas que
cercam o
Planeta, mas
aquele recanto
era o meu
coração pulsando
com milhares ou
milhões de
outros corações,
consagrados ao
Pai Único”.
Diante dessas
informações,
acredito que
devam existir
milhares de
colônias em
torno da Terra,
cada uma
reunindo
Espíritos afins,
de acordo com a
raça, religião,
cultura,
progresso moral
etc.
PROVAS
CIENTÍFICAS
Agora, se
dependermos da
oficialização da
Ciência humana
para comprovar a
existência de
colônias
espirituais,
lembremos que,
se Allan Kardec
precisasse da
confirmação
científica da
existência da
alma ou da
reencarnação
para publicar
O Livro dos
Espíritos,
até hoje ele
estaria
aguardando o
pronunciamento
oficial e por
muito tempo
ainda. Ora, não
podemos perder
de vista o
aspecto
REVELADOR do
Espiritismo que
se antecipou ao
conhecimento
humano a
respeito da
existência da
alma, da
reencarnação,
inclusive a do
perispírito.
Exemplo dessa
antecipação
reveladora do
Espiritismo é o
caso da
existência de
água no solo de
Marte. Desde
1939, o Espírito
Humberto de
Campos, através
do médium Chico
Xavier, no livro
Novas
Mensagens,
fala dessa
existência, no
entanto, somente
em 2004, ou
seja, 65 anos
após a
publicação dessa
obra, a NASA
apresentou as
primeiras provas
químicas e
geológicas
diretas da
existência de
água no passado.
Porém, em 31 de
julho de 2008,
com a sonda
Phoenix, o
cientista
William Boynton,
da Universidade
do Arizona,
declarou “que
eles tinham
evidência de
gelo nas
observações da
sonda Mars
Express, mas
essa é a
primeira vez que
a água em Marte
é tocada”.
Se para “tocar”
coisas
materiais, a
ciência humana
levou mais de 60
anos para
confirmar a
mensagem
mediúnica, o que
dirá para “tocar
coisas da
dimensão
espiritual”, no
caso, as
Colônias
Espirituais,
como também
chegar à
conclusão de que
a alma existe e
que ela
reencarna várias
vezes. Vamos
esperar muitos
séculos,
naturalmente.
Por último, é
preciso lembrar
que Allan
Kardec, em A
Gênese, ao
tratar dos
“Caracteres da
Revelação
Espírita”,
esclarece: “A
revelação
Espírita, por
sua natureza,
tem uma dupla
característica:
é ao mesmo tempo
uma revelação
Divina e uma
revelação
científica”.
Portanto, o ônus
da prova das
revelações
feitas pelo
Espiritismo cabe
à ciência
humana, e não a
ele.