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Joias da poesia contemporânea
Ano 5 - N° 253 - 25 de Março de 2012
 
 

Nhá Bela

Cornélio Pires

 

Nhá Bela jaz ferida na barraca.

Em vão fora pedir gotas de arnica,

Pois o moço dissera na botica:

- “Não atendo gamboa de ressaca.”

 

Tem febre alta... O corpo tremelica...

Sozinha, encontra o chão como leito e maca...

Perde sangue... Delira... Está mais fraca...

Lavadeira de tanta gente rica!...

 

Chora na noite escura que a regela,

Mas alguém rompe a sombra e diz: “Nhá Bela!”

E a pobre clama: “Oh! Filho, dá-me luz!...”

 

Brilha o zinco da choça de repente

E na morte que a beija, docemente,

Deslumbrada, Nhá Bela vê Jesus!

 


Do livro O Espírito de Cornélio Pires, de autoria de Cornélio Pires por intermédio dos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier.


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita