A. Quem era o Espírito
que perseguia Lisandra?
Ele chamara-se, em
anterior encarnação,
Ermínio Lopez, que fora
amante de Lisandra, que
então se chamava Annette.
A perseguição se devia
ao fato de que, no
pensamento dele, fora
ela responsável por sua
morte em condições
realmente aflitivas.
(Tramas do Destino, cap.
12, págs. 115 a 117.)
B. Hermelinda lembrou-se
em estado de vigília dos
momentos vividos na
noite anterior?
Sim. Hermelinda
lembrou-se até da
convulsão de Lisandra e
da pessoa cujo nome ela
chamava, um certo senhor
Ermínio... E descreveu a
cena do médico que as
acompanhara na viagem e,
na hora da crise,
socorreu a sobrinha. Na
verdade, como Adelaide
havia planejado, ela e
Artêmis conservavam
lembrança quase integral
dos momentos vividos na
noite anterior.
Hermelinda despertara
também com uma visão
diferente acerca do
Espiritismo, tendo
certeza absoluta de que
os chamados mortos
interferem realmente em
nossas vidas. "Estou
muito inclinada a crer
que, em todo esse
processo, há uma
terrível vingança de
alguém invisível...",
acrescentou a tia de
Lisandra.
(Obra citada, cap. 13,
págs. 119 a 121.)
C. Ao falar sobre o
Espiritismo à família
Ferguson, que disse
Cândido a respeito das
tramas obsessivas?
Ele disse que as tramas
obsessivas são
decorrências dos
conflitos e consórcios
inditosos do passado,
demonstrando em
seguida, mediante as
informações do Evangelho
de Jesus, a longa e
tormentosa história dos
que caíram nas redes da
alienação por
interferência dos
desencarnados. Por fim,
exaltou a ação da prece,
da oração em família e
do estudo das lições
espirituais em conjunto,
de que se recolhem
resultados inesperados,
comprovando a excelsa
bondade de Deus, através
do mecanismo das "leis
de causa e efeito".
(Obra citada, cap. 14,
págs. 127 e 128.)
Texto para leitura
50. O sonho
- No dia seguinte,
Artêmis comentou com
Hermelinda o sonho que
tivera na noite
anterior. Sua recordação
era nítida e ela
registrara não apenas as
pessoas que encontrou,
mas as palavras de
exortação à coragem e à
perfeita confiança em
Deus que ali ouviu.
Lembrou-se de quando
Lisandra penetrou o
recinto e da crise que a
acometeu, e seu
despertar fora
acompanhado de inefável
bem-estar. Hermelinda
também tivera um sonho
parecido, no qual
conduzira Lisandra a um
local, onde estavam a
cunhada, o irmão e
outras pessoas, como
numa reunião de família.
A senhora Adelaide,
disse Hermelinda,
parecia ter sido a
anfitriã, tal o
contentamento que dela
se irradiava. Hermelinda
lembrou-se até da
convulsão de Lisandra e
da pessoa cujo nome ela
chamava, um certo senhor
Ermínio... E descreveu a
cena do médico que as
acompanhara na viagem e,
na hora da crise,
socorreu a sobrinha. Na
verdade, como Adelaide
havia planejado, ambas
conservavam lembrança
quase integral dos
momentos vividos na
noite anterior.
Hermelinda despertara
também com uma visão
diferente acerca do
Espiritismo, tendo
certeza absoluta de que
os chamados mortos
interferem realmente em
nossas vidas. "Estou
muito inclinada a crer
que, em todo esse
processo, há uma
terrível vingança de
alguém invisível...",
acrescentou a tia de
Lisandra. (Cap. 13,
págs. 119 a 121)
51. Pesadelos
- Hermelinda
confessou, ainda, que
sentia a presença no lar
da senhora Adelaide: "É
tão forte a impressão,
que experimento a
sensação de vê-la, não
com os olhos, é claro,
mas com a alma.
Percebo-lhe o balbuciar,
que não consigo
entender; todavia,
experimento a inefável
paz que somente os
bem-aventurados,
consoante penso, podem
transmitir". O encontro
daquela noite produziu
em ambas uma
transformação muito
grande, auxiliando-as a
sair do labirinto de
incertezas e de
dificuldades em que
viviam até então.
Artêmis, pouco depois,
foi levar a primeira
refeição do dia a
Lisandra, encontrando-a
imersa em reflexão.
Havia no seu semblante,
normalmente vago, uma
expressão de lucidez
inusitada. As duas então
conversaram e Lisandra
relatou ter tido, na
noite passada, um
estranho pesadelo. "Eu
me encontrava, não sei
bem em que lugar...
Certo que era um local
muito agradável", disse
a filha. "Havia várias
pessoas de que não me
recordo, conversando a
meu respeito, como se
fossem médicos
discutindo o meu
problema de saúde. Eu me
achava algo anestesiada,
com o raciocínio tardo,
embora o prazer que
experimentava,
interiormente, por
encontrar-me ali, quando
ouvi alguém chamar-me de
forma acusadora e
temerosa. Receando, não
sei o quê, desmaiei..."
Lisandra contou então
que sempre sonhava com
um homem horrível, que
ameaçava destruí-la aos
poucos, como ela fizera
com ele... Artêmis
disse-lhe que não se
preocupasse. Eram
pesadelos... Lisandra
respondeu: "Não, mamãe.
Eu creio que há nisso
alguma verdade. Não que
eu o haja destruído,
pois você sabe que nunca
fiz mal a ninguém. Nem
sequer odeio quem quer
que seja, exceto..."
Artêmis pediu que ela
concluísse a frase, pois
isso lhe faria bem, e
Lisandra revelou então
que havia momentos,
antigamente, em que a
presença de seu pai lhe
inspirava muito ódio...
"Eu experimentava a
sensação – disse a
jovem – de que ele me
havia destruído algo
muito caro, dentro de
mim... Procurava, então,
reagir e superava.
Meditando, concluo que
esse homem horroroso tem
alguma coisa a ver com
isto, ou nós temos algum
problema muito sério com
ele, não sei". (Cap. 13,
págs. 122 e 123)
52. Cândido
explica o sonho a Rafael
- Artêmis disse à filha
que sua informação era
muito esclarecedora,
porque também ela e
Hermelinda tiveram um
sonho mais ou menos
parecido; contudo, não
havia motivo para
afligir-se com isso. A
Divina Misericórdia
sempre dispõe de meios
para solucionar todas
as incógnitas.
Contou-lhe então que o
Dr. Armando estava
otimista com a sua
recuperação, existindo
boas possibilidades
próximas. A jovem ficou
feliz com as novidades,
e o ambiente no lar dos
Fergusons continuou
impregnado dos bons
fluidos, em clima de
paz, otimismo e
irrestrita fé em Deus.
Na Colônia, a recordação
do encontro da noite
era, no entanto, bem
diferente. Enquanto
Cândido contou a Rafael
haver sonhado com ele, o
hanseniano aludia a uma
certa cena que, na
verdade, acontecera no
passado: "Tratava-se de
um sedutor que espoliava
minha filha", disse com
azedume, "a quem tive de
matar ali mesmo".
Cândido explicou-lhe
então que os Bons
Espíritos conduziram a
ambos a uma região de
bênçãos, onde Rafael
pôde rever a esposa e
confraternizar com a
família.
Recomendou-lhe, por
isso, deixar de lado
aquelas reminiscências
amargas, acrescentando
que, como já haviam
conversado
anteriormente, todos
nós possuímos delitos no
passado que devem ser
ressarcidos no
presente. "Certamente,
a cena que lhe fez
ressuscitar lembranças
se fundamenta em
ocorrência real, não,
porém, como você a
recorda", acentuou o
enfermeiro. Dito isto,
ele revelou a Rafael ter
tido uma ideia. "Diga-a,
homem, por favor",
propôs o enfermo.
Cândido informou-o então
de que estava disposto
a visitar os seus
familiares, para levar
uma mensagem de sua
parte e, em caráter de
visita informal,
dar-lhes notícias suas,
fazendo uma delicada
abordagem em torno da
Doutrina Espírita.
Rafael concordou no
ato: "Bravos! A ideia me
parece acertada. Não há
por que adiar mais o
momento e é melhor
agora, antes que
tardiamente. Irei
escrever a Artêmis e lhe
darei ciência dos seus
cuidados para comigo,
conforme já lhe narrei
antes..." Rafael
pretendia contar à
esposa o bem que a luz
do Evangelho trouxera
aos seus atormentados
dias... (Cap. 13, págs.
123 a 125)
53. A
visita
- Era outubro, um mês
muito querido para os
espiritistas, pois nele
ocorreram o nascimento
de Allan Kardec, nascido
a 3/10/1804, e o
auto-de-fé de Barcelona,
que aconteceu em
9/10/1861, quando foram
queimados em praça
pública 300 volumes de
obras e opúsculos
espíritas, um atentado
que comoveu a opinião
pública da cidade, do
país e do mundo. Num
domingo radioso, tal
como fora combinado,
Cândido evocou desde
cedo a figura ímpar do
Codificador na prece
matinal, rogando a
proteção dos Numes
Tutelares para a família
Ferguson, que deveria
visitar à tarde, o que
de fato ocorreu. Cândido
levou consigo Clarice,
sua esposa, e foram
ambos recebidos
cordialmente, com
manifestas expressões de
contentamento. Depois
de dar notícias de
Rafael, que passava por
um período excelente,
narrou, sem
artificialismo nem falsa
modéstia, os esforços
envidados junto a ele
no sentido de aliviá-lo
das cargas de
animosidade e dos
conflitos que o
mortificavam, concluindo
por asseverar que o
iniciara no estudo e na
meditação da consoladora
Doutrina dos Espíritos.
Com voz pausada e clara,
o enfermeiro explicou a
finalidade precípua do
Espiritismo, no
contingente da reforma
moral do indivíduo e na
sua real posição perante
a vida. "A quem acredita
na imortalidade –
argumentou, conciso –, o
Espiritismo consegue
consolidar essa fé, e, a
quem não acredita, a
esmagadora cópia dos
fatos espíritas impele
ao exame da realidade
imortalista, auxiliando
lograr a sua aceitação".
Na sequência, teceu
considerações oportunas
sobre a reencarnação,
utilizando argumentação
simples e profunda, com
que os interlocutores,
sinceramente concordes,
anuíam de bom grado.
Comentou as tramas
obsessivas como sendo
decorrências dos
conflitos e consórcios
inditosos do passado,
demonstrando, mediante
as informações do
Evangelho de Jesus, a
longa e tormentosa
história dos que hão
caído nas redes da
alienação por
interferência dos
desencarnados. E
exaltou, por fim, a ação
da prece, da oração em
família e do estudo das
lições espirituais em
conjunto, de que se
recolhem resultados
inesperados, comprovando
a excelsa bondade de
Deus, através do
mecanismo das "leis de
causa e efeito". (Cap.
14, págs. 127 e 128) (Continua no próximo
número.)