AYLTON GUIDO
COIMBRA PAIVA
paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo
(Brasil)
O que fazer com
a culpa
Adalberto tivera
um
desentendimento
com a esposa e,
no diálogo, que
se transformará
em discussão
árida e
agressiva,
dissera coisas
que, depois, com
a “cabeça mais
fria”
arrependera-se.
Estava com o
peso da culpa
remoendo seus
pensamentos e
sentimentos.
Ao início de
nossa reunião de
estudos de
autoeducação
expressara o seu
estado emocional
negativo.
O coordenador
João disse-lhe:
- Veja que
interessante:
por coincidência
ou não, trouxe
este texto para
ajudar-nos nessa
reflexão sobre a
culpa.
- Então o leia.
Quem sabe
ajudar-me-á
neste estado
emocional em que
me encontro.
- Sim -
respondeu João
–, por certo, a
todos nós. Leio,
então: Como
tratamos a
culpa.
“Todos nós
desejamos estar
em estado
emocional de
harmonia; é uma
meta para o
bem-estar, porém
nem sempre isso
é possível.
Um estado que
desestrutura o
nosso emocional
é a culpa.
Para sentirmos a
culpa,
precisamos ter
um padrão de
comportamento
que nós
respeitamos e
que é aceito e
mesmo exigido
pelo grupo
social a que
pertencemos e
pela cultura
social que nos
envolve.
Desta forma as
infrações às
normas morais,
sociais e mesmo
legais são
variáveis no
tempo, no espaço
e entre as
culturas.
Tais normas têm
muita variação
na cultura
cristã, na
islâmica e na
dos nossos
indígenas, por
exemplo.
Embora essa
diversidade, há,
porém, conceitos
gerais sobre a
culpa quando,
por exemplo,
praticamos atos
que atentam
contra o direito
do próximo. Fere
a sua
integridade
física,
psicológica ou
espiritual.
No entanto,
certos
condicionamentos
vêm desde a
formação
familiar e
podem,
sutilmente,
despertar
sentimento de
culpa quando não
atendemos a
interesses e
mesmo exigências
de familiares e,
por
consequência, de
outras pessoas
além do reduto
doméstico.
A pessoa que
facilmente
coloca o fardo
da culpa sobre
os próprios
ombros tem baixa
autoestima,
portanto, não se
valoriza.
Quando
praticamos um
ato,
pronunciamos uma
palavra que
depois de
realizados nos
arrependemos
deles e sentimos
culpa, a nossa
reação, em
seguida, é de:
a) sentirmos
que, como
pessoa, não
temos valor;
b)
justificarmos, a
qualquer custo,
o nosso
comportamento;
c) ser por
demais doloroso
e difícil
examinarmos o
comportamento
tido como
inadequado.
Quando
praticamos atos
deveremos sempre
ter em mente se
eles foram
nocivos ou não,
se foram
prejudiciais ou
não; se agimos
deliberadamente
desejando fazer
o mal ou, em
nossa ignorância
e imperfeição,
agimos de tal
maneira sem a
deliberação de
lesar ou agredir
o nosso próximo.
A culpa deve ser
um estado
emocional e
mesmo
sentimental que
nos proporcione
a avaliação
daquilo que
fizemos, de
forma sincera e
honesta.
Com essa clareza
de visão
deveremos,
então, agir no
sentido da
reparação do que
não foi bem
feito e, aí,
cada caso é um
caso.
Assim pensando e
agindo,
concluiremos
que:
a) todos nós
temos valor,
independentemente
dos possíveis
atos inadequados
que praticamos,
pois somos
Espíritos em
evolução;
b) deveremos
aceitar o nosso
comportamento e,
mesmo se agimos
por impulso,
reconhecê-lo com
sinceridade e
honestidade;
c) por mais
doloroso que
seja, somente
nos
reequilibraremos
emocional e
sentimentalmente
se admitirmos a
prática daquele
ato.
Consequentemente,
deveremos estar
preparados para
a reparação que
a culpa nos
indica.”
O amigo João
terminou a
leitura e
vagueou o olhar
sobre os
elementos do
grupo de estudo.
Adalberto
adiantou-se:
- Puxa! Que
lição para mim!
Os outros
comentaram, como
se fosse um
jogral:
- Para todos
nós!