Alvorada jovem
Gostaria de
iniciar esse
artigo falando
das revistas
National
Geographic
Brasil (no
140/Nov/2011),
ISTO É (no
2.189/Out/2011),
e CULT (no
157/Mai/2011),
que dedicaram as
suas edições
citadas sobre a
temática da
peculiaridade do
período chamado
de “Juventude”,
à luz das
recentes
descobertas
científicas, no
que tange ao
desenvolvimento
de nosso
cérebro.
De forma
resumida, os
estudos
estampados
nesses
periódicos
indicam que o
cérebro do
adolescente não
é um rascunho do
cérebro de um
adulto e que,
mais do que uma
fase de
transição, a
juventude tem
características
próprias, já que
o cérebro do
Espírito
encarnado, de 12
a 15 anos, passa
por um processo
de remodelagem,
que o torna mais
sofisticado, com
maior velocidade
em suas
conexões, com
aprendizados e
vivências
próprias, para
além da
construção
social que é a
juventude.
No aspecto
morfológico, os
estudos apontam
características
cerebrais que
confirmam que o
jovem tem uma
busca intensa
por novidades;
que estes tendem
a valorizar as
recompensas em
detrimento das
consequências,
nos famosos
episódios de
imprudência; a
predileção dos
jovens por
emoções fortes;
e ainda, a busca
pelo
estabelecimento
de relações
sociais,
repetindo os
comportamentos
observados, na
força dos grupos
e tribos.
No campo
sociológico,
surgem nessa
época os
questionamentos
dos valores
paternos como
suporte da crise
de identidade e
de
autoafirmação; a
ambiguidade
reinante pela
exaltação da
juventude na
sociedade,
aliada a uma
ausência de
reconhecimento
social; o
rompimento da
família
patriarcal
combinada a uma
inserção tardia
no mercado de
trabalho,
alongando a
adolescência; e,
por fim, a
exaltação do
corpo perfeito e
a força dele
advinda, como
elemento de
violência
concreta ou
simbólica.
Apesar de o
senso comum
ratificar essas
conclusões, a
inovação está no
reconhecimento
da juventude com
peculiaridades,
para além de uma
transição
criança-adulto,
e que, apesar de
ser vista como
uma fase
problema a ser
suportada pela
família, é um
período
singular, que
exige abordagens
próprias,
inclusive no
campo da
educação
espírita.
Entender essas
peculiaridades
que sofrem
influências da
classe social,
gênero, geração,
localização
geográfica, mas
que, ainda
assim, trazem
regularidades,
nos faz ver o
jovem mais do
que apenas o
futuro da casa
espírita ou
aqueles que
lembramos no
momento de
carregar
cadeiras – como,
infelizmente, se
vê ainda. São
Espíritos
encarnados em um
período
específico, que
demandam ações
educativas
direcionadas a
essas
especificidades.
A abordagem
educativa deve
abrir espaços
para
descobertas,
valorizar o
reconhecimento
da categoria
juvenil como
autônoma e
destinar a
estes, no seu
microcosmo, o
protagonismo que
permita as
emoções de fazer
e acontecer.
Quanto às
relações de
jovens e outros
grupos de
adultos, que o
convívio permita
o aprendizado
mútuo, de fases
diferentes e
gerações
distintas, com
respeito e
intercâmbio.
O grupo de
referência dos
jovens e as suas
iniciativas deve
ser respeitado,
no estímulo de
valores
fraternos. A
responsabilização
deve ser gradual
e deve-se
garantir a
resposta clara
frente ao
questionamento
de valores,
somado à
autonomia que
permita o erro e
a reflexão.
As diversas
realidades do
movimento
espírita revelam
espaços e tempos
de proibição de
atividades de
jovens, de
rotulações, de
isolamentos, de
perseguições, de
negações... Mas
também apontam
experiências
maravilhosas de
jovens nos
diversos campos
da atividade
espírita,
fazendo a
diferença, no
fazer e no
falar.
A casa espírita
como um todo,
para além do
setor de
Infância e
Juventude, deve
considerar com
carinho as
peculiaridades e
potencialidades
dessa fase ímpar
da vida do
Espírito
encarnado, que
traz a beleza e
a força como
marca, mas
também os
desafios da
construção da
identidade e do
gosto pelas
emoções, para
que esse período
seja divertido,
mas também
construtivo.