PEDRO
DE ALMEIDA LOBO
lobocmemtms@terra.com.br
Campo Grande, MS
(Brasil)
No Espiritismo não
existe
“pai de
santo”
Expressar o
sentimento é um dos
direitos sagrados e
inalienáveis na
democracia. Ninguém
tem poderes para
cercear alguém de
fazê-lo. Isso é
indiscutível. Porém,
utilizar-se dessa
prerrogativa
democrática para
achincalhar,
discriminar, atingir
pejorativamente de
qualquer forma, meio
ou maneira, pessoa
física ou jurídica,
é irresponsabilidade
tão grande que
atinge os degraus
nefandos da
leviandade.
Em se tratando de
meios de
comunicação, que
muitas vezes formam
opinião, antes de
publicar uma
notícia, devem eles
procurar a verdade.
Se não for assim, em
certos casos,
poderão macular um
dos princípios
fundamentais do
jornalismo, que é
informar com
objetividade,
clareza e isenção de
ideias preconcebidas
de quem fala ou
escreve.
Para tanto, os
profissionais que se
prezam devem possuir
uma gama de
conhecimentos gerais
que envolvem a
humanidade,
sociedade, família e
as variadas
atividades humanas.
Caso contrário,
correm o risco de
prestar desserviço à
população.
Em se tratando de
religião,
principalmente no
momento em que
vivemos, esses
aspectos não podem
dormitar nas raias
nocivas dos achismos,
sob pena de
confundir as
pessoas.
No ano passado,
assisti a uma
reportagem pela
televisão dando
conta de que em
determinado local
pessoa cognominada e
respeitada como “pai
de santo”
utilizava-se de
crianças para
práticas espíritas.
Isto é lamentável.
Mas o mais triste é
a demonstração da
falta de
conhecimento de
história geral, do
Brasil e das
religiões.
No Espiritismo não
existe “pai de
santo”. Essa
denominação é
utilizada em outras
filosofias
religiosas. Deixamos
de citar nomes para
não confundir ainda
mais quem já esteja
confuso.
A Filosofia Espírita
que é ensinada,
explicada, instruída
e exemplificada pela
Doutrina Espírita
codificada por Allan
Kardec dá segurança
científica,
filosófica e
religiosa para os
trabalhos
espiritistas, que
não possuem rituais,
simbolismos, crenças
exteriores,
promessas, milagres,
cultos aos mortos,
“pai ou mãe de
santo”, sacerdote,
diácono, pastor,
bispo e outras
denominações
hierárquicas. Nem
usam vela,
condecorações,
paramentos ou
vestimentas
sacramentais.
As sociedades
espíritas,
conhecidas como
centro espírita,
união espírita,
grupo espírita, são
sociedades
religiosas
espíritas,
filantrópicas, sem
fins lucrativos, que
não exigem pagamento
de dízimo nem
oferta.
Não utilizam
pessoas, tampouco
objetos, para
concretizarem
finalidades
presumidas ou
propostas. São
regidas por Estatuto
que dita todas as
normas lidas,
estudadas e votadas
na Assembleia Geral
e outras resoluções
nas Assembleias
Gerais
Extraordinárias, que
norteiam as atitudes
da Diretoria
Executiva e do
Conselho Fiscal
eleitos pelos
associados.
Os trabalhadores –
bem como seus
médiuns – são
pessoas comuns que
primam pelo estudo
das obras básicas
codificadas por
Allan Kardec: O
Livro dos Espíritos,
O Livro dos Médiuns,
O Evangelho segundo
o Espiritismo, O Céu
e o Inferno e a
Gênese, além de
outras
complementares de
autores espíritas,
sérios e
consagrados, e
também as
subsidiárias de
autores diversos.
Por tudo isso, e
outras
particularidades,
seria de bom alvitre
que os profissionais
de comunicação,
antes de publicar
notícias religiosas,
tivessem a humildade
de consultar as
entidades
representativas de
cada religião para
disseminarem a
verdade.