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Esperanto em destaque
Ano 6 - N° 262 - 27 de Maio de 2012
LEONARDO CASSANHO FORSTER
leo.cassanho@yahoo.com.br
Cuiabá, MT (Brasil)

 

“Ni semas kaj semas” – Já escreveu em versos Zamenhof

O leitor observará que a seção desta semana trata de semeadores e semeaduras. Infelizmente cometendo sérias injustiças; muitas, por ser impossível comportar todo tema em sua abrangência (se considerados tantos esperantistas cujo desvelo e dedicação à causa do idioma internacional têm rendido bons sacrifícios), e outras tantas injustiças, por não poder se dedicar com profundidade aos tópicos escolhidos para ilustrar o caminho do Esperanto de ontem e hoje. Faltam linhas, falta fôlego.

Mas adiante, “antaŭen senfine” !

Vitória atual

Não há dúvidas, a vida do esperantista convicto é uma eterna semeadura, assim como é a vida de todos aqueles que têm um ideal. Em O Consolador de número 260, nesta seção, noticiamos sobre um importante exame internacional de proficiência no “idioma da paz”. Para lembrar nossos leitores, transcrevemos um trecho relevante:

“Está para se realizar em Curitiba, no dia 9 de junho, um exame de proficiência em Esperanto, segundo o QECR (Quadro Europeu de Referências para Línguas).”

Nesta semana, gostaríamos de fazer jus aos bastidores da notícia, pois o exame só acontecerá graças a uma negociação entre a Associação Paranaense de Esperanto e o Centro de Línguas e Intercultura (CELIN) da UFPR. O exame ocorrerá, inclusive, no próprio campus da universidade.

O verso de Zamenhof “semeamos e semeamos” ecoa há 125 anos, e a este eco juntam-se sempre novas vozes – seja no Paraná ou na cidade de Busan, na Coreia do Sul.

Para ler mais sobre o exame:

http://londrinaesperantogrupo.blogspot.com.br/2012/05/ker-ekzameno.html

Zamenhof, o Doutor Esperanto

A vida do criador do Esperanto é um exemplo de abnegação e idealismo, de espírito de luta e resiliência, de amor e perseverança, de ciência e espirituosidade, de senso de dever e de fé no futuro. A vida de Zamenhof é por si só uma inspiração digna das almas que procuram por horizontes mais vastos, sintonizados com os ideais de tolerância e fraternidade. 

Sua memória precisa ser conhecida, cultivada, contada às novas gerações, para que o brilho verde da esperança renove-se e intensifique-se, e para que o sentimento de alteridade firme-se nos corações desejosos de paz e respeito entre as nações.

O livro Doutor Esperanto, de Walter Francini, editado pela FEB, apresenta com lirismo e maestria a biografia do médico polonês que não somente criou o língua internacional neutra, como também dedicou sua vida para que ela transcendesse seu tempo.

Infelizmente a FEB não dispõe atualmente do livro para venda, mas quem encontrá-lo não deve perder a chance de ler essa história real e comovente.

Uberaba, 2 de janeiro de 1976

Nessa data, Emmanuel, por meio das mãos de Chico Xavier, escrevia: “Aqueles que atingiram a Espiritualidade Superior não cessam de criar alegria e cultura, elevação e beleza”. O querido guia de Chico e, por que não dizer, de todos os espíritas, referia-se ao espírito Francisco Valdomiro Lorenz, que trazia dos escaninhos da Espiritualidade uma história belíssima a respeito do Esperanto.

Antes de mencioná-la, no entanto, ressaltamos que a Língua Internacional não pertence a nenhuma religião, doutrina ou filosofia, e tem por única diretriz a chamada “ideia interna”, ensinada por Zamenhof como um ideal de respeito mútuo entre os povos. Os espíritas, portanto, estão entre muitos outros cuja religião, e ponto de vista doutrinário e filosófico, afiniza-se com esse ideal, que em essência pode ser chamado cristão.

Feitas as ressalvas, voltemos a Lorenz, que nos elucida acerca das atividades de Zamenhof antes de encarnar-se na Polônia, e de sua função missionária em relação ao Esperanto, cujas bases já haviam sido formuladas na espiritualidade.

Lorenz trouxe à luz, graças também a Chico Xavier, o livro Esperanto como Revelação (Esperanto kiel Revelacio), que a FEB publicou em edição bilíngue, português - esperanto.

Hoje é possível baixar a obra em português (infelizmente não tão completa quanto a edição da FEB).

Confira: https://docs.google.com/file/

Francisco Valdomiro Lorenz: o espírito comunicante?

Em 1872, nascia onde hoje é a República Checa, aquele que seria um grande conhecedor de inúmeras línguas, Francisco Valdomiro Lorenz. Isso porque, aos 17 anos, segundo o que se conta em sua biografia, dominava todas as línguas eslavas, além do latim, do hebraico e do grego. Como se não bastasse, estudava o chinês, idioma do qual foi o tradutor oficial na Checoslováquia. Dedicou-se também ao inglês, francês, italiano, árabe, e às línguas planejadas, volapuque e esperanto. Graças a esta última, manteve contato com Lázaro Luís Zamenhof, seu criador.

Ainda muito jovem, convidado por um amigo e movido pela curiosidade, Lorenz foi a uma sessão espírita na qual, para sua surpresa, uma Entidade lhe revelou: “Atravessarás os mares, separar-te-ão dos teus, e a ti milhares deverão suas luzes espirituais”. Anos depois, por motivos políticos, foge ele para a Pátria do Evangelho, da qual não mais saiu e onde, por fim, fixar-se-á no Rio Grande do Sul.

Como médium espírita, como esperantista e espiritualista, profícua foi sua participação nesses diferentes meios do qual fez parte, legando ao Esperanto suas obras: Plena Lernolibro de Esperanto por Ĉeĥoj, de 1890 (obra dedicada ao ensino de esperanto aos falantes da língua checa); Esperanto sem Mestre, de 1938 (um livro valiosíssimo ao estudo do idioma neutro); Diverskolora Bukedeto, de 1941 (com poemas de 100 línguas diferentes vertidas ao esperanto); Bhagavad-gita, tio estas, sublima kanto pri la senmorteco (tradução feita ao esperanto diretamente do sânscrito, de Bhagavad-gita – a sublime canção) –, isso considerando somente as obras publicadas. Além destas, aos espíritas esperantistas deve ser cara a obra Voĉoj de Poetoj el la Spirita Mondo (Vozes dos Poetas do Mundo Espiritual), de 1944. Este livro, dividido em duas partes, apresenta entre poemas de 6 autores espirituais, poemas de Zamenhof, recebidos em esperanto pelo próprio Lorenz. O prefácio foi escrito por Ismael Gomes Braga, de quem já tratamos em outra edição.

Tendo escrito mais de 50 obras, em 1957, o grande semeador de exemplos e esperança retorna a pátria espiritual para, poucos anos depois, presentear-nos com o Esperanto como Revelação.

Fonte: Esperanto como Revelação / Esperanto kiel Revelacio – Espírito Francisco Valdomiro Lorenz, psicografado por Chico Xavier. Editora: FEB, 1976.

O conteúdo da 1a edição apresenta um prefácio de Emmanuel, biografias de Chico e Lorenz, e algumas considerações sobre o Esperanto no Brasil e no mundo, bem como noções de sua gramática. 

BAES ou ABEE – e os Espíritas Esperantistas

A Brazila Asocio de Esperantistoj-Spiritistoj ou Associação Brasileira de Esperantistas Espíritas, além de um site, possui um grupo de discussões por meio do qual é possível inteirar-se melhor sobre o movimento espírita no que concerne ao esperanto.

Alertamos, no entanto, (e somos firmes ao afirmar) que a participação nesse grupo não isenta o caro leitor da necessidade de acompanhar nossa seção.

Site da BAES: http://esperanto-spiritismo.org/baes.htm

Grupo de discussão: http://br.groups.yahoo.com/group/esperanto

 

André Luiz e mais um conselho para você!

A cada semana, propomos uma frase de André Luiz, do livro Sinal Verde, psicografado por Chico Xavier, vertida ao esperanto por Allan Kardec Afonso Costa.

Nesta, apresentamos a tradução da frase proposta na semana passada:  

“Antaŭ ol foriri por plenumado de viaj taskoj, rememoru, ke estas necese beni la vivon, por ke la vivo nin benu.” 

“Antes de sair para execução de suas tarefas, lembre-se de que é preciso abençoar a vida para que a vida nos abençoe.”

E agora um pensamento singelo: “Ĉiu saluto devas bazi sin sur pensoj de paco kaj ĝojo.”

Até a próxima!



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita