MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
26)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. Como definir a
simbiose espiritual que
se efetua em condições
infelizes?
É a simbiose na qual o
desencarnado permanece
eivado de ódio ou
perversidade enfermiça
ao pé das próprias
vítimas, inoculando-lhes
fluidos letais, seja
copiando a ação do
cogumelo que se faz
verdugo da orquídea,
impulsionando-a a
situações anormais,
quando não lhe impõe
lentamente a morte, seja
reproduzindo a atitude
das algas invasoras no
corpo dos anelídeos,
conduzindo-os a longas
perturbações.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XIV, pág. 109.)
B. O fenômeno da
simbiose espiritual é
algo recente na história
humana?
Não. A simbiose
espiritual existe entre
os homens desde as eras
mais remotas, em
multifários processos de
mediunismo consciente ou
inconsciente, através
dos quais os chamados
“mortos”, traumatizados
ou ignorantes, fracos ou
indecisos, se aglutinam,
em grande parte, ao
“habitat” dos chamados
“vivos”,
partilhando-lhes a
existência, a
absorver-lhes
parcialmente a
vitalidade, até que os
próprios Espíritos
encarnados, com a força
do seu próprio trabalho,
no estudo edificante e
nas virtudes vividas,
lhes ofereçam material
para mais amplas
meditações, pelas quais
se habilitem à
necessária transformação
com que se adaptem a
novos caminhos.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XIV, pp. 109 e
110.)
C. Que são parasitas
temporários?
Os parasitas
temporários são os
que apenas
transitoriamente visitam
os hospedadores, como as
sanguessugas e quase
todos os insetos
hematófagos,
diferentemente dos
parasitas permanentes,
que dispõem de um
hospedador exclusivo e a
cuja existência se
encontram ajustados por
laços indissolúveis.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XV, pp. 112 a
114.)
Texto para leitura
101. Outros
processos simbióticos
- De outras vezes, o
desencarnado que teme as
experiências do Mundo
Espiritual ou que
insiste em prender-se
por egoísmo aos que
jazem na retaguarda, se
possui inteligência mais
vasta que a do
hospedeiro, inspira-lhe
atividade progressiva
que resulta em benefício
do meio a que se
vincula, tal como sucede
com a bactéria
nitrificadora na raiz da
leguminosa. Noutras
circunstâncias, porém,
efetua-se a simbiose em
condições infelizes, nas
quais o desencarnado
permanece eivado de ódio
ou perversidade
enfermiça ao pé das
próprias vítimas,
inoculando-lhes fluidos
letais, seja copiando a
ação do cogumelo que se
faz verdugo da orquídea,
impulsionando-a a
situações anormais,
quando não lhe impõe
lentamente a morte, seja
reproduzindo a atitude
das algas invasoras no
corpo dos anelídeos,
conduzindo-os a longas
perturbações, fenômenos
esses, no entanto, que
capitularemos com
apontamentos breves, em
torno do vampirismo,
como responsável por
vários distúrbios do
corpo espiritual a se
estamparem no corpo
físico. (Evolução em
dois Mundos, Primeira
Parte, cap. XIV, pág.
109.)
102. Ancianidade
da simbiose espiritual
- É preciso entender que
a simbiose espiritual
permanece entre os
homens, desde as eras
mais remotas, em
multifários processos de
mediunismo consciente ou
inconsciente, através
dos quais os chamados
“mortos”, traumatizados
ou ignorantes, fracos ou
indecisos, se aglutinam,
em grande parte, ao
“habitat” dos chamados
“vivos”,
partilhando-lhes a
existência, a
absorver-lhes
parcialmente a
vitalidade, até que os
próprios Espíritos
encarnados, com a força
do seu próprio trabalho,
no estudo edificante e
nas virtudes vividas,
lhes ofereçam material
para mais amplas
meditações, pelas quais
se habilitem à
necessária transformação
com que se adaptem a
novos caminhos e aceitem
encargos novos, à frente
da evolução deles
mesmos, no rumo de
esferas mais elevadas.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XIV, pp. 109 e
110.)
103. Parasitismo
nos reinos inferiores
- Para compreender as
ocorrências da obsessão
e do vampirismo no
veículo
fisiopsicossomático, é
importante lembrar os
fenômenos do parasitismo
nos reinos inferiores da
Natureza. Além das
simbioses fisiológicas,
em que microorganismos
se albergam no trato
intestinal dos seus
hospedadores,
apropriando-se de seus
sucos nutritivos, mas
gerando substâncias
úteis à existência dos
anfitriões,
encontraremos a
associação parasitária,
no domínio dos animais,
à maneira de uma
sociedade em que uma das
partes, quase sempre
após associar-se com
astúcia, criou para si
mesma vantagens
especiais, com manifesto
prejuízo para a outra,
que passa, em seguida, à
condição de vítima.
Nesse desequilíbrio, as
vítimas se acomodam, por
tempo indeterminado, à
pressão externa dos
verdugos. Mas, em outras
eventualidades,
sofrem-lhes a
intromissão direta na
intimidade dos próprios
tecidos, em ocupação
impertinente que
degenera, às vezes, em
conflito destruidor e,
na maioria dos casos, se
transforma num acordo de
tolerância, por
necessidade de
adaptação, perdurando
até à morte dos
hospedeiros espoliados,
chegando mesmo a
originar os
remanescentes das
agregações imensamente
demoradas no tempo,
interferindo nos
princípios da
hereditariedade, como
raízes do conquistador,
a se entranharem nas
células invadidas.
Apreciando a situação
dos parasitas, perante
os hospedadores,
temo-los por
ectoparasitas,
quando limitam a própria
ação às zonas de
superfície, e
endoparasitas,
quando se alojam nas
reentrâncias do corpo a
que se impõem. Toda
simbiose exploradora de
longo curso,
principalmente a que se
verifica no campo
interno, resulta de
adaptação progressiva
entre o hospedador e o
parasita, os quais,
embora reagindo um sobre
o outro, lentamente
concordam na sociedade
em que persistem, sem
que o hospedador
considere os riscos e as
perdas a que se expõe.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XV, pp. 111 e 112.)
104.
Transformações dos
parasitas -
Temos, assim, nos
acontecimentos dessa
ordem, os parasitas
temporários, como as
sanguessugas e quase
todos os insetos
hematófagos, que apenas
transitoriamente visitam
os hospedadores; os
ocasionais ou
pseudoparasitas, que
sistematicamente não são
parasitas, mas que
vampirizam outros
animais, quando as
situações do ambiente a
isso os conduzam; os
permanentes de
desenvolvimento direto,
que dispõem de um
hospedador exclusivo e a
cuja existência se
encontram ajustados por
laços indissolúveis; os
parasitas
heteroxênicos, que
se fazem adultos, em
ciclo biológico
determinado, contando
com um ou mais
hospedeiros
intermediários, quando
se encontram em período
larval, para atingirem a
forma completa no
hospedeiro definitivo;
os hiperparasitas,
que são parasitas de
outros parasitas.
Entenda-se, porém, que o
parasitismo entre os
animais não decorre de
uma condição natural,
mas de uma autêntica
adaptação deles a modo
particular de
comportamento. É justo,
pois, admitir que eles
se inclinem para novos
característicos na
espécie. Assim é que o
parasita, no regime de
adaptação, experimenta
mutações de vulto a se
lhe exprimirem na forma,
por reduções ou
acentuações orgânicas.
De outras vezes, quando
o parasita costuma
ingerir grande massa de
sangue, demonstra
desenvolvimento anormal
do intestino médio, que
se transforma em bolsa
volumosa a funcionar por
depósito de reserva,
onde a assimilação se
opera, vagarosa, para
que esses animais, como
as sanguessugas e os
mosquitos, se
sobreponham a longos
jejuns eventuais.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XV, pp. 112 a 114.)
Glossário:
Anelídeo:
animal invertebrado,
alongado, de secção
circular e segmentado;
ao grupo pertencem as
minhocas e sanguessugas.
Bactéria Nitrificadora:
agente de nitrificação,
isto é, de
transformação, no solo,
do amoníaco (combinação
do nitrogênio e
hidrogênio) em
substâncias de ação
fertilizante.
Bactéria:
designação de organismos
microscópicos,
unicelulares (uma só
célula), de numerosas
espécies, que se
reproduzem por
cissiparidade (divisão
transversal), havendo as
bactérias essenciais ao
sustento da vida, e as
patogênicas (geram
doenças).
Cogumelo:
designação comum a
inúmeras plantas
criptogâmicas. Há
cogumelos microscópicos
e macroscópicos, de
porte variável, muitos
destes venenosos e
alguns comestíveis. É
também conhecido como
fungo, havendo os de
vida parasitária e os de
vida livre.
Ectoparasito:
parasito que vive na
superfície de outros
seres vivos. Ex.:
numerosos fungos,
ervas-de-passarinho,
piolhos.
Endoparasito:
parasito que vive no
interior do organismo de
outros animais. Ex.:
vermes intestinais.
Fisiopsicossomático:
que pertence,
simultaneamente, aos
domínios do corpo físico
e do psicossoma (corpo
espiritual ou
perispírito).
Habitat:
lugar com
características
ecológicas próprias para
servir de habitação a um
organismo ou a uma
população.
Hematófago:
animal que se alimenta
de sangue.
Heteroxênico:
relativo aos parasitos
que, durante sua vida,
se desenvolvem no
organismo de hospedeiros
diferentes.
Hiperparasito:
parasito que tem como
hospedeiro outro
parasito.
Hospedador:
no parasitismo, um
organismo em que vive
outro como parasito.
Hospedeiro:
mesmo que hospedador.
Larva:
o primeiro estágio por
que passam certas
espécies animais antes
de atingirem a fase
adulta.
Orquidácea:
grupo de plantas a que
pertencem as orquídeas,
e que vivem basicamente
nos países tropicais,
sendo inúmeras as
espécies. São vegetais
epífitos, isto é, que
crescem sobre outros sem
parasitá-los.
Parasitismo:
associação entre dois
seres de espécies
diferentes, na qual um
se beneficia com o
prejuízo do outro. Para
viver, o parasito
depende de seu
hospedeiro, que ele não
destrói, mas explora,
causando-lhe dano. Em
certos casos, essa
peculiar associação pode
produzir, no correr do
tempo, a morte do
hospedeiro.
Parasito:
organismo que retira o
alimento de outro
organismo.
Pseudoparasito:
animal de vida livre
que, casual ou
acidentalmente, se fixa
corpo de outro animal,
simulando um parasito.
Sanguessuga:
verme do filo dos
anelídeos, da classe dos
hirudíneos, que habita
as águas doces e tem
ventosas com que se liga
aos animais a fim de
sugar-lhes o sangue. É
de uso medicinal para
provocar sangrias desde
a época romana.
Simbiose:
associação de dois seres
de espécie distinta, com
influência de um sobre o
outro, ou de ambos entre
si, podendo essas
relações, ser úteis ou
prejudiciais às duas
partes, favoráveis ou
nocivas para uma delas
apenas.
Trato:
sistema de órgãos ou
partes do corpo com
determinada função.
Vampirismo:
processo de domínio ou
exploração psíquica,
levado a efeito por
entidade desencarnada,
sobre aquele que está
submetido à influência
de tal entidade.
Nota:
Muitos termos técnicos
usados na obra em estudo
não se encontram nos
dicionários que
comumente consultamos.
Clicando no link abaixo,
o leitor terá acesso ao
texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
http://www.OCONSOLADOR\linkfixo\estudosespiritas\andreluiz\Elucidario.pdf