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Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 262 - 27 de Maio de 2012

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

Evolução em Dois Mundos

André Luiz

(Parte 26)

Damos continuidade ao estudo da obra Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1959 pela Federação Espírita Brasileira.

Antes de ler as questões e o texto indicado para leitura, sugerimos ao leitor que veja, primeiro, as notas constantes do glossário pertinente ao estudo desta semana.

Questões preliminares 

A. Como definir a simbiose espiritual que se efetua em condições infelizes?

É a simbiose na qual o desencarnado permanece eivado de ódio ou perversidade enfermiça ao pé das próprias vítimas, inoculando-lhes fluidos letais, seja copiando a ação do cogumelo que se faz verdugo da orquídea, impulsionando-a a situações anormais, quando não lhe impõe lentamente a morte, seja reproduzindo a atitude das algas invasoras no corpo dos anelídeos, conduzindo-os a longas perturbações. (Evolução em dois Mundos, Primeira Parte, cap. XIV, pág. 109.)

B. O fenômeno da simbiose espiritual é algo recente na história humana?

Não. A simbiose espiritual existe entre os homens desde as eras mais remotas, em multifários processos de mediunismo consciente ou inconsciente, através dos quais os chamados “mortos”, traumatizados ou ignorantes, fracos ou indecisos, se aglutinam, em grande parte, ao “habitat” dos chamados “vivos”, partilhando-lhes a existência, a absorver-lhes parcialmente a vitalidade, até que os próprios Espíritos encarnados, com a força do seu próprio trabalho, no estudo edificante e nas virtudes vividas, lhes ofereçam material para mais amplas meditações, pelas quais se habilitem à necessária transformação com que se adaptem a novos caminhos. (Evolução em dois Mundos, Primeira Parte, cap. XIV, pp. 109 e 110.)

C. Que são parasitas temporários?

Os parasitas temporários são os que apenas transitoriamente visitam os hospedadores, como as sanguessugas e quase todos os insetos hematófagos, diferentemente dos parasitas permanentes, que dispõem de um hospedador exclusivo e a cuja existência se encontram ajustados por laços indissolúveis. (Evolução em dois Mundos, Primeira Parte, cap. XV, pp. 112 a 114.) 

Texto para leitura 

101. Outros processos simbióticos - De outras vezes, o desencarnado que teme as experiências do Mundo Espiritual ou que insiste em prender-se por egoísmo aos que jazem na retaguarda, se possui inteligência mais vasta que a do hospedeiro, inspira-lhe atividade progressiva que resulta em benefício do meio a que se vincula, tal como sucede com a bactéria nitrificadora na raiz da leguminosa. Noutras circunstâncias, porém, efetua-se a simbiose em condições infelizes, nas quais o desencarnado permanece eivado de ódio ou perversidade enfermiça ao pé das próprias vítimas, inoculando-lhes fluidos letais, seja copiando a ação do cogumelo que se faz verdugo da orquídea, impulsionando-a a situações anormais, quando não lhe impõe lentamente a morte, seja reproduzindo a atitude das algas invasoras no corpo dos anelídeos, conduzindo-os a longas perturbações, fenômenos esses, no entanto, que capitularemos com apontamentos breves, em torno do vampirismo, como responsável por vários distúrbios do corpo espiritual a se estamparem no corpo físico. (Evolução em dois Mundos, Primeira Parte, cap. XIV, pág. 109.) 

102. Ancianidade da simbiose espiritual - É preciso entender que a simbiose espiritual permanece entre os homens, desde as eras mais remotas, em multifários processos de mediunismo consciente ou inconsciente, através dos quais os chamados “mortos”, traumatizados ou ignorantes, fracos ou indecisos, se aglutinam, em grande parte, ao “habitat” dos chamados “vivos”, partilhando-lhes a existência, a absorver-lhes parcialmente a vitalidade, até que os próprios Espíritos encarnados, com a força do seu próprio trabalho, no estudo edificante e nas virtudes vividas, lhes ofereçam material para mais amplas meditações, pelas quais se habilitem à necessária transformação com que se adaptem a novos caminhos e aceitem encargos novos, à frente da evolução deles mesmos, no rumo de esferas mais elevadas. (Evolução em dois Mundos, Primeira Parte, cap. XIV, pp. 109 e 110.)  

103. Parasitismo nos reinos inferiores - Para compreender as ocorrências da obsessão e do vampirismo no veículo fisiopsicossomático, é importante lembrar os fenômenos do parasitismo nos reinos inferiores da Natureza. Além das simbioses fisiológicas, em que microorganismos se albergam no trato intestinal dos seus hospedadores, apropriando-se de seus sucos nutritivos, mas gerando substâncias úteis à existência dos anfitriões, encontraremos a associação parasitária, no domínio dos animais, à maneira de uma sociedade em que uma das partes, quase sempre após associar-se com astúcia, criou para si mesma vantagens especiais, com manifesto prejuízo para a outra, que passa, em seguida, à condição de vítima. Nesse desequilíbrio, as vítimas se acomodam, por tempo indeterminado, à pressão externa dos verdugos. Mas, em outras eventualidades, sofrem-lhes a intromissão direta na intimidade dos próprios tecidos, em ocupação impertinente que degenera, às vezes, em conflito destruidor e, na maioria dos casos, se transforma num acordo de tolerância, por necessidade de adaptação, perdurando até à morte dos hospedeiros espoliados, chegando mesmo a originar os remanescentes das agregações imensamente demoradas no tempo, interferindo nos princípios da hereditariedade, como raízes do conquistador, a se entranharem nas células invadidas. Apreciando a situação dos parasitas, perante os hospedadores, temo-los por ectoparasitas, quando limitam a própria ação às zonas de superfície, e endoparasitas, quando se alojam nas reentrâncias do corpo a que se impõem. Toda simbiose exploradora de longo curso, principalmente a que se verifica no campo interno, resulta de adaptação progressiva entre o hospedador e o parasita, os quais, embora reagindo um sobre o outro, lentamente concordam na sociedade em que persistem, sem que o hospedador considere os riscos e as perdas a que se expõe. (Evolução em dois Mundos, Primeira Parte, cap. XV, pp. 111 e 112.) 

104. Transformações dos parasitas - Temos, assim, nos acontecimentos dessa ordem, os parasitas temporários, como as sanguessugas e quase todos os insetos hematófagos, que apenas transitoriamente visitam os hospedadores; os ocasionais ou pseudoparasitas, que sistematicamente não são parasitas, mas que vampirizam outros animais, quando as situações do ambiente a isso os conduzam; os permanentes de desenvolvimento direto, que dispõem de um hospedador exclusivo e a cuja existência se encontram ajustados por laços indissolúveis; os parasitas heteroxênicos, que se fazem adultos, em ciclo biológico determinado, contando com um ou mais hospedeiros intermediários, quando se encontram em período larval, para atingirem a forma completa no hospedeiro definitivo; os hiperparasitas, que são parasitas de outros parasitas. Entenda-se, porém, que o parasitismo entre os animais não decorre de uma condição natural, mas de uma autêntica adaptação deles a modo particular de comportamento. É justo, pois, admitir que eles se inclinem para novos característicos na espécie. Assim é que o parasita, no regime de adaptação, experimenta mutações de vulto a se lhe exprimirem na forma, por reduções ou acentuações orgânicas. De outras vezes, quando o parasita costuma ingerir grande massa de sangue, demonstra desenvolvimento anormal do intestino médio, que se transforma em bolsa volumosa a funcionar por depósito de reserva, onde a assimilação se opera, vagarosa, para que esses animais, como as sanguessugas e os mosquitos, se sobreponham a longos jejuns eventuais. (Evolução em dois Mundos, Primeira Parte, cap. XV, pp. 112 a 114.) 

 

Glossário: 

Anelídeo: animal invertebrado, alongado, de secção circular e segmentado; ao grupo pertencem as minhocas e sanguessugas.

Bactéria Nitrificadora: agente de nitrificação, isto é, de transformação, no solo, do amoníaco (combinação do nitrogênio e hidrogênio) em substâncias de ação fertilizante.

Bactéria: designação de organismos microscópicos, unicelulares (uma só célula), de numerosas espécies, que se reproduzem por cissiparidade (divisão transversal), havendo as bactérias essenciais ao sustento da vida, e as patogênicas (geram doenças).

Cogumelo: designação comum a inúmeras plantas criptogâmicas. Há cogumelos microscópicos e macroscópicos, de porte variável, muitos destes venenosos e alguns comestíveis. É também conhecido como fungo, havendo os de vida parasitária e os de vida livre.

Ectoparasito: parasito que vive na superfície de outros seres vivos. Ex.: numerosos fungos, ervas-de-passarinho, piolhos.

Endoparasito: parasito que vive no interior do organismo de outros animais. Ex.: vermes intestinais.

Fisiopsicossomático: que pertence, simultaneamente, aos domínios do corpo físico e do psicossoma (corpo espiritual ou perispírito).

Habitat: lugar com características ecológicas próprias para servir de habitação a um organismo ou a uma população.

Hematófago: animal que se alimenta de sangue.

Heteroxênico: relativo aos parasitos que, durante sua vida, se desenvolvem no organismo de hospedeiros diferentes.

Hiperparasito: parasito que tem como hospedeiro outro parasito.

Hospedador: no parasitismo, um organismo em que vive outro como parasito.

Hospedeiro: mesmo que hospedador.

Larva: o primeiro estágio por que passam certas espécies animais antes de atingirem a fase adulta.

Orquidácea: grupo de plantas a que pertencem as orquídeas, e que vivem basicamente nos países tropicais, sendo inúmeras as espécies. São vegetais epífitos, isto é, que crescem sobre outros sem parasitá-los.

Parasitismo: associação entre dois seres de espécies diferentes, na qual um se beneficia com o prejuízo do outro. Para viver, o parasito depende de seu hospedeiro, que ele não destrói, mas explora, causando-lhe dano. Em certos casos, essa peculiar associação pode produzir, no correr do tempo, a morte do hospedeiro.

Parasito: organismo que retira o alimento de outro organismo.

Pseudoparasito: animal de vida livre que, casual ou acidentalmente, se fixa corpo de outro animal, simulando um parasito.

Sanguessuga: verme do filo dos anelídeos, da classe dos hirudíneos, que habita as águas doces e tem ventosas com que se liga aos animais a fim de sugar-lhes o sangue. É de uso medicinal para provocar sangrias desde a época romana.

Simbiose: associação de dois seres de espécie distinta, com influência de um sobre o outro, ou de ambos entre si, podendo essas relações, ser úteis ou prejudiciais às duas partes, favoráveis ou nocivas para uma delas apenas.

Trato: sistema de órgãos ou partes do corpo com determinada função.

Vampirismo: processo de domínio ou exploração psíquica, levado a efeito por entidade desencarnada, sobre aquele que está submetido à influência de tal entidade.


Nota
:

Muitos termos técnicos usados na obra em estudo não se encontram nos dicionários que comumente consultamos. Clicando no link abaixo, o leitor terá acesso ao texto integral do livro Elucidário de Evolução em Dois Mundos, elaborado e publicado com esse propósito:
http://www.OCONSOLADOR\linkfixo\estudosespiritas\andreluiz\Elucidario.pdf

 

 


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