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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 262 - 27 de Maio de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 16)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Ante a pergunta de Lisandra: "Por que sou tão infeliz?!", o que sua mãe lhe disse? 

Artêmis, que retinha na sua a mão da filha, respondeu: "Porque a felicidade se encontra onde cada qual coloca o coração, conforme ensinou Jesus. Se você situa as aspirações no prazer fugidiço, no ouro mentiroso e nas paixões que ardem e se apagam breve, a sua ausência produz a des­dita. No entanto, se pensa em paz de consciência, retidão moral e dever corretamente cumprido, como metas de dignidade e honradez, a ventura se estabelecerá  no coração tranquilo..." (Tramas do Destino, cap. 19, págs. 175 a 177.) 

B. Que é felicidade, na verdadeira concepção espírita?  

Eis como Artêmis se expressou com relação à pergunta: "Felicidade, minha filha, é o bem que fazemos, não o gozo que fruímos. Não vemos os mesmos desaires entre opulentos e miseráveis, as mesmas tragédias nos palcos da glória e do fracasso, os mesmos desassossegos nos palácios e nas taperas? A felicidade não resulta do que se tem e do que se frui, mas do que se é e do que se faz. Jesus, podendo permanecer no sólio do Altíssimo, conviveu com as sombras hórridas dos vales humanos, a fim de clarear com insuperável luz as baixadas em que chafurdam as criaturas, fazendo-as anelar pelas cla­ridades estelares do infinito". (Obra citada, cap. 19, págs. 177 e 178.) 

C. Quais são os efeitos da dor?  

Um de seus efeitos é este: submete a rebeldia e alça o Espírito, dignificando-o e fazendo-o ressarcir as misérias impostas anteriormente a outros. A dor tem, pois, função educativa, não punitiva, como muitos pensam. No tocante aos sofrimentos por que passava seu marido e sua filha, Artêmis aprendera, no Espiritismo, que os acontecimen­tos de qualquer natureza obedecem a uma programação bem urdida, pois que nem mesmo uma única folha de árvore cai que não seja pela Vontade do Pai. (Obra citada, cap. 20, págs. 183 e 184.) 

Texto para leitura 

76. O problema da infelicidade - Fora a providencial interferência de sua avó Adelaide que afastou o terrível perseguidor, cuja sanha nefasta não fora aplacada com o insucesso da operação-suicídio. Claro que uma tentativa facilitaria outras, caso não houvesse radical mudança no com­portamento mental da enferma. Os títulos meritórios dos familiares en­gendraram recurso moratório para a endividada, cujo tributo a pagar se tornara mais oneroso em decorrência da agressão à vida. Na verdade, ape­sar da ação nefasta conduzida por Ermínio, Lisandra acalentava, pelo pessimismo e pela rebeldia, o falso propósito de fugir à vida, que mais se agravava ante a sua obstinação e refratariedade em recuperar-se dos desmandos de outrora. Ela recusara sistematicamente a mensagem do Cristo, por preguiça mental e pelo hábito insano de fomentar e cultivar ideias e pensamentos negativos. Muitos pensam evadir-se da responsabili­dade quanto ao suicídio, dizendo não saber o que estavam fazendo, como se alguém, em sã consciência, pudesse ignorar o gravame do suicídio, particularmente no Ocidente, onde o Cristianismo o proscreve e condena. Aliás, salvo os imbecis e outros dementes, todos possuímos na consciên­cia a noção do que é certo ou errado, moral ou imoral. Agora, Lisandra discernia e compreendia o que é ser responsável pelos próprios atos e, pela vez primeira, deu-se conta dos desatinos da sua insensatez e de quanto a genitora – que de nada se queixava – devia amargar, asfixiada no silêncio do martírio. Lembrou-se, então, de cenas que presenciara no lar, com o pai agressivo e a resignação materna, o posterior interna­mento de Rafael na Colônia de Hansenianos e a indescritível angústia que lhe sombreara os olhos claros, que perderam o fulgor primitivo. Pensou na tia Hermelinda, que sacrificara a própria vida para ajudá-los, sem qualquer azedume ou reclamação, e que, ainda, como a própria mãe, se sentia agradecida a Deus!... Perguntou-se, então, por que se sentia tão infeliz, e todos ouviram sua débil voz indagar: "Por que sou tão infe­liz?!" Artêmis, que retinha na sua a mão da filha, respondeu: "Porque a felicidade se encontra onde cada qual coloca o coração, conforme ensinou Jesus. Se você situa as aspirações no prazer fugidiço, no ouro mentiroso e nas paixões que ardem e se apagam breve, a sua ausência produz a des­dita. No entanto, se pensa em paz de consciência, retidão moral e dever corretamente cumprido, como metas de dignidade e honradez, a ventura se estabelecerá  no coração tranquilo..." (Cap. 19, págs. 175 a 177) 

77. O que é felicidade - A mãe explicou-lhe, então, que a Terra não é fim, destino, mas é meio, escola, recurso de que nos utilizamos para as­cender a planos realmente ditosos. "Quem deseja usufruir sem merecer, receber sem dar, colher sem haver semeado, é obrigado a furtar e con­verte-se em indigno beneficiário da vida, que lhe impõe recomeços difí­ceis", acrescentou Artêmis. "Todos podemos conseguir a felicidade, se soubermos e quisermos bem conduzir nossas aspirações. Muitos desejariam um pomar referto, um jardim de messes... Por não consegui-los, desalen­tam-se, esquecidos de que também poderiam tornar-se um arbusto verde no caminho pedregoso, adornando a estrada adusta, ou uma árvore sobran­ceira, mesmo solitária, quebrando a inclemência e aridez da terra..." Dito isto, Artêmis concluiu: "Felicidade, minha filha, é o bem que faze­mos, não o gozo que fruímos. Não vemos os mesmos desaires entre opulen­tos e miseráveis, as mesmas tragédias nos palcos da glória e do fra­casso, os mesmos desassossegos nos palácios e nas taperas? A felicidade não resulta do que se tem e do que se frui, mas do que se é e do que se faz. Jesus, podendo permanecer no sólio do Altíssimo, conviveu com as sombras hórridas dos vales humanos, a fim de clarear com insuperável luz as baixadas em que chafurdam as criaturas, fazendo-as anelar pelas cla­ridades estelares do infinito". A genitora de Lisandra ainda disse ou­tras palavras animadoras, lembrando à filha a necessidade de sair do egoísmo vexatório, insatisfeito, fator da sua inquietação, para descor­tinar belezas e esperanças. Era indispensável, enfim, abrir-se à luz, arrebentando as lentes enfumaçadas através das quais ela olhara a vida até aquele momento... O Dr. Armando, que a ouvia fascinado, aplaudiu as palavras da mãe de Lisandra, que na verdade falara sob a inspiração de Adelaide. Lisandra disse-lhe então que sua mãe era espírita, o que foi recebido com alegria pelo médico, que também disse militar nas fileiras do Consolador, onde encontrara o consolo para as feridas da alma, após o acidente com seu filho Wander. (Cap. 19, págs. 177 e 178) 

78. O bem acaba vencendo o mal - Dr. Armando contou então que vinha in­jetando no filho o óleo canforado da alegria de viver, apesar do aci­dente que o tornara paralítico. "Só a reencarnação me explicou suficien­temente o transe por que passamos. Minha mulher, após alguma relutância, tornou-se espírita, igualmente", informou o médico, que esclareceu haver desejado muitas vezes falar a Artêmis sobre a Doutrina, mas não se atre­veu a isso. Ela explicou então que foi Cândido quem a iniciara no Espi­ritismo, tal como ele fizera ao médico, mantendo contudo reserva sobre ambas as conversões, como verdadeiro espírita que era: sincero, humilde e nobre. Dr. Armando perguntou se Rafael sabia que a família aderira ao Espiritismo. Artêmis contou então que ele também se fizera espírita, graças ao trabalho de Cândido, um indivíduo que tornou a vida uma verda­deira pregação e que discretamente ia semeando, despertando vidas para Jesus. O médico percebera as transformações por que passara Rafael, mas não atinava com os motivos. A conversação no quarto de Lisandra continuou auspiciosa por mais alguns minutos, findos os quais o Dr. Armando disse que seria dada alta a Lisandra dentro de dois dias, quando ele próprio a levaria à sua casa. "Não há  por que se preocuparem mais", as­severou o médico. "Entreguemos os resultados a Jesus e deixemo-la, agora, repousar." As despedidas foram afetuosas e amenas, retornando as duas almas irmãs, reanimadas, para o labor do futuro. O bem e a fé venciam a astúcia do mal, a agressão da incredulidade. (Cap. 19, págs. 179 e 180) 

79. Os tormentos de Rafael - No dia seguinte ao incidente ocorrido com Lisandra, quando Cândido chegou à Colônia, Rafael o procurou, apreen­sivo. Ele tivera uma noite de torpes pesadelos e estava sentindo-se muito indisposto. Cândido nada revelou sobre o incidente, e Rafael pros­seguiu dizendo que pressentimentos vinagrosos o assaltavam, fazendo-o experimentar incontida agonia interior. Ele dizia, então, poder atinar, enfim, com os males que com certeza praticara, em face das inquietações que o consumiam. "Sinto na alma e no corpo", declarou Rafael, "a violên­cia dos danos que me dilaceram, respondendo aos apelos das minhas desdi­tosas vítimas. Embora o infinito consolo que encontro no Espiritismo, percebo-me enlouquecer, à semelhança da minha desventurada filha, lenta, porém seguramente". O hanseniano disse deparar-se com as vítimas de suas delinquências transatas, ressumando ódio e aguardando vertê-lo sobre ele próprio. O enfermeiro, que o ouvia e observava, em prece verificou nele, estampadas, as garras da enfermidade rigorosa. As mutilações fa­ziam-se visíveis. O rosto, demasiadamente deformado, volumoso, retinha os lepromas em degenerescência; a expressão leonina, os olhos avermelha­dos e as pálpebras feridas, as abas das narinas carcomidas produziam compaixão. (N.R.: Leproma ‚ nódulo granulomatoso superficial que cons­titui a lesão característica da lepra.) As mãos padeciam os reflexos das amputações de alguns dedos, o mesmo ocorrendo com os pés que completavam o quadro externo, numa visão constrangedora do sofrido senhor. Um senti­mento de funda piedade e insopitável manifestação de amor assaltou Cân­dido que, intuitivamente, compreendia serem aqueles, apenas, os princí­pios das dores... Ele conhecia por experiência pessoal a agudeza das co­branças morais promovidas pelos desafetos, quando se sentem defraudados e se resolvem, enlouquecidos, justiçar os seus verdugos, fazendo-se, a seu turno, arbitrários sicários. Empedernidos nos sentimentos, baldos de emoções enobrecedoras, insaciáveis na fúria da punição, chegado o mo­mento do ajuste de contas, convertem-se em chacais, cuja sanha não cessa, mesmo quando os despojos das presas nada mais podem oferecer. Contemplando, então, o enfermo, disse: "Não se desalente, nem se arre­ceie. Seus pressentimentos tormentosos são justos, seus pesadelos proce­dem. Quem de nós pode olhar para trás sem defrontar a horda de infelizes que se asselvajaram por nossas inconsequências?" (Cap. 20, págs. 181 e 182) 

80. Lisandra volta ao mutismo de antes - Cândido exortou-o, assim, a manter a coragem e a inalterável confiança em Deus, com o que poderia combater de espírito forte e resoluto, rumando para os objetivos de sua liberação definitiva. Era primordial ter o ânimo inquebrantável nos pro­pósitos de reparar todo mal e recuperar o bem perdido, sabendo que cada um recolhe conforme espalha, porque Deus é o Pai Amantíssimo de todos nós. O enfermeiro deu, depois, ante as perguntas de Rafael, notícias de sua casa. Lisandra estava internada no Pronto-Socorro, mas fora de pe­rigo, em franco refazimento. E minudenciou a ocorrência, buscando dar-lhe um tom natural, de modo a diminuir o impacto da notícia, acalmando o genitor perplexo. O acabrunhamento de Rafael foi, porém, evidente e di­zia da profunda mágoa que se apossava do enfermo. Contudo, a palavra amiga do enfermeiro encarregou-se de erguer-lhe o ânimo e de incitá-lo ao aproveitamento das horas, com o consequente lucro da aflição bem re­cebida. A dor tem essa função sublime: submete a rebeldia e alça o espí­rito, dignificando-o e fazendo-o ressarcir as misérias impostas ante­riormente a outros. Nos dias subsequentes, como o Dr. Armando Passos também mantivesse com ele salutares e eficientes conversações, desve­lando sua própria condição de espírita militante, Rafael recuperou-se moralmente do abalo, embora dificilmente lhe desaparecessem o constran­gimento e a decepção defluentes da malograda agressão da Treva. Retor­nando ao lar, Lisandra voltou ao mutismo e à infelicidade que lhe apete­cia entreter, sendo inúteis todos os chamamentos do carinho materno e as advertências dos novos amigos. Ela recusava-se a sair do quarto e encer­rava-se, cativa, nas sombras das janelas e porta fechadas. Negou-se tam­bém a participar das reuniões espíritas no Centro, e só a custo assentia em assistir às orações conjuntas no lar. A família Ferguson já  havia sido admitida nos trabalhos mediúnicos da Sociedade Espírita, após a fase de preparação, e, atendendo às sugestões da médium Epifânia, Li­sandra não fora forçada a ir, contra sua vontade, ao Centro. Em ocasião oportuna, Natércio, mentor da dedicada médium, informou que os problemas espirituais relativos à família de Artêmis seriam atendidos por etapas. Esta exultou em silêncio, porque soubera confiar em Deus e esperar, sem importunar com insistências inconvenientes os diretores daquela insti­tuição. A sofrida mulher aprendera, no Espiritismo, que os acontecimen­tos de qualquer natureza obedecem a uma programação bem urdida, pois que nem mesmo uma única folha de árvore cai que não seja pela Vontade do Pai. (Cap. 20, págs. 183 e 184) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita