JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
Flores e
esperança
“Deixai que
venham a mim as
criancinhas e
não as impeçais,
porque o reino
dos céus é para
aqueles que se
lhes
assemelham... E
as tendo
abraçado, as
abençoou,
impondo-lhes as
mãos...” –
Marcos (cap. 10,
versículos 13 a
16.)
A reencarnação –
ou seja, as
vidas sucessivas
do Espírito para
seu
aprimoramento,
sua evolução,
para alcançar a
plenitude
espiritual e a
felicidade – é a
grande fonte de
consolo para os
homens, no
momento em que
sua compreensão
esclarece a
Justiça Divina.
A doutrina
espírita
torna-se a fonte
da água viva da
consolação,
enxugando as
lágrimas humanas
com a fé
racional e a
esperança.
A nova geração
sempre é
mencionada,
esperanças têm
sido depositadas
nos Espíritos
que estão
reencarnando no
planeta, os
quais,
teoricamente,
deveriam estar
em situação mais
amorosa e melhor
do que aqueles
que partem.
Estamos, no
entanto,
observando
extremos:
aqueles que já
demonstram muito
amor e são
carinhosos,
sabendo
distribuir afeto
e tendo
compaixão pelos
sofrimentos
alheios, e os
agressivos,
indiferentes à
dor dos
passantes,
muitas vezes
provocadores de
dores nos
semelhantes.
Espíritos
violentos desde
o berço, ao
nascerem, ou
amorosos desde
que nascem! É o
momento crucial
da separação do
joio e do trigo.
As máscaras
caem, os
sentimentos se
revelam, momento
em que quem
segue
verdadeiramente
o bem e o amor
deve manter-se
fiel na linha
reta em direção
à paz da
consciência, sem
jamais desistir,
apesar dos
percalços da
jornada árdua da
luta humana,
apesar das
incompreensões
de que é vítima.
A mídia tem
investido muito
em notícias de
crimes,
mostrando
crianças agindo
com crueldade, o
que leva muitos
a duvidarem
dessa geração.
Fomenta-se a
desesperança,
mas é a
propaganda do
mal. Não nos
enganemos, o bem
há de triunfar
sobre a Terra. O
amor tem
crescido muito e
está operante;
silenciosamente,
mas
incessantemente,
o amor continua
o seu labor,
portas adentro
do coração dos
homens.
Seria bom que as
pessoas de vez
em quando
desligassem um
pouco a TV,
quando esta
estiver
divulgando o
mal, não fugindo
da necessidade
da informação,
mas demonstrando
que, bem
informados sobre
tudo, estamos
cansados da
divulgação do
mal e queremos
mais a
divulgação do
maravilhoso bem
que vive em toda
a parte, em
gestos de amor
que acontecem o
tempo todo.
Faz-se
necessária a
maior propaganda
do bem para que
ele incendeie os
ainda tíbios e
dê-lhes coragem
nessa hora
difícil que
atravessamos.
Relataremos um
fato que
vivenciamos que
nos deu
esperanças nessa
nova geração,
esperança que o
conhecimento
espírita tem
mantido acesa
mesmo quando
vemos tantas
notícias
tristes.
Há uma semana
plantamos num
gramado em
frente do nosso
prédio várias
roseiras.
Fizemos um
círculo com nove
roseiras
floridas ao
redor de um
manacá da serra
coberto de
flores. Ficaram
lindas as
roseiras com
rosas de
variadas cores,
amarelas, rosa,
laranja,
brancas,
vermelhas... No
fim da tarde,
quando descemos
para verificar
se tudo estava
bem com as
flores, vimos
uma menininha,
que nos disse
chamar-se
Vitória, de
cerca de três
anos, delicada,
cabelos
castanho-claros
até a cintura,
pedalando seu
velocípede.
Quando viu as
rosas, saiu
correndo do
velocípede em
direção a elas.
A mãe, de longe
gritou: Nas
flores, não!
Percebemos que
ela corria com
delicadeza e
assim chegou,
mansamente, nas
flores. Chegamos
juntas. Vimos o
modo carinhoso
com que ela
segurou uma
rosa, que cabia
inteira em suas
mãos. Dissemos a
ela: Isso mesmo!
Com cuidado, a
planta gostará
de seu carinho e
ficará mais
bonita ainda!
Ela, com muito
carinho, disse à
rosa: Você é
linda demais! E
beijou a rosa
suavemente. Não
se contentou em
beijar apenas
aquela rosa.
Beijou todas as
rosas de todas
as roseiras,
acariciando uma
a uma. Deve ter
beijado umas
cinquenta rosas,
sem exagero.
Essa cena nos
encantou. É uma
criança da nova
geração,
demonstrando
respeito e amor
pela natureza. A
mãe nos disse
que ela ama as
flores. Se essa
criança for
bem-educada,
será alguém
bondosa, pois já
mostra isso.
Como ela,
milhares de
outras crianças
anônimas, por
toda a Terra,
estão
desabrochando,
como flores num
imenso jardim.
Há, sim,
esperanças na
nova geração,
que precisa
tão-somente de
amor e educação
para mostrar seu
valor.
No dia seguinte,
ao voltarmos do
trabalho, à
tarde, passamos
pelas roseiras.
Alguém gritou:
Está bem aguado?
Olhamos e não
vimos ninguém.
“Aqui em cima!”
Era a vizinha do
terceiro andar,
uma senhora que,
sorrindo, disse:
“Aguei todas
hoje!” O prédio
todo adotou as
flores! É a
primeira vez, em
muitos anos que
plantamos e
replantamos, que
estamos vendo as
crianças
beijando as
flores e não as
quebrando, que
estamos vendo
todos cuidando,
e as flores
vicejando, todas
bem, com uma
semana de vida,
nenhuma
quebrada,
nenhuma
arrancada, todas
lindas. Elas
perfazem 50
rosas de várias
cores.
Há, sim, pessoas
boas, pensamos.
Se já fazem
assim pelas
flores, quanto
mais de amor
terão pelos
homens, quando
for necessário
que esse amor se
manifeste?
Saberão, com
certeza,
manifestá-lo. Há
esperanças e
pessoas boas em
toda a parte.
Vamos enxergar o
bem que se
difunde
silencioso, fora
dos olhares da
mídia, mas se
alastra sempre e
vai tomar conta
da Terra
inteira, não
tenhamos dúvida.
O bem triunfará
afinal. O
esperado mundo
melhor, o
planeta de
regeneração,
numa Terra de
mais amor, será
realidade.
Continuemos a
semear o amor,
sem cansaço,
tendo o nosso
mestre Jesus
como nosso
modelo e guia,
incansavelmente
a nos amar,
aguardando por
nós, desde o
início do
planeta.