JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
Sacrifícios de sangue
agradam apenas aos
Espíritos atrasados
Praticando o mal,
traçamos o nosso destino
provisório de
sofrimento, pois vamos
colhendo o que semearmos
como nos ensinam as
escrituras sagradas de
todas as religiões. E,
assim, vamos caminhando,
até que consigamos a
difícil passagem pela
porta estreita, segundo
o Mestre dos mestres, a
qual muitos querem, mas
não conseguem passar por
ela, e, ao que, eu
acrescento que, por
enquanto, muitos nem
sequer querem passar por
essa porta. Mas não
faltará o momento de
eles o desejarem e por
ela conseguirem passar,
como aconteceu com o
filho pródigo da
parábola que, só após
colher os amargos e
disciplinares frutos da
má semeadura que fez,
despertou para a sua
libertação.
Deus, ao criar o homem,
sabia de nossos reveses.
Mas sabia também que o
tempo, que é seu e sem
fim, nos seria dado
suficientemente para que
todos nós, Espíritos
imortais, pudéssemos
usá-lo pelas eternidades
afora, até que
conseguíssemos, um dia,
a nossa difícil
libertação. Realmente,
Deus jamais criaria um
filho seu para um
sofrimento irremediável
e sem fim, já que Ele só
cria com sabedoria e
amor infinitos.
Portanto, jamais o
Nazareno quis dizer que
quem não passasse pela
porta estreita não mais
passaria por ela.
O nosso sofrimento não
significa castigo e,
menos ainda, coisa
agradável a Deus. Essa
ideia dos teólogos do
passado admite, mesmo
que inconscientemente,
um Deus que é vingativo
e até sádico. Mas, na
verdade, jamais Deus se
deleitaria com o
sofrimento de uma pessoa
ou de um animal. O
apóstolo Paulo ensina
que o mesmo fogo (dor)
que queima uma obra,
provocando dano em
alguém, salva a ele
mesmo, como que através
do fogo (1 Coríntios,
3:15). E o fogo bíblico
é diferente, esotérico,
figurado e purificador
do espírito, o que nos
traz à memória o
Purgatório da Igreja,
elogiado por Kardec. O
sofrimento, pois, nada
mais é do que a colheita
da má semeadura. Ele
serve apenas de
disciplina para a
correção do erro, e não
é, eu repito, nada
agradável a Deus, como
aquela teologia antiga
ensinava, por confundir
sofrimento com virtude,
prazer e alegria com
pecado.
De fato, os teólogos do
passado, inclusive
alguns que escreveram
textos bíblicos, por
influência da mitologia,
dos sacrifícios de
religiões pagãs feitos
aos deuses ou demônios
(Espíritos humanos
atrasados), que eles
confundiam com o
Espírito do próprio
Deus, e, principalmente,
por causa do sacrifício
de Jesus na cruz,
entenderam e ensinaram
que Deus se compraz com
rituais de sangue
derramado, o que eu
tenho denominado de
“teologia do sangue”.
Esse foi um dos grandes
erros dos teólogos
judeus e cristãos
antigos, que ainda é
aceito por muitos
religiosos, e que foi
veementemente condenado
por Jesus: “Basta de
sacrifícios, eu quero
misericórdia!”.
Se Jesus, cuja vontade é
a de Deus, detesta
sacrifícios e quer
misericórdia, como,
pois, Deus poderia nos
dar por destino
irremediável o nosso
sacrifício infernal da
“Divina Comédia” de
Dante, anulando, por
completo, a sua tão
decantada misericórdia
infinita?
Não nos esqueçamos de
que Jesus morreu na
cruz, justamente em
consequência de Ele ter
vindo trazer para nós
regras de como nos
libertarmos, o quanto
antes, do sofrimento e
da dor. E são essas
regras, ou seja, o
Evangelho, o que nos
salva, e não os
sacrifícios agradáveis
apenas aos Espíritos
atrasados!