Ester Rodrigues, do Rio de
Janeiro-RJ, em carta
publicada na edição passada,
apresentou-nos as seguintes
perguntas:
1) No culto do Evangelho no
Lar, leio e peço em voz alta
para as pessoas com doenças
graves que conheço ou não.
Faz mal pedir por eles no
culto do lar e manter estes
nomes em casa?
2) Frequento reuniões há 3
anos e observei que existem
médiuns incorporados que dão
passe mas não falam. Por que
não falam se incorporam há
tanto tempo?
3) Por que existem médiuns
de incorporação que prestam
caridade vestidos de branco
e outros de roupas escuras
ou cores fortes? Para mim, a
cor da roupa não tem
influência sobre o médium e
sim sua conduta. Estou
certa?
Segundo o que aprendemos na
doutrina espírita, eis o que
pensamos a respeito das
questões propostas:
1) Orar pelas pessoas
enfermas é um ato de
caridade e nada há que se
possa opor a ele. O que
devemos evitar no culto do
Evangelho no Lar é sua
transformação em sessão de
atendimento a desencarnados,
porque tal tarefa, como
sabemos, é realizada com
maior proveito no ambiente
de uma instituição espírita.
2) O médium passista – nome
com que no Brasil designamos
os tarefeiros do passe –
pode ministrar o passe sem
necessidade de incorporação.
Divaldo Franco, no livro
Diretrizes de Segurança,
questão 69, afirma que o
passe deve ser dado em
estado de lucidez e absoluta
tranquilidade, no qual o
passista se encontre com
saúde e com perfeito
tirocínio, a fim de que
possa atuar na condição de
agente, não como paciente.
Segundo ele, os passes
ministrados sob a ação de
uma incorporação propiciam
resultados menos valiosos,
porque enquanto o médium
está em transe ele sofre um
desgaste, e aplicando o
passe, ele sofre outro
desgaste, o que significa um
duplo dispêndio de forças.
Por fim, explica Divaldo:
“Os Espíritos, para
ajudarem, principalmente no
socorro pelo passe, não
necessitam,
compulsoriamente, de retirar
o fluido do médium, nele
incorporando. Podem
manipular, extrair energia,
sem o desgastar, não sendo,
pois, necessário o transe”.
Quanto a falar, a dizer
alguma coisa, a dar alguma
orientação aos que recebem o
passe, eis procedimentos que
não se coadunam com a
tarefa. O passe deve ser
ministrado em silêncio, sem
comentário de nenhuma
espécie. O atendimento
fraterno e as orientações
prestadas aos pacientes
devem ser dados em outra
oportunidade e não no
momento do passe.
3) A leitora está certa: a
cor da roupa não tem
influência nenhuma sobre o
resultado da atividade
mediúnica. O que se
recomenda, no tocante ao
vestuário, é que ele seja
simples e confortável, nada
mais. A propósito do
assunto, no cap. 25 do livro
Desobsessão, André
Luiz recomenda aos médiuns o
uso do vestuário que lhes
seja mais cômodo para a
tarefa, alijando, contudo,
os objetos que as pessoas
costumam trazer jungidos ao
corpo, como sejam relógios,
canetas, óculos e joias.
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