Em entrevista concedida
durante um programa de Hebe
Camargo, na TV Bandeirantes,
no dia 20 de junho de 1985,
Chico Xavier respondeu a um
questionamento feito pela
convidada Nair Belo.
Vejamos a pergunta e a
resposta:
Nair: Chico, um filho
excepcional é um carma ou
uma prova para os pais?
“Nair, a criança excepcional
sempre me impressionou pelo
sofrimento de que ela é
portadora, não somente em se
tratando dela mesma, mas,
também, dos pais e isso tem
sido o tema de várias
conversações minhas com o
nosso Emmanuel, que é o guia
espiritual de nossas
tarefas.
E ele, então, diz que, regra
geral, a criança excepcional
é o suicida reencarnado,
reencarnado depois de um
suicídio recente, porque a
pessoa, quando pensa que se
aniquila, está apenas
estragando ou perdendo a
roupa que a Providência
Divina permite de que ela se
sirva durante a existência,
que é o corpo físico.
A verdade é que ela em si é
um corpo espiritual; então,
os remanescentes do suicídio
acompanham a criatura que
praticou a autodestruição
para a vida do Mais Além. Lá
ela se demora algum tempo
amparada por amigos que toda
criatura tem, afeições por
toda parte, mas volta à
Terra com os remanescentes
que ela levou daqui mesmo,
após o suicídio.
Se uma pessoa espatifou o
crânio e se o projétil
atingiu o centro da fala,
ela volta com a mudez.
Se atingiu apenas o centro
da visão, ela volta cega,
mas se atingiu determinadas
regiões mais complexas do
cérebro, ela vem em plena
idiotia e aí os centros
fisiológicos não funcionam.
Se ela suicidou-se
mergulhando-se em águas
profundas, ela vem com a
disposição para o enfisema,
um enfisema infantil ou da
mocidade, ou dos primeiros
dias de vida.
Se ela, por exemplo, se
enforcou, ela vem com a
paraplegia, depois de uma
simples queda que toda
criança cai do colo da ama,
do colo da mãezinha; então,
quando o processo é de
enforcamento, a vértebra que
foi deslocada, no
enforcamento, vem mais fraca
e, numa simples queda, a
criança é acometida pela
paraplegia.
Outras crianças que vêm
completamente perturbadas –
a esquizofrenia, por
exemplo, diz-se que é o
suicídio, depois do
homicídio.
O complexo de culpa adquire
dimensões tamanhas que o
quimismo do cérebro se
modifica e vem a
esquizofrenia como uma
doença verificável, porque
através dos líquidos
expelidos pelo corpo é
possível detectar os
princípios da
esquizofrenia.”