DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Paulo, SP
(Brasil)
Mediunidade de
cura é fenômeno
físico
A faculdade de
cura é por assim
dizer curioso
fenômeno de
efeitos físicos
tal como a
faculdade que
gera formas
opacas,
ectoplásmicas,
como a
materialização
de Espíritos, de
objetos e outros
fatos que dela
decorrem. Mestre
Allan Kardec
afirmou que todo
aquele que sente
num grau
qualquer a
influência dos
Espíritos é
médium, cada
qual segundo a
sua tendência
para diversos
gêneros
mediúnicos. A
mediunidade de
cura, no
conceito de
mestre Kardec,
consiste no dom
que certas
pessoas possuem
de curar
doenças.
Esse fenômeno,
no meu entender,
é mais que um
“simples toque”,
ou “olhar”, ou
“gesto”, de
acordo com
expressões de
Kardec. Ele o é,
tanto que o
próprio
codificador do
Espiritismo
preferiu
referir-se-lhe
de modo sucinto
e genérico,
pois, consoante
deduziu, o
assunto exigiria
desenvolvimento
excessivo para
os limites de
que dispunha
naquele ensejo.
1
Médiuns de cura
são ectoplastas
por emitirem
como os médiuns
físicos o mesmo
fluido
observável sob
diferentes
aspectos a
respeito do qual
aqui trataremos.
Podemos incluir
os médiuns de
cura na
categoria dos de
efeitos físicos
em face de
certas
características.
Em substância,
os fluidos
comuns procedem
de um princípio
que preferimos
continuar
chamando de
Fluido Cósmico
Universal,
2 a
despeito de
opiniões e
nomenclaturas de
físicos da
atualidade. O
fluido emitido
por médiuns de
efeitos físicos,
ou seja, o
ectoplasma,
também chamado
de fluido
psíquico, é
aquele emitido
pelos que
possuem essa
tendência inata.
O jeito
específico
quanto a
propriedades, o
produto da fonte
geradora e a sua
vibração é o que
faz a diferença.
Há outros
atributos que
torna distinta,
referente à sua
sensibilidade,
essa disposição.
Pela instintiva
tendência para
curar
enfermidades ou
de, ao menos,
fazer com que as
doenças sejam
amenizadas, o
médium curador
pode debelar
moléstias,
restituir
tecidos e órgãos
lesados do corpo
físico de quem a
ele recorra,
estimulado pela
piedade nele
despertada, o
sofrimento, a
doença do
próximo,
incluindo-se
doenças de
influenciação
espiritual,
consciente ou
inconscientemente.
Esses fluidos
são por ele
irradiados sobre
o doente,
revigorando-lhe
órgãos,
normalizando
funções e
destruindo até
placas e tumores
de caráter
fluídico,
produzidos por
auto-obsessão
ou por
influenciação
externa. Por
considerarmos
certos médiuns
de cura médiuns
de efeitos
físicos, afora o
magnetismo que
possui, ele é
sensível fonte
geradora de
ectoplasma, cujo
seu desempenho o
faz naturalmente
captar fluidos
mais leves, mais
sutilizados.
Por intermédio
dele se
verificam
verdadeiros
milagres,
bem entendido,
milagres,
algo admirável,
3 os
quais se
processam
através da
concentração, da
oração
impulsionada
pelo sublime
desejo de
sinceramente
praticar aquele
amoroso pedido
de Jesus Cristo:
“Restituí a
saúde aos
doentes”.E como a
Lei de Caridade
e Amor preside a
todos os atos
das esferas
superiores, os
bondosos e
esclarecidos
Espíritos, que
se ligam a ele
por simpatia,
vêm em seu
auxílio por
causa do
sentimento em
benefício do
próximo.
Sempre que o
médium de cura
se destina a
exercer o seu
ofício de modo
desinteressado,
ou seja, sem
profissionalismo,
já que Jesus
também
recomendou “dar
de graça o que
de graça se
recebeu”,
Espíritos
benéficos,
especialistas em
química e
operadores
atuantes nesse
campo,
incumbem-se do
uso dos fluidos.
Eles submetem os
fluidos
irradiados pelo
organismo do
médium para esse
fim a um
transcendente
processo
químico,
aprimorado em
laboratórios da
dimensão
imponderável,
menos grosseira
que a nossa.
No que o médium
se concentra
pelo meio já
referido, ele se
ergue à maior
altura. À medida
que se exalça,
capta além de
tudo, os fluidos
leves e benignos
provindos das
fontes da
Natureza:
irradia-os sobre
a pessoa
necessitada;
interpenetra-lhe
o corpo físico;
bombardeia os
átomos, além de
atingir o campo
celular. Ao
fazer penetrar
intensamente o
fluido, as
células
revitalizam as
funções do corpo
físico, elevam a
vibração íntima
do paciente e
restituem-lhe o
equilíbrio
mental.
Quando assim
sucede, é porque
houve uma
combinação do
fluido
espiritual com o
humano.
Há
casos em que se
pode empregar a
força magnética,
particularidade
intrínseca mais
ou menos ativa
em cada um de
nós. Neste caso,
é prática
espontânea os
Espíritos
perfazerem as
qualidades que
faltem no fluido
humano,
consoante
explicou Kardec.
Como já
percebemos,
“ninguém faz
absolutamente
nada sem nada”
(assim disse o
Espírito
Emmanuel). E
recapitulando, o
médium curador
não se completa
sem a atuação
dos que o
assistem, ou
seja, os
verdadeiros
autores dos
fenômenos: os
Espíritos.
Inicialmente,
dissemos que o
médium de cura é
sensível fonte
geradora de
ectoplasma, esse
curioso fluido
de efeitos
diversos e de
aspectos
particulares;
todavia, sem o
imprescindível
vínculo com
Entidades
atuantes, do
domínio da cura,
sobretudo, sem a
“ideia iluminada
pela fé e pela
boa vontade”,
nenhum
médium logrará
êxito através
desse recurso
concedido por
Deus.
Mas, em se
tratando de
doação pelo meio
e propósito do
que até aqui
interpretamos,
preciso se torna
levar em conta
outra
particularidade.
Apesar de o
fluido emitido
pelos médiuns de
efeitos físicos
serem idêntico
ao emitido pelos
médiuns de cura,
conforme o
professor
Edvaldo
Kulcheski, ambos
os ectoplasmas
ainda assim
diferem.7
Kulcheski,
profundo
conhecedor e
pesquisador de
fenômenos
mediúnicos,
disse existir
uma
dissimilitude
entre os dois
processos de
desprendimento
ectoplasmático
que convém
saber.
Por exemplo: a
técnica de
emprego do
ectoplasma para
se obter
manifestações
físicas, tais
como:
transporte,
tiptologia, voz
e escrita
direta,
materialização
de Espíritos,
etc., difere da
empregada para
fins de cura.
Por se
constituir de
fluidos próprios
para a prática
de efeitos
tangíveis ele é
denso, ao passo
que os aplicados
para finalidade
de cura são
constituídos de
uma sutileza
admirável, cujo
primor é
vibratoriamente
favorável. Há um
outro aspecto do
fenômeno de cura
que não podemos
deixar de
registrar, as
operações
cirúrgicas,
assunto de que
trataremos na
próxima vez.
Em conclusão, a
terapia
mediúnica
acontece pelo
emprego da
energia
fluídica,
engendrada por
Espíritos
incumbidos desse
procedimento.
Ainda que as
curas se
realizem pela
força magnética,
mesmo assim,
podem ser
acrescidas de
fluidos
manipulados por
técnicos e
operadores do
âmbito
espiritual,
Entidades
felizes e
bondosas que, em
nome de Cristo,
sempre atentas e
dispostas,
ajudam a quem
sinceramente
deseja ajudar o
próximo; por
isso, ser médium
de cura é
possuir um nobre
e grandioso
compromisso.
A mediunidade de
cura é um meio
de resgate de
débitos morais
de existências
passadas,
resume-se numa
tarefa de
incansável
esforço pela
conquista do
maior grau
possível de
virtudes. E para
quem busca a
cura espiritual,
aqui temos
precioso
lembrete dos
bons Espíritos:
jamais a
obteremos sem o
necessário
reajustamento
íntimo. E que
reajustamento é
esse, senão o de
nos tornarmos
melhores, dia a
dia, conforme os
preceitos de
Jesus que
propõem uma
conduta saudável
e exemplar como
a que Ele teve?!
________________________________________
Notas:
1 -
KARDEC, Allan.
O Livro dos
Médiuns, 21.
ed. São Paulo,
Lake — Livraria
Allan Kardec
Editora, 2001,
capítulo 14,
item 175, página
149.
2 -
IDEM, O Livro
dos Espíritos,
62. ed. São
Paulo, Lake,
2001, capítulo 2
.o
, questão 27, p.
62.
3 -
IDEM, A
Gênese, 20.
ed. São Paulo,
Lake, 2001,
capítulo 13,
item 19, p. 230.
4 -
IDEM. O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
62. ed. São
Paulo, Lake,
2001, capítulo
26, item 1 e 2,
p. 295.
5 -
IDEM, A
Gênese, 20.
ed. São Paulo,
Lake, capítulo
14, item 33, p.
251.
6 -
XAVIER,
Francisco C.
Nos Domínios da
Mediunidade,
22. ed. Rio de
Janeiro,
Federação
Espírita
Brasileira (FEB),
1994. Capítulo
17, p. 165.
7 -
KULCHESKI,
Edvaldo. A
Mediunidade de
cura e a
mediunidade de
efeitos físicos,
http://www.feap.udesp.org.br/.
Página acessada
em 29/11/ 08, às
15h10.
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