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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 271 - 29 de Julho de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 25)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Cândido teve no passado algum relacionamento com Rafael?  

Sim. Cândido foi uma de suas vítimas no passado. Ele sofrera-lhe, à época, rude perseguição que resultou em morte impiedosa, mas não agasalhou o desejo da vingança, liberando-se, por sua vez, da insânia passada em hostes bárbaras, quando da invasão da Europa. (Tramas do Destino, cap. 27, pp. 263 a 265.)

B. O matrimônio na Terra é precedido de algum compromisso de ordem espiritual?  

Evidentemente. Compromissos de sublimação, dor, reajustamento e sombra, cuja violação sempre acarreta consequências penosas para os consortes, precedem à união dos corpos. Não se deve nunca postergar o exame da responsabilidade na construção da família. Os filhos, a possibilidade de recebê-los, convém merecer cuidadoso exame dos candidatos ao matrimônio, que não se devem deixar envolver pelas modernas teorias anticoncepcionais, engendradas pelo egoísmo e pelo utilitarismo, com respaldo na irresponsabilidade do dolce far niente, sob a desculpa injustificável da explosão demográfica. (Obra citada, cap. 28, pp. 269 e 270.) 

C. O lar tem algum papel relevante na construção de um mundo melhor?  

Sim. O matrimônio é excelente oportunidade para a elaboração da família, a construção da sociedade. No lar encontram-se os fatores causais do mundo melhor ou desafortunado do futuro, conforme a diretriz que se estabeleça para a família.  (Obra citada, cap. 28, pp. 270 a 272.) 

Texto para leitura 

116. É preciso avançar, sem olhar para trás - O Cristo pairava naquele grupo de almas afeiçoadas ao Evangelho. Todos provinham de experiências aflitivas em que temperaram o ânimo nos altos-fornos dos testemunhos bem vividos, compreendendo, desse modo, as reais finalidades da reencarna­ção. O mergulho na carne não constitui, exclusivamente, uma punição, processo de resgate de débitos, mas também santa oportunidade de cresci­mento e autorrealização. O corpo é patrimônio divino de que nos devemos utilizar com respeito, consagrando-o aos misteres enobrecedores aos quais se destina. Instrumento de ascensão, é também campo feliz, quando amparado pelo amor, para efusões ditosas, por cujo intermédio a paterni­dade estreita a vida nos braços da redenção, facultando-se aos desafetos reencontros e reequilíbrios que os fazem amparar-se mutuamente, restabe­lecendo vínculos despedaçados e reestruturando realizações em soçobro. Na família Ferguson, o sofrimento abriu as áreas de semeação, em que o arado das expiações e das provações sulcou a terra adusta para a semen­teira divina do Evangelho da Vida. Rafael, realmente vitorioso sobre si mesmo, guardava na face e no corpo os sinais e as mutilações das bata­lhas que tivera de travar. Quando o homem mau se decide à bondade, é ar­dente na recuperação do tempo malbaratado e na redenção de si mesmo. Tudo investe e nada teme até o encontro marcado com a consciência libe­rada. "O reino dos céus deve ser tomado de assalto", porque, em modor­renta decisão, desperdiçam-se oportunidades antes de se colimar a meta. É preciso, pois, que os discípulos do Consolador decidam-se, sem "olhar para trás", ao avanço que pretendem empreender. Era o que ocorreu com Rafael, que não malograra apenas em Dax, como Sr. Georges, pois que, an­tes dessa existência, estivera como governante mais arbitrário decidindo destinos na velha fortaleza que se destaca, ainda, sobre a cidade... Volvendo aos mesmos sítios, para recuperar-se, fracassou, agravando mais ainda suas responsabilidades, em face dos novos delitos que o tornaram inditoso precito. (Cap. 27, pp. 261 e 262) 

117. O caso Artêmis-Rafael se aclara - Em desdobramentos naturais pelo sono, Rafael recordava os deveres a que se devia impor e fixava na cons­ciência atual o impositivo do trabalho, a fim de que as realizações be­neficentes conseguissem diminuir as consequências aziagas dos disparates morais e desaires criminosos em que se envolvera variadas vezes. Por ve­zes, Adelaide e Natércio conduziram-no aos sítios de desdita nas mais baixas esferas espirituais, onde cômpares de antigas loucuras padeciam, carecendo de socorro. Vítimas das circunstâncias, apresentavam-se en­louquecidos pelo ódio que os comburia, dementados pela monoideia de vin­gança em deformidades perispirituais estarrecedoras, como decorrência das próprias construções mentais. O antigo senhor da fortaleza sombria atemorizava-se, formulando projetos, sob a inspiração do Cristo, com olhos postos no futuro. Do passado, acompanhava-o Artêmis, que lhe fora esposa fiel durante as mais arbitrárias imposições da selvageria de que era objeto, e perseverava, constante, procurando atenuar os males que perpetrava, como cireneia bondosa junto aos infelizes e por eles inter­cessora, quando a cidade pertencia ao Viscondado de Béarn, nos idos do século XIV, tempo em que a fortaleza fora levantada. A dor sublimada içara-a à luz, enquanto o marido mergulhara no abismo, aonde ela foi buscá-lo para erguê-lo na presente encarnação, nele colocando, pelas mãos de Cândido, uma de suas vítimas do passado, a mensagem libertadora do Espiritismo. É da lei que a vítima socorra o agressor, porque a cla­ridade mergulha no fosso para clareá-lo e o auxílio sempre é proporcio­nado por quem se encontra em posição melhor e mais feliz. Cândido so­frera-lhe, à época, rude perseguição que resultou em morte impiedosa, mas não agasalhou o desejo da vingança, liberando-se, por sua vez, da insânia passada em hostes bárbaras, quando da invasão da Europa. Pro­gredindo e emulado pelo amor, não tivera dificuldade em aceitar a Reve­lação Espírita. Ao ensejo dos sacrifícios de Artêmis, em Dax, no passado medieval, Hermelinda fora sua irmã dedicada e a substituíra pelo matri­mônio imposto por Rafael, após a desencarnação da primeira, sucumbindo também sob os maus tratos e imposições do caprichoso e infeliz esposo. Renascera agora para ajudar, vinculando-se pela consanguinidade ao an­tigo verdugo e voltando a ser a irmã incomparável da cunhada. A pro­gramática dos mapeamentos reencarnatórios examina os antecedentes e as possibilidades ajustáveis para os misteres elevados, quando estão em jogo tentames relevantes de grupos espirituais em processo redentor. Fo­ram, portanto, – e sempre o são – conjugados esforços, examinadas circunstâncias, a fim de que o desertor do dever, o defraudador, não tenha como eximir-se à responsabilidade da refrega. (Cap. 27, pp. 263 a 265) 

118. O trabalho de Rafael - O ex-hanseniano não passaria despercebido onde se apresentasse, tal a inconfundível expressão facial e as mutilações nos dedos. Receou, pois, aparecer no Centro, explicando temer ferir a sensibilidade do próximo e expor os familiares a sofrimentos e humilhações desnecessárias. Artêmis e Hermelinda demoveram-no, contudo, dessa ideia, após ouvirem a sempre carinhosa e devotada Epifânia. "Se aqui não viermos, para onde iremos?", considerou a médium, e Rafael aquiesceu, passando a frequentar o Núcleo, vencendo o constrangimento inicial e reencontrando a naturalidade, no que os confrades o auxilia­ram. Na Casa Espírita, os homens devem valer pelos seus requisitos inte­riores, jamais pelas lantejoulas e aparatos externos. A caridade da dis­crição nunca deve ser esquecida no culto das realizações cristãs. A crí­tica mordaz, a censura azeda, a observação infeliz não podem receber acolhida onde se cultiva a mensagem do Evangelho. A fraternidade na pa­lavra abre os braços para o posicionamento do coração e a atitude da mente, em ação benemérita. Onde se agasalha a parasitose moral, não vi­gem as medidas profiláticas do espírito do Senhor. No "Francisco Xa­vier", as atividades e os estudos doutrinários não ofereciam ensejo à ociosidade. Assim, o Sr. Ferguson encontrou ali estímulos para prosse­guir na tarefa, engajando-se em serviço modesto, nos dias em que a es­posa e a irmã se apresentavam para as realizações a que ali se entrega­vam. A mediunidade de Hermelinda desdobrava-se no ministério desobses­sivo e também na tarefa dos passes, em que ajudava ao lado de Artêmis, que ganhou a alcunha delicada de "irmã doçura" pela forma carinhosa com que recebia todos. Rafael não esqueceu também os seus irmãos hansenia­nos. Uma compulsão de saudade e amor tisnava-lhe a dita. Receava pelo prosseguimento das realizações do "Clube do Otimismo". Ofereceu-se, assim, para ajudar nos trabalhos da Colônia, dois dias da semana, indo cedo e voltando ao entardecer. Dr. Armando concordou, eufórico, com a oferta, e desde então, nos dois dias dentre os que não trabalhava na Casa Espírita, o ex-leproso da alma adentrava-se pela Colônia de agonia, para ajudar, em nome de Jesus, retribuindo, em parcelas de amor, quanto recebera em bênçãos eternas de felicidade. (Cap. 27, pp. 265 a 267) 

119. Gilberto e Tamíris se casam - Pairava na família agora uma psicosfera de paz, conquistada a preço elevado de silêncios, sacrifícios e dedicação pelo próximo. As notícias de Lisandra eram auspiciosas. A jovem, a instância de Lisa, cooperava na enfermagem auxiliar, o que lhe constituía terapêutica valiosa, confiando poder retornar ao aconchego da família na primeira oportunidade. Suas cartas estavam agora repassadas de esperanças e otimismo. Lisandra parecia haver ressuscitado, readqui­rindo forças para prosseguir nos cometimentos que lhe estavam destinados. Seis meses após o retorno de Rafael, Gilberto e Tamíris se consorciaram, numa cerimônia pura e simples. Adelaide estava feliz e, quando se fazia a recepção de confrades e amigos mais chegados no lar da noiva, ela suplicou, em comovida oração, bênçãos e amparo divino para os consortes, tendo em vista a gravidade com que o Plano Espiritual considera os esponsalícios, especialmente quando realizados entre aqueles que se identificam com os postulados da Doutrina Espírita. Sabemos que precedem à união dos corpos compromissos de sublimação, dor, reajustamento e sombra, cuja violação sempre acarreta consequências penosas para ambos os consortes. Para se evitarem os desaires e choques que, naturalmente, ocorrem numa convivência a dois, o companheirismo durante o noivado é de fundamen­tal importância, facilitando maior e melhor identificação pessoal, bem como ensejando a reeducação dos futuros nubentes, que se compreenderão desde logo, sem as surpresas que decorrem das uniões precipitadas. Os nubentes devem saber também que a progenitura é decorrência natural da comunhão física, através do que retornam aqueles com os quais todos nos encontramos comprometidos, a fim de facultar-lhes o cadinho das abençoadas experiências terrenas. Não se deve nunca postergar o exame da responsabilidade na construção da família. Os filhos, a possibilidade de recebê-los, convém merecer cuidadoso exame dos candidatos ao matrimônio, que não se devem deixar envolver pelas modernas teorias anticoncepcionais, engendradas pelo egoísmo e pelo utilitarismo, com respaldo na irresponsabilidade do dolce far niente, sob a desculpa injustificável da explo­são demográfica. (Cap. 28, pp. 269 e 270) 

120. A programação dos destinos - Importa considerar também que a ausência de descendentes pelo corpo, decorrente de abusos pretéritos que lesionaram o perispírito e impossibilitam a fecundação, ou geram a esterilidade, não isenta ninguém da pater­nidade ou maternidade espirituais, levando os casais à condição de pais abnegados de filhos levados à orfandade social, com o que se credenciam à reconquista dos valores malbaratados e das bênçãos da procriação outrora vilipendiada. Gilberto e Ta­míris estavam conscientes quanto aos deveres e funções decorrentes do matrimônio. A programação dos destinos – com exceção dos pontos capitais de cada vida –, ajustada aos impositivos redentores indispensáveis à readaptação das ações anteriores, sofre sucessivas alterações resultantes do comportamento, das realizações, conquistas ou prejuízos a que estamos sujeitos. No tracejamento dos compromissos humanos, são previstas várias opções, em razão das atividades e injunções que se criam du­rante a vilegiatura corporal. Construtor do destino, cada um o altera consoante lhe apraz, desde que não se encontre na expiação irreversível, que funciona como cárcere compulsório do defraudador renitente que engendrou, por teimosia ou re­volta, a constrição que o reeduca. Como ninguém se encontra destinado à dor, ao abandono, à infelicidade, as ocorrências afligentes são-lhe recursos salvadores de que se deve utilizar para crescer e aprimorar-se em espírito. De igual modo, as manifestações propiciatórias de felicidade, saúde, inteligência, afetos, independência econômica, longe de constituir prêmio ao merecimento, revelam-se como empréstimo para investimentos superiores, de que todos são convocados à prestação de contas, posteriormente. A vida física constitui-se de oportunidades, valiosas todas, com que o espírito se defronta, para seu apri­moramento e ascensão. O matrimônio é, pois, oportunidade para a elaboração da família, a construção da sociedade. No lar en­contram-se os fatores causais do mundo melhor, ou desafortunado, do futuro, conforme a diretriz que se estabeleça para a fa­mília. Mesmo considerando a vasta cópia de Espíritos necessitados de reencarnações compulsórias, nenhum deles, entretanto, retorna ao mundo carnal para promover a desordem, estimular a anarquia, fomentar a anticultura ou a perversão de valores. Ao contrário; a vida material representa ensejo para que recebam diretrizes, educação, disciplina, orientação com que aplainem as arestas do primarismo, almejem melhor posição moral, aspirem a mais amplas concessões da vida. Não fossem as dores acer­bas no lar dos Fergusons, e os ímpetos de violência, as induções criminógenas remanescentes do passado tê-lo-iam comprometido muito mais, conspirando contra a felicidade que agora se permitiam anelar, antegozando-a já em larga escala. Afeiçoando-se ao bem do próximo, descobriam a técnica de fomentarem o próprio bem. (Cap. 28, pp. 270 a 272) (Continua no próximo número.)
 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita