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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 273 - 12 de Agosto de 2012

ALESSANDRO VIANA VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga, SP(Brasil)
 

Parentes com desvios morais


A doutrina espírita nos ensina que vivemos num mundo de provas e expiações, onde predomina o mal, as paixões, a indiferença, mas, conforme anunciam os espíritos superiores, estamos vivenciando o período de transição planetária, que elevará a Terra na escala evolutiva dos mundos, pois passará a ser um mundo de regeneração, cuja característica é o desejo do bem.

Dessa forma, vemos na Terra almas devotadas ao bem, conscientes das leis divinas e da finalidade da reencarnação, mas também identificamos almas viciosas, cruéis, levianas e violentas, bem como encontramos almas que estão transitando do mal para o bem, cuja característica é a neutralidade, o comodismo, pois são incapazes de fazer mal a alguém, mas, da mesma forma, ainda não conseguem envolverem-se com o amor e a paz.

Para aqueles que já estão cientes do bem e que já conseguem praticar alguns atos de bondade, não obstante ainda serem portadores de algumas limitações morais, é um desafio e ao mesmo tempo um aprendizado conviver com indivíduos que estão num patamar inferior da evolução espiritual.

Esse desafio amplia-se quando os espíritos mais atrasados estão reencarnados no seio da nossa família biológica e, muitas vezes, por mais que estimulemos o bem e a ética, veremos esses parentes insistindo numa conduta lastimável.

O benfeitor espiritual Camilo, com o escopo de nos auxiliar nessa situação desafiadora, na obra “Minha Família, o Mundo e Eu”, através da mediunidade de Raul Teixeira, escreve uma lição notável sobre como lidar com os filhos com desvios morais, mas poderemos ampliar o conteúdo desses ensinamentos para os parentes, sobretudo para aqueles que convivem mais próximos de nós, como pais, irmãos, tios, avós, cônjuges, etc.

Convém frisar que ainda não somos espíritos elevados, senão estaríamos reencarnados em mundos superiores, mas, muitos de nós, já contagiados pela beleza do evangelho do Cristo e pela lucidez da religião espírita, passamos a adotar, ou pelo menos a nos esforçar, no sentido de termos uma conduta mais equilibrada, amorosa e pautada pelo dever retamente cumprido.

Quando testemunhamos que os parentes não correspondem aos nossos exemplos ou às nossas conversas instrutivas, uma tristeza invade-nos a alma, porque, cônscios da lei de causa e efeito, projetamos as futuras dificuldades que estas almas queridas enfrentarão no decorrer do processo evolutivo.

Nessas horas dolorosas, quando vemos um parente nas drogas, no sexo irresponsável, na criminalidade ou optando por uma vida materialista, cercada de ambições descartáveis, Camilo nos recomenda orar para Deus, para os benfeitores da família, bem como nos amparar de leituras edificantes, que nos esclarecerão a respeito dos problemas enfrentados, tudo com o objetivo de nos manter num relativo equilíbrio para o enfrentamento saudável da situação.

Ver um filho viciado, um marido alcoólatra, uma esposa materialista, um irmão acomodado, um pai distante de Deus, é uma tarefa a nos exigir muita paciência e perseverança no bem, por isso, repito que não deixa de ser uma grande lição para nós.

Ademais, à luz do espiritismo, muitos desses parentes com enfermidades morais são os mesmos espíritos a quem, em vidas passadas, nós mesmos ajudamos a desviar do caminho correto e que, na atual reencarnação, encontramos a bendita possibilidade de encaminhá-los para o bem.

Muitas vezes, no atendimento fraterno da Casa Espírita, ouço as pessoas dizendo: “desisto do meu filho”, “cansei de falar com o meu marido”, “não adianta, ninguém me ouve”, etc.

Imaginemos se Jesus tivesse desistido de nós. Da mesma forma, cabe-nos seguir a exemplificação do Cristo e, nutrindo-nos do amor e do ideal religioso, persistir na tarefa de orientação daqueles que convivem conosco, principalmente através de nossos exemplos diários.

Alguns poderão objetar: “Não está adiantando nada. Por mais que eu fale e faça, ninguém muda as atitudes em casa”.

Aprendemos com o espírito Joanna de Ângelis, que “nenhum investimento de amor é perdido”. Tal frase torna-se compreensível quando levamos em conta a eternidade do espírito, a lei da reencarnação e a perfectibilidade a que todos nós, sem exceção, estamos destinados.

Assim sendo, nunca deveremos desistir de nossos amados parentes, de forma que vale a pena continuar falando, periodicamente, sobre as lições do Cristo, as propostas espíritas e de quanto nós os amamos.

A nossa tarefa é de semeadura, conforme nos ensinou Jesus na Parábola do Semeador. Não temos a certeza se os parentes se modificarão nesta reencarnação, no mundo espiritual (após o desencarne) ou em futuras vidas. Não há como impor evolução espiritual. Algum dia, na eternidade, estes espíritos terão o seu despertar da consciência, sendo que o importante é a nossa contribuição para que isso ocorra o mais rápido possível.

Assim agindo, teremos a consciência em paz. Imaginemos o reencontro na espiritualidade. Se optarmos pela negligência ou pela desistência, como ficará a nossa consciência quando os parentes nos perguntarem: “Por que você desistiu de mim? Eu estava quase me convencendo”. Será bem diferente se persistirmos no ideal de semear o bem e a verdade, sem a preocupação de quando surgirão os frutos, porque, na vida espiritual, eles dirão: “Por que não ouvi você? Obrigado por não desistir de mim”. É bem melhor esta ocorrência do que a primeira.

Quando se trata de filhos parece que a tarefa fica mais espinhosa. O espírito Camilo diz que o sonho dos pais responsáveis é que seus filhos sejam criaturas voltadas para o bem. Quando verificamos que eles são diferentes de nós, sobretudo nos aspectos morais, nos advêm uma  frustração ou sensação de fracasso.

Conforme nos orienta a religião espírita, deveremos estar atentos às inclinações de nossos filhos desde o nascimento, a fim de que possamos ministrar uma educação de qualidade. Aliás, segundo o orador e médium Raul Teixeira, deveremos elaborar um projeto educacional para cada filho, pois cada um traz suas tendências do passado, positivas ou negativas.

O espírito Camilo diz que os bons valores precisam ser reforçados e incentivados, a fim de que se fixem no espírito, ao passo que os valores em desalinho devem ser corrigidos, e enfatiza: “do mesmo modo que as coisas boas se fixam na alma das crianças pela repetição com que se apresentam, as conquistas negativas também se cristalizam no cerne dos nossos petizes pela repetição não corrigida, não discutida, não trabalhada devidamente”.

No livro “Educação e Vivências”, na lição “Sofrimento e Cristalização”, o espírito Camilo, novamente através do médium Raul Teixeira, também nos ensina que há espíritos que há muito tempo estão no erro, de forma que suas consciências estão cristalizadas nessa opção de vida. Para estes casos, uma reencarnação normalmente é insuficiente para mudar completamente a índole do espírito.

Com efeito, muitas vezes teremos em nosso lar espíritos cristalizados no equívoco, a nos exigir muita disciplina, oração, meditação e confiança em Deus, porque apenas estaremos dando as primeiras contribuições para que eles comecem a pensar em algo melhor, positivo.

O Espírito Joanna de Ângelis compara esse desafio com a tarefa de arrotear a terra, isto é, prepará-la para a primeira semeadura. Muitos parentes, na atual reencarnação, estarão tendo o primeiro contato com a verdade e o bem, de tal sorte que terão dificuldade em compreender e principalmente em vivenciar.

Façamos esse trabalho de “arrotear”, cientes de que o acolhimento fraterno, os gestos de amor, como o abraço, o acariciar, as palavras emotivas, terão grande importância nesse desiderato, assim como encaminhá-los para a evangelização infantil, a mocidade, os passes e os grupos de estudos da Casa Espírita, evitando sempre as atitudes agressivas, tais como, as surras, os gritos e os castigos desumanos.

Tenhamos ciência também de que eles poderão se negar a tudo, desprezando os nossos gestos, convites e ações, mas reflitamos sobre a seguinte frase do espírito Camilo, que encerra a mais pura verdade a nos acalmar a alma.

“Cumpre a tua parte, assisadamente, confiante na presença divina no teu lar. Se após os teus legítimos esforços e dedicações, os teus filhos jovens (ou parentes – nota do autor deste artigo) persistirem no desejo de seguir pela perigosa rota, embora as lágrimas que se farão tuas companheiras, entrega-os à medicina humana e à compaixão do Pai do Céu, que é Suprema Inteligência sabedora do que é melhor para eles, e prossegue a amá-los e a envolvê-los em tuas vibrações de prece, deixando, porém, que caminhem com a liberdade que desejam, certo de que, apesar de tudo, jamais serão por Deus abandonados” (obra “Minha Família, o Mundo e Eu” – lição “Filhos com Dificuldades Morais”).



 


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