JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
Almas em resgate
“... Se
soubéssemos quão
terrível é o
resultado de
nosso
desrespeito às
leis divinas,
jamais nos
afastaríamos do
caminho reto.
“Perdoa, pois, a
quem te fere e
calunia... Em
verdade, quantos
se rendem às
sugestões
perturbadoras do
mal, não sabem o
que fazem.” –
Emmanuel,
Fonte Viva.
Não há ninguém
que não passe
pelo cadinho de
dores e
sofrimentos na
Terra. Em
verdade, temos
visto um
avolumar de
dores, e o
conhecimento
espírita dá, a
quem tem a fé
racional, a
compreensão para
suportar ou a
dor física, ou a
dor moral, com
dignidade,
compreendendo
que nenhuma
experiência pela
qual se passe
ocorre sem uma
razão. Há um
motivo –
crescimento,
resgate de
débitos
anteriores,
aprendizado, o
que seja, mas
aquele que
suporta com
resignação tem
muito valor e,
por certo, muito
amparo do mundo
espiritual.
Uma mãezinha
desesperada, em
lágrimas, veio
nos procurar.
Quando vemos uma
mãe assim,
sofrendo, o
coração aperta,
pois
compreendemos
quão grande é
esse sofrimento.
Lembramos da dor
de Maria e de
sua presença na
hora do martírio
de seu filho
amado. Uma
espada lhe
transpassava o
peito, como
havia sido
predito a ela,
ao apresentar o
seu Jesus, ainda
bebê, no templo
de Jerusalém.
Essa mãe que
citamos chorava
pela sua filha,
uma jovem de 17
anos.
Relatou-nos que
este ano ela foi
operada, tendo
sido retirado um
tumor de cerca
de quatro quilos
de sua região
abdominal. Não
sabia, em sua
simplicidade,
fazer um relato
mais preciso,
mas disse que em
virtude da
medicação
pesada, que teve
que enfrentar,
fez microúlceras
no estômago, que
precisaram ser
corrigidas
cirurgicamente.
Depois disso,
ainda com
sequelas, fez
estenose no
esôfago – o
alimento não
passava, e os
médicos
indicaram nova
cirurgia, dessa
vez de alto
risco, podendo
ocasionar-lhe a
morte. Era um
impasse: morrer
sem a cirurgia
ou poder morrer
devido à
cirurgia.
A mãe disse que
a jovem entrou
em desespero,
dizendo-lhe que
ela havia
prometido que
não permitiria
que a
“cortassem”
mais. Na hora do
sofrimento, a
mãe, cedendo à
filha, assinou
um termo de
responsabilidade,
pedindo alta do
hospital. Agora
estavam em casa.
A jovem, não
conseguindo
engolir o
alimento,
definhando e não
querendo voltar
para nova
cirurgia,
começou a falar
em suicídio,
dizia que ia
suicidar. Ali
estava a mãe,
desesperada, com
medo da filha
suicidar. O que
a filha havia
feito para
passar uma dor
assim, tão
jovem? –
perguntava ela.
Nessas horas,
temos de
esclarecer, sem
delongas, porque
a urgência pede.
Mobilizamos os
socorros
necessários:
psicólogos,
Centro
Espírita...
Orientamos a mãe
sobre a dor de
hoje como
consequência do
ontem, dentro
dos processos de
reajuste, das
leis de causa e
efeito.
Pedimos que
levasse sua
filha para
receber uma
orientação
urgente no
Centro Espírita,
pois a mãe disse
que ela estava
revoltada com
Deus, não
aceitava
religiões, mas
era preciso que
ela entendesse o
porquê de sua
dor para tirar a
ideia de
suicídio de uma
vez por todas de
sua cabeça.
Pobre mãe! Como
sofrem as mães
deste mundo por
seus filhos! Mas
também, como são
felizes as mães
deste mundo
devido aos seus
filhos!
A jovem foi
amparada e, até
o momento, não
cometeu outros
desatinos.
Soubemos, em
conversa com a
psicóloga, que o
caso era outro.
Ela não queria
nova cirurgia
não porque não
quisesse ser
“cortada” de
novo, mas porque
não queria ficar
com outra
cicatriz no
corpo! É o
império do corpo
que estamos
vendo na Terra,
mais ainda aqui
no Brasil, a
pátria do
Evangelho.
Prefere a jovem
morrer a ter uma
nova cicatriz no
corpo, não
compreendendo
que o corpo a
está libertando
das terríveis
chagas que traz
na alma,
curando-lhe
lesões no
perispírito.
Pobre jovem!
Como ela,
milhares por aí.
Bendita Doutrina
Espírita,
esclarecedora,
que mostra ao
Espírito que
passa pela dor
que, se sereno,
resignado, um
dia será beleza,
será luz, sem
lesões no seu
corpo
espiritual.
“Vós sois a luz
do mundo”, disse
Jesus.
Somos luz em
mescla com
sombras, mas
somos luz.
Libertos das
sombras, seremos
luz completa.
Como dizia nosso
querido Jerônimo
Mendonça, o
Gigante Deitado,
campeão de
resignação, hoje
um farol de luz:
“Que beleza!”
Sim, que beleza,
um dia seremos
luz completa,
quando libertos
de toda
ignorância,
repletos de
sabedoria,
repletos de
amor.
“Que beleza!”
Em vez de
revolta,
queridos
leitores, se
alguém passa por
uma dor que acha
que é gigante,
que pense
consigo:
“Obrigado, meu
Deus, por esse
cadinho de
purificação que
me ajudará a
subir os degraus
de luz da
evolução, rumo
às estrelas!”