MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
39)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. A linguagem
articulada, qual a
conhecemos, é praticada
no plano espiritual
imediato?
Embora a imagem esteja
na base de todo
intercâmbio entre as
criaturas encarnadas ou
não, a linguagem
articulada, no chamado
espaço das nações,
ainda possui fundamental
importância nas regiões
a que o homem comum será
transferido
imediatamente após
desligar-se do corpo
físico.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. II, pp. 171
e 172.)
B. Quando se extirpa um
órgão no corpo carnal –
como o baço, por exemplo
– o fato se dá também no
corpo espiritual?
Não. Reportando-se ao
centro esplênico,
André diz que a
extirpação do baço no
corpo carnal não
significa a anulação
desse órgão no corpo
espiritual, porquanto,
interligado a outras
fontes de formação
sanguínea no sistema
hematopoético, prossegue
ele funcionando, embora
imperfeitamente, no
campo somático, atento
às articulações do
binário mente-corpo.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. III, pp. 174
e 175.)
C. As entidades
desencarnadas mantêm as
linhas morfológicas da
última existência
corpórea?
Sim. As linhas
morfológicas das
entidades desencarnadas,
no conjunto social a que
se integram, são
comumente aquelas que
trouxeram do mundo, a
evoluírem, contudo,
constantemente para
melhor apresentação,
toda vez que esse
conjunto social se
demore em esfera de
sentimentos elevados. A
forma individual em si
obedece ao reflexo
mental dominante,
notadamente no que se
reporta ao sexo,
mantendo-se a criatura
com os distintivos
psicossomáticos de homem
ou de mulher, segundo a
vida íntima, através da
qual se mostra com
qualidades espirituais
acentuadamente ativas ou
passivas. Em vista
disso, a desencarnação
libera todos os
Espíritos de feição
masculina ou feminina
que estejam na
reencarnação em condição
inversiva atendendo a
provação necessária ou a
tarefa específica,
porquanto, fora do
arcabouço físico, a
mente se exterioriza no
veículo espiritual com
admirável precisão de
controle espontâneo
sobre as células sutis
que o constituem.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. IV, pp. 176
e 177.)
Texto para leitura
153. Linguagem dos
desencarnados -
A linguagem dos
Espíritos é, acima de
tudo, a imagem que
exterioriza de si
próprio. Isso ocorre até
mesmo no Plano Físico,
em que alguém, sabendo
refletir-se, necessita
de poucas palavras para
definir a largueza de
seus planos e
sentimentos,
acomodando-se à síntese
que lhe angaria maior
cabedal de tempo e
influência. Círculos
espirituais existem, em
planos de grande
sublimação, nos quais os
desencarnados,
sustentando consigo mais
elevados recursos de
riqueza interior, pela
cultura e pela grandeza
moral, conseguem plasmar
com as próprias ideias
quadros vivos que lhes
confirmem a mensagem ou
o ensinamento, seja em
silêncio, seja com a
despesa mínima de
suprimento verbal, em
livres circuitos mentais
de arte e beleza, tanto
quanto muitas
Inteligências infelizes,
treinadas na ciência da
reflexão, conseguem
formar telas aflitivas
em circuitos mentais
fechados e obsessivos,
sobre as mentes que
magneticamente jugulam.
De acordo com o mesmo
princípio, Espíritos
desencarnados, em muitos
casos, quando controlam
as personalidades
mediúnicas que lhes
oferecem sintonia,
operam sobre elas à base
das imagens positivas
com que as envolvem no
transe, compelindo-as a
lhes expedir os
conceitos. Nessas
circunstâncias, a
mensagem expressa-se
pelo sistema de
reflexão, em que o
médium, embora guardando
o córtex encefálico
anestesiado por ação
magnética do
comunicante, lhe recebe
os ideogramas e os
transmite com as
palavras que lhe são
próprias. Porém, embora
reconheçamos que a
imagem está na base de
todo intercâmbio entre
as criaturas encarnadas
ou não, é forçoso
observar que a linguagem
articulada, no chamado
espaço das nações,
ainda possui fundamental
importância nas regiões
a que o homem comum será
transferido
imediatamente após
desligar-se do corpo
físico. (Evolução em
dois Mundos, 2a
Parte, cap. II, pp. 171
e 172.)
154. Corpo
espiritual e volitação
- Na metamorfose dos
insetos, a histólise
alcança notadamente os
músculos e a máquina
digestiva, atingindo
apenas de leve o sistema
nervoso e o sistema
circulatório. Efetuado o
processo histolítico, os
órgãos diferenciados
voltam à posição
embrionária que lhes era
característica e só
então as células entram
em segmentação, formando
na histogênese os órgãos
definitivos do inseto
adulto, armado de
recursos para librar na
atmosfera. Do mesmo
modo, após a
transfiguração ocorrida
na morte, a
individualidade ressurge
com naturais alterações
na massa muscular e no
sistema digestivo, mas
sem maiores inovações na
constituição geral,
munindo-se de aquisições
diferentes para o novo
campo de equilíbrio a
que se transfere, com
possibilidades de
condução e movimento
efetivamente não
sonhados, já que o
pensamento contínuo e a
atração, nessas
circunstâncias, não mais
encontram certas
resistências peculiares
ao envoltório físico. Ao
homem comum, na
encarnação, não é fácil
a articulação de uma
ideia segura com
respeito às condições de
seu próprio corpo
espiritual, além-túmulo,
porque a mente, no plano
físico, está
inteiramente
condicionada ao trabalho
específico que lhe
compete realizar,
inelutavelmente
circunscrita aos
problemas de estrutura,
e, por isso mesmo,
incapacitada de
identificar o reino
inteligente de raios e
ondas, fluidos e
energias turbilhonantes
em que vive. Em que
condições o corpo
espiritual de um
desencarnado sofrerá
escoriações ou
ferimentos? “Dentro do
conceito de relatividade
- explica André Luiz
-, isso se verifica nas
mesmas condições em que
o corpo físico é
injuriado dessa ou
daquela forma na Terra.”
Falta, porém,
terminologia adequada na
linguagem terrestre para
mais amplas definições
do assunto. (Evolução
em dois Mundos, 2a
Parte, cap. III, pp. 173
e 174.)
155. Centros
vitais e os “ovoides”
- Como entender a mente
em si, individualizada e
operante, se as células
do corpo espiritual têm
vida própria como as do
corpo físico? “O
problema - assevera
André - é de simples
orientação, qual
acontece numa fábrica de
largas proporções em que
a gerência, unificada em
seus programas de ação,
supervisiona e comanda
centenas de máquinas com
diversos implementos
cada uma, convergindo
todas as peças do
serviço para fins
determinados.” Na
sequência, falando sobre
a ordem de formação dos
centros vitais no corpo
espiritual, André disse
que a formação dos
centros vitais começou
com as primeiras
manifestações da
plasmocinese nas
células, sob a
orientação das
Inteligências
Superiores, acentuando,
porém, que ele não
dispunha de
particularidades
técnicas para penetrar
nesse domínio da ciência
ontogenética. Depois, em
se reportando ao
centro esplênico,
André informou que a
extirpação do baço no
corpo carnal não
significa a anulação
desse órgão no corpo
espiritual, porquanto,
interligado a outras
fontes de formação
sanguínea no sistema
hematopoético, prossegue
ele funcionando, embora
imperfeitamente, no
campo somático, atento
às articulações do
binário mente-corpo.
Dito isto, André
esclareceu uma dúvida
pertinente à situação
dos centros vitais nos
“ovoides”. Eis o que ele
então escreveu sobre o
assunto: “Entendereis
facilmente a posição dos
centros vitais do corpo
espiritual, restritos na
ovoidização –
apesar de não terdes
elementos terminológicos
que a exprimam –,
pensando na semente
minúscula que encerra
dentro dela os
princípios organogênicos
da árvore em que se
converterá de futuro”.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. III, pp. 174
e 175.)
156. Linhas
morfológicas dos
desencarnados -
As linhas morfológicas
das entidades
desencarnadas, no
conjunto social a que se
integram, são comumente
aquelas que trouxeram do
mundo, a evoluírem,
contudo, constantemente
para melhor
apresentação, toda vez
que esse conjunto social
se demore em esfera de
sentimentos elevados. A
forma individual em si
obedece ao reflexo
mental dominante,
notadamente no que se
reporta ao sexo,
mantendo-se a criatura
com os distintivos
psicossomáticos de homem
ou de mulher, segundo a
vida íntima, através da
qual se mostra com
qualidades espirituais
acentuadamente ativas ou
passivas. Fácil
observar, assim, que a
desencarnação libera
todos os Espíritos de
feição masculina ou
feminina que estejam na
reencarnação em condição
inversiva atendendo a
provação necessária ou a
tarefa específica,
porquanto, fora do
arcabouço físico, a
mente se exterioriza no
veículo espiritual com
admirável precisão de
controle espontâneo
sobre as células sutis
que o constituem.
(N.R.: Em nota posta ao
pé da página, André Luiz
explica que essas
ocorrências, para efeito
de responsabilidade
cármica e identificação
pessoal, respeitam, via
de regra, a ficha
individual da existência
última vivida pela
pessoa na Terra,
situação que perdura até
novo estágio evolutivo,
que se processa, seja na
reencarnação, seja na
promoção a mais alto
nível de sublimação e
serviço.) Se o
progresso mental não é
positivamente acentuado,
mantém o Espírito, nos
planos inferiores, por
tempo indefinível, a
plástica que lhe era
própria entre os homens,
sendo certo que, nos
planos relativamente
superiores, sofre
processos de
metamorfose, mais lentos
ou mais rápidos,
conforme suas
disposições íntimas.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. IV, pp. 176
e 177.)
Glossário:
Arcabouço:
estrutura que sustenta a
forma de um corpo.
Baço:
glândula vascular
sanguínea situada no
hipocôndrio esquerdo
(parte lateral do
abdome), que tem por
função armazenar o
excesso de glóbulos
vermelhos produzidos
pela medula óssea
(tutano), desintegrar os
glóbulos vermelhos
velhos e liberar
hemoglobina (substância
proteica dos glóbulos
vermelhos, a qual contém
ferro, e é o elemento
que leva o oxigênio aos
tecidos, deles trazendo
o gás carbônico).
Binário:
o que é constituído de
dois elementos, de duas
unidades.
Célula:
a menor unidade de
função e de organização,
nos seres vivos, que
apresenta todas as
características de vida.
Centro Esplênico:
centro de força vital,
no perispírito,
relacionado com o plexo
mesentérico e o baço, no
corpo físico, que regula
a distribuição e a
circulação dos recursos
vitais, e a formação e
reposição das defesas
orgânicas através do
sangue. O plexo
mesentérico é o
entrelaçamento de
ramificações nervosas
localizadas na região do
baço.
Centro Vital:
designação comum de cada
um dos centros de força
existentes no
perispírito, cuja função
é a de assimilar
energias cósmicas e
espirituais.
Circuito:
sucessão de fenômenos
periódicos.
Condição Inversiva:
inversão psicológica de
um indivíduo, em relação
às suas características
sexuais físicas.
Corpo Espiritual:
o perispírito,
psicossoma.
Córtex Encefálico:
camada externa do
encéfalo (parte do
sistema nervoso central
contida na cavidade do
crânio, onde estão
centralizados os nervos
que percorrem o corpo).
Espaço das Nações:
zona do plano espiritual
que se relaciona a cada
nação no plano físico.
Expedir:
transmitir.
Hematopoético:
relativo a hematopoese,
processo orgânico de
formação dos glóbulos
sanguíneos.
Histogênese:
formação e
desenvolvimento dos
tecidos orgânicos.
Histólise:
destruição ou dissolução
de tecidos orgânicos.
Ideograma:
símbolo que representa
diretamente uma ideia.
Injuriar:
ferir, causar dano.
Jugular:
subjugar, oprimir,
manter sob o jugo.
Librar:
sustentar-se no ar.
Linguagem Articulada:
linguagem mediante
articulações dos órgãos
fonadores, resultando na
pronunciação das
palavras.
Metamorfose:
mudança de forma ou de
estrutura, como o que
ocorre durante fases da
vida de alguns animais,
como os insetos e
anfíbios.
Morfológico:
referente às
características da
forma.
Ontogenético:
referente à ontogênese,
que é o desenvolvimento
do indivíduo desde a
fecundação até a
maturidade para
reprodução.
Organogenético:
relativo a organogênese,
estudo do aparecimento e
do desenvolvimento dos
órgãos no ser vivo.
Ovoide:
em morfologia, ovoide é
a qualificação de órgão
ou parte maciça em forma
de ovo, a que se
assemelha o “ovoide”
resultante da deformação
perispiritual causada
por uma ideia fixa
(monoideísmo).
Ovoidização:
transformar-se em
“ovoide”.
Pensamento Contínuo:
pensamento constante,
ininterrupto, que
caracteriza a capacidade
mental do homem, em
oposição ao pensamento
fragmentário
(descontínuo), próprio
dos animais irracionais.
Plasmar:
dar forma a algo.
Plasmocinese:
movimento do protoplasma
(massa) da célula, que
contribui para dar a
esta as características
de vida.
Plástico:
relativo à modelagem de
um corpo.
Psicosfera:
halo formado em torno do
corpo pela atmosfera
psíquica individual.
Psicossomático:
relativo ao psicossoma
(corpo espiritual ou
perispírito).
Reflexão:
ação de retratar,
espalhar; de reproduzir,
traduzir; de exprimir,
transmitir.
Regressão de Memória:
processo de provocar em
um paciente, através da
hipnose, um retorno às
condições ou estados por
ele vivenciados no
passado, de modo a
fazê-lo reproduzir com
certa fidelidade tais
condições ou estados,
que de outra forma
seriam impossíveis de
ser reproduzidos pelo
paciente.
Segmentação:
divisão celular do óvulo
fecundado, primeira fase
do desenvolvimento
ontogenético dos
metazoários (animais
pluricelulares), que
costuma verificar-se
simetricamente.
Senectude:
decrepitude, senilidade,
velhice.
Sintonia:
reciprocidade de
influência determinando
uma ação perfeitamente
coordenada entre duas
partes. O termo está
relacionado com
frequência vibratória,
em que a sintonia é
definida como a
igualdade de frequência
entre duas fontes de
vibração; frequência é o
número de vibrações por
unidade de tempo, e
vibração é o movimento
periódico de um corpo
que passa pelas mesmas
posições em iguais
intervalos de tempo
(períodos).
Sistema Nervoso:
sistema que constitui o
mecanismo que permite ao
animal um contato
permanente com o meio
onde se situa,
determinando mudanças e
atitudes úteis ao seu
organismo. No homem,,
como nos animais
vertebrados, compreende
o sistema central e o
sistema periférico.
Somático:
relativo ao corpo
físico.
Nota:
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de Evolução em Dois
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