Adão sem
relógio
e sem
tênis
“Vovó,
eu tenho
de fazer
o Adão”,
disse-me
meu
netinho
de 6
anos,
mostrando-me
os 250
gramas
de
argila
que
trouxera
da
escola.
Era a
tarefa
daquela
quinta-feira
dentro
do
programa
de
estudos
da
civilização
no
colégio
jesuíta
onde
estuda.
Sentou-se
na
cadeira
da mesa
da
cozinha,
e muito
rapidamente,
para
espanto
de minha
filha e
de todos
nós,
preparou
as
partes
do corpo
em
argila e
juntou-as
com
muita
destreza.
Pronto!...
Criou o
“seu
Adão”.
Ficamos
conversando
e ele me
dizendo
como os
amigos
iam
montar
os seus
bonecos
de barro
cumprindo
a mesma
tarefa
da
escola.
- Vovó,
disse-me
ele. Meu
amigo
Gustavo
vai
fazer
Adão de
tênis e
o
Ricardo
vai
colocar
relógio...
Eu falei
pra eles
que nem
existia
isso
naquela
época e
que o
Adão é
uma
alegoria.
Meu pai
me
explicou
tudo e
eu falei
pra
eles.
Eles não
acreditaram
em mim.
Parabenizei
o
Nícolas
por
reter as
informações
e
ensinamentos
do seu
pai, meu
genro.
Nicolas,
apesar
de
estudar
em
escola
católica
com
outras
crianças
de
outras
várias
religiões,
e ser
ainda
uma
criança,
já sabe
o que é
ser
espírita,
cumpre
as
tarefas
escolares
que lhe
são
solicitadas,
mas já,
desde o
berço,
vem
recebendo
a
educação
da
Evangelização
espírita
no lar,
onde
realizam
aos
domingos
o
Evangelho
em
família.
Sempre
que
possível,
frequentam
atividades
no
Centro
Espírita,
apreciam
o passe
e a
leitura
espírita,
enriquecendo
a todos
com
informações
que são
absorvidas
por
Nícolas.
Como
Nícolas,
muitas
famílias
espíritas
mantêm
seus
filhos
em
escolas
tradicionais
católicas,
pela
conveniência
peculiar
a cada
situação
familiar,
mas não
descuidam
de
completar
os
ensinos
espíritas,
verdadeiro
holofote
de luz
nas
consciências
beneficiando
a vida
diária
de pais
e
filhos,
na
ascensão
a um
entendimento
da
verdadeira
vida,
seja na
filosofia,
na
ciência
ou na
religião.
Observando
as
crianças
de hoje,
especialmente
aquelas
nascidas
dentro
da
família,
vindo
como
netos,
vejo a
característica
de cada
um, as
tendências,
alminhas
diferentes
que são,
que
trazem
suas
bagagens,
alguns
com
dificuldades
em
aceitar
a
Espiritualidade,
outros
já
trazendo
essa
certeza
desde
tenra
idade,
como
Nicolas,
que
mesmo no
diálogo
em sala
de aula,
ao ser
perguntado
qual sua
religião,
prontamente
responde:
“Sou
espírita”,
com
tanta
naturalidade,
como um
profundo
filósofo
da vida.
Imaginem
a
alegria
de ser
avó de
sete
netinhos,
e poder
participar
dessas
vidinhas,
dos
diálogos,
do
crescimento,
das
vontades
e
vislumbrar
um
futuro
de luz
neste
aprendizado
que a
Doutrina
Espírita
oferece
a quem
desejar,
sem
imposições.
E assim,
um pouco
aqui, um
pouco
acolá
por
detrás
das
terras
de
além-mar,
vou
seguindo
os
passos
do labor
com
muito
amor.
Elsa
Rossi,
escritora
e
palestrante
espírita
brasileira
radicada
em
Londres,
é membro
da
Comissão
Executiva
do
Conselho
Espírita
Internacional,
diretora
do
Departamento
de
Unificação
para os
Países
da
Europa,
organismo
do
Conselho
Espírita
Internacional,
e
atual presidente
da
British
Union of
Spiritist
Societies
(BUSS).