MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
41)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. Pode o mesmo casal
experimentar o casamento
terrestre inúmeras
vezes?
Sim. O matrimônio na
Terra pode assumir
aspectos variados,
objetivando múltiplos
fins. Em razão disso,
acidentalmente, o homem
ou a mulher encarnados
podem experimentar o
casamento terrestre
diversas vezes, sem
encontrar a companhia
das almas afins com as
quais realizariam a
união ideal. Isso
porque, comumente, é
preciso resgatar essa ou
aquela dívida que
contraímos com a energia
sexual, aplicada de
maneira infeliz ante os
princípios de causa e
efeito. Entretanto, se o
matrimônio expiatório
ocorre em núpcias
secundárias, o cônjuge
liberado da veste
física, quando se ajuste
à afeição nobre,
frequentemente se coloca
a serviço da companheira
ou do companheiro na
retaguarda, no que
exercita a compreensão e
o amor puro. Quanto à
reunião no Plano
Espiritual, é razoável
se mantenha aquela em
que prevaleça a
conjunção dos
semelhantes, no grau
mais elevado da escala
de afinidades eletivas.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. VIII, pp.
185 e 186.)
B. Como o divórcio deve
ser por nós encarado?
Entende André Luiz que o
divórcio não deve ser
facilitado ou estimulado
entre os homens, porque
não existem na Terra
uniões conjugais,
legalizadas ou não, sem
vínculos graves no
princípio da
responsabilidade
assumida em comum. Mal
saídos do regime
poligâmico, homens e
mulheres sofrem-lhe
ainda as sugestões
animalizantes e por
isso, nas primeiras
dificuldades da tarefa a
que foram chamados,
costumam desertar dos
postos de serviço,
alegando imaginárias
incompatibilidades e
supostos embaraços,
quase sempre atribuíveis
ao desregrado narcisismo
de que são portadores.
Imprescindível, porém,
que o sentimento de
humanidade interfira nos
casos especiais, em que
o divórcio é o mal menor
que possa surgir entre
os grandes males
pendentes sobre a fronte
do casal, cientes todos
de que os devedores de
hoje voltarão amanhã ao
acerto das próprias
contas.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. VIII, pp.
186 e 187.)
C. Pode ocorrer
separação entre os
cônjuges espirituais?
Sim. Pode acontecer, em
certos casos, que as
autoridades superiores
escolham um dos cônjuges
para serviço particular
entre os homens,
atendendo a qualidades
especiais que ele possua
e com que deva
satisfazer a questões e
eventualidades
terrestres. Além disso,
esse ou aquele cônjuge,
após venturoso estágio
na esfera superior,
necessita regressar aos
círculos carnais para
experiências difíceis no
resgate de compromissos
determinados. Em ambas
as modalidades de
separação compreensível
e justa, o companheiro
ou a companheira em
condição de
superioridade, pelo
menos
circunstancialmente,
roga, com êxito, a
possibilidade de
custodiar o objeto de
sua veneração e de seu
carinho, quase sempre na
posição de reencarnados,
em regime de completa
renúncia.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. IX, pág.
188.)
Texto para leitura
161. Matrimônio e
divórcio - Nas
esferas elevadas, as
almas superiores
identificam motivo de
honra no serviço de
amparo aos companheiros
menos evolvidos que
estagiam nos planos
inferiores. Na Terra,
não olvidemos que o
matrimônio pode assumir
aspectos variados,
objetivando múltiplos
fins. Em razão disso,
acidentalmente, o homem
ou a mulher encarnados
podem experimentar o
casamento terrestre
diversas vezes, sem
encontrar a companhia
das almas afins com as
quais realizariam a
união ideal. Isso
porque, comumente, é
preciso resgatar essa ou
aquela dívida que
contraímos com a energia
sexual, aplicada de
maneira infeliz ante os
princípios de causa e
efeito. Entretanto, se o
matrimônio expiatório
ocorre em núpcias
secundárias, o cônjuge
liberado da veste
física, quando se ajuste
à afeição nobre,
frequentemente se coloca
a serviço da companheira
ou do companheiro na
retaguarda, no que
exercita a compreensão e
o amor puro. Quanto à
reunião no Plano
Espiritual, é razoável
se mantenha aquela em
que prevaleça a
conjunção dos
semelhantes, no grau
mais elevado da escala
de afinidades eletivas.
Se os viúvos ou viúvas
das núpcias efetuadas em
grau menor de afinidade
demonstram sadia
condição de
entendimento, são
habitualmente
conduzidos, depois da
morte, ao convívio do
casal restituído à
comunhão, desfrutando
posição análoga à dos
filhos queridos junto
dos pais terrenos, que
por eles se submetem aos
mais eloquentes e
multifários testemunhos
de carinho e sacrifício
pessoal para que
atendam, dignamente, à
articulação dos próprios
destinos. Se, no
entanto, a desesperação
do ciúme ou a nuvem do
despeito enceguecem esse
ou aquele membro da
equipe fraterna, os
cônjuges reassociados no
plano superior
amparam-lhe a
reencarnação, à maneira
de benfeitores ocultos,
interpretando-lhes a
rebelião por sintoma
enfermiço, sem lhes
retirar o apoio amigo,
até que se reajustem no
tempo. (Evolução em
dois Mundos, 2a
Parte, cap. VIII, pp.
185 e 186.)
162. O divórcio
não deve ser facilitado
- Que não se veja nisso
inovação ou desrespeito
ao sentimento alheio,
porquanto o lar
terrestre enobrecido, se
analisado sem
preconceitos, permanece
estruturado nessas
mesmas bases essenciais,
uma vez que os pais
humanos recebem, muitas
vezes, no instituto
doméstico, por filhos e
filhas, aqueles mesmos
laços do passado, com os
quais atendem ao resgate
de antigas contas,
purificando emoções,
renovando impulsos,
partilhando compromissos
ou aprimorando relações
afetivas de alma para
alma. É nessa condição
que em muitas
circunstâncias surgem
nas entidades
renascentes – sem que o
véu da reencarnação lhes
esconda de todo a
memória – as
psiconeuroses e fixações
infanto-juvenis, cuja
importância na conduta
sexual da personalidade
é exagerada em excesso
pelos sexólogos e
psicanalistas da
atualidade, carentes de
mais amplo contato com
as realidades do
Espírito e da
reencarnação, que lhes
permitiriam ministrar
aos seus pacientes mais
efetivo socorro de ordem
moral. Quanto ao
divórcio, segundo os
nossos conhecimentos no
Plano Espiritual, somos
de parecer não deva ser
facilitado ou estimulado
entre os homens, porque
não existem na Terra
uniões conjugais,
legalizadas ou não, sem
vínculos graves no
princípio da
responsabilidade
assumida em comum. Mal
saídos do regime
poligâmico, homens e
mulheres sofrem-lhe
ainda as sugestões
animalizantes e por
isso, nas primeiras
dificuldades da tarefa a
que foram chamados,
costumam desertar dos
postos de serviço,
alegando imaginárias
incompatibilidades e
supostos embaraços,
quase sempre
simplesmente atribuíveis
ao desregrado narcisismo
de que são portadores. E
com isso exercem viciosa
tirania sobre o sistema
psíquico do companheiro
ou da companheira
mutilados ou doentes,
necessitados ou
ignorantes, após
explorar-lhes o mundo
emotivo, quando não se
internam pelas aventuras
do homicídio ou do
suicídio espetaculares,
com a fuga voluntária de
obrigações preciosas. É
imperioso, assim, que a
sociedade humana
estabeleça regulamentos
severos a benefício dos
nossos irmãos contumazes
na infidelidade aos
compromissos assumidos e
a benefício de si mesma,
para que não regresse à
promiscuidade aviltante
das tabas obscuras, em
que o princípio e a
dignidade da família
ainda são plenamente
desconhecidos.
Imprescindível, porém,
que o sentimento de
humanidade interfira nos
casos especiais, em que
o divórcio é o mal menor
que possa surgir entre
os grandes males
pendentes sobre a fronte
do casal, cientes todos
de que os devedores de
hoje voltarão amanhã ao
acerto das próprias
contas. (Evolução em
dois Mundos, 2a
Parte, cap. VIII, pp.
186 e 187.)
163. Separação
entre cônjuges
espirituais -
Ocorre separação entre
cônjuges espirituais? A
esta pergunta, André
Luiz informa que pode
acontecer, em certos
casos, que as
autoridades superiores
escolham um dos cônjuges
para serviço particular
entre os homens,
atendendo a qualidades
especiais que ele possua
e com que deva
satisfazer a questões e
eventualidades
terrestres. Além disso,
esse ou aquele cônjuge,
após venturoso estágio
na esfera superior,
necessita regressar aos
círculos carnais para
experiências difíceis no
resgate de compromissos
determinados. Em ambas
as modalidades de
separação compreensível
e justa, o companheiro
ou a companheira em
condição de
superioridade, pelo
menos
circunstancialmente,
roga, com êxito, a
possibilidade de
custodiar o objeto de
sua veneração e de seu
carinho, quase sempre na
posição de reencarnados,
em regime de completa
renúncia. (Evolução
em dois Mundos, 2a
Parte, cap. IX, pág.
188.)
164. Disciplina
afetiva -
Enganam-se
lamentavelmente quantos
possam admitir a
incontinência sexual
como regra de conduta
nos planos superiores da
Espiritualidade. Médiuns
que tenham observado as
regiões de
licenciosidade, ou
Espíritos desencarnados
que delas venham traçar
essa ou aquela notícia,
reportam-se apenas a
lugares naturalmente
inferiores, extremamente
afins com a poligamia
embrutecente, por mais
brilhantes se lhes
externem as
conceituações
filosóficas. Nos planos
enobrecidos, realiza-se
também o casamento das
almas, conjugadas no
amor puro, verdadeira
união esponsalícia de
caráter santificante,
gerando obras admiráveis
de progresso e beleza,
na edificação coletiva,
e quando semelhante
enlace deva ser adiado,
por circunstâncias
inamovíveis, os
Espíritos de
comportamento superior
aceitam, na Terra, a
luta pela sublimação das
forças genésicas,
aplicando-as em trabalho
digno, com abstenção do
comércio poligâmico,
tanto mais intensamente
quanto mais ativo se
lhes revele o esforço no
acrisolamento próprio.
Assevera André que, na
renúncia construtiva a
que tais Espíritos se
entregam, na expectativa
do amor que os integrará
na complementação
desejada, encontram
eles, no serviço aos
semelhantes,
oportunidades preciosas
de burilamento e
progresso, acentuando em
si mesmos os altos
valores da cultura e da
emoção, que lhes
propiciam gozos íntimos
dos mais alevantados e
mais puros. (N.R.: Em
nota aposta na pág. 189,
a Editora da FEB pede
que, para melhor
compreensão do assunto
aqui tratado, sejam
relidas as elucidações
constantes das págs. 198
a 203 do livro
“Missionários da
Luz”.) (Evolução
em dois Mundos, 2a
Parte, cap. X, pp. 189 e
190.)
Glossário:
Acrisolamento:
ato ou efeito de
acrisolar, isto é,
purificar, aperfeiçoar,
sublimar, submetendo-se
a provas.
Afinidade Eletiva:
afinidade em combinação
com o fator escolha.
Aviltante:
que rebaixa ou desonra.
Cônjuge Espiritual:
qualidade daquele que,
no Plano Espiritual,
desfruta de união,
realizada estritamente
com base na mais elevada
afinidade espiritual.
Conjunção:
união.
Custodiar:
manter sob guarda ou
proteção, de modo a
assegurar o objetivo
visado.
Esponsalício:
referente às
providências de
casamento.
Fixação:
perturbação emocional na
fase infanto-juvenil,
com apego exagerado,
doentio, a alguém ou
algo.
Genésico:
relativo ao impulso
sexual.
Incontinência:
falta de continência;
falta de castidade, de
moderação, de
cometimento.
Licenciosidade:
qualidade de quem é
licencioso, isto é,
sensual, libertino,
desregrado.
Multifário:
de muitos aspectos,
variado.
Narcisismo:
amor excessivo a si
mesmo; qualidade dos que
se envaidecem ou se
encantam de si mesmos.
Poligamia:
condição de macho em
acasalar-se com mais de
uma fêmea, ou de quem
tem mais de um cônjuge
ao mesmo tempo.
Poligâmico:
relativo à poligamia,
condição do macho em
acasalar-se com mais de
uma fêmea, ou de quem
tem mais de um cônjuge
ao mesmo tempo.
Promiscuidade:
qualidade do que se une
ou se mistura de maneira
confusa, sem ordem nem
distinção.
Psicanalista:
especialista em
psicanálise, método de
psicoterapia
desenvolvido por Freud,
segundo o qual as
neuroses nascem de
complexos reprimidos,
que transformam a vida
psíquica. O tratamento
consiste em tornar
conscientes esses
complexos a fim de
superá-los.
Psiconeurose:
transtorno funcional que
se manifesta mediante
perturbações orgânicas
(respiratórias,
digestivas, excretoras,
genitais) e
desequilíbrios
psíquicos.
Sexólogo:
especialista em
sexologia, ciência que
estuda os problemas
concernentes à
sexualidade (conjunto
dos fenômenos da vida
sexual).
Taba:
aldeia de índios
brasileiros, formada de
“ocas” (cabanas).
Nota:
Muitos termos técnicos
usados na obra em estudo
não se encontram nos
dicionários que
comumente consultamos.
Clicando no link abaixo,
o leitor terá acesso ao
texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
http://www.OCONSOLADOR\linkfixo\estudosespiritas\andreluiz\Elucidario.pdf