A certeza na continuidade da
vida muito nos conforta e
propõe-nos reflexões
profundas acerca de nossas
atitudes nos dias atuais.
Mas, e se além dessa
convicção, tivermos a
oportunidade de recebermos o
aceno da espiritualidade
fazendo-nos, de forma
espontânea, crer que estão
ao nosso lado?
Passar um minuto ao lado de
Chico proporciona esse tipo
de encontro: subitamente ele
nos dirige a palavra falando
de alguém que está ao nosso
lado e não há como duvidar
pela forma como tudo ocorre.
Foi o que aconteceu com
Francina, durante uma visita
sua à Federação Espírita
Brasileira, onde Chico se
encontrava. Quem narra a
história é Ranieri, no seu
livro “O Prisioneiro de
Cristo”, editado pela LAKE,
de São Paulo.
Ouçamos a narrativa de
Francina ao escritor:
- Bem, nessa época eu não
conhecia Chico Xavier,
embora abrigasse o sonho de
vê-lo um dia. Para alegria
minha, soube que viria
receber o título de cidadão
na Guanabara e que depois
estaria na Federação
Espírita Brasileira,
autografando livros e
conversando com o povo. Fui
para lá. Súbito, porém,
senti terrível dor no peito.
Veio-me logo a ideia de um
enfarte. A dor era terrível
e intensa.
Aflita, entrei na Federação
e encontrei o Chico. Ele
olhou-me, eu não lhe disse
nada, abraçou-me e tomou-me
a mão direita que ficou
segurando e disse:
- Aninha está com você.
- Aninha? – Não me lembrava,
naquele momento, de ninguém
com esse nome.
- Sim, Aninha, Ana Alves de
Almeida. Está a seu lado e
está dizendo que foi sua
professora no Grupo Lúcio
dos Santos, no Bairro do
Carlos Prates, no último ano
letivo... E que morreu de um
enfarte em 1954...
Sim, agora me recordava da
antiga professora. Fiquei só
um ano com ela, aquele
citado pelo Chico. Minha mão
adormeceu sob a pressão da
sua, mas a dor do peito
desapareceu.
Chico ainda falou com meu
pai dizendo-lhe que ele, meu
pai, havia sido um dos
inconfidentes... Meu pai
estremeceu porque muito
tempo antes, através do
médium Antonio Loreto
Flores, um Espírito lhe
dissera que ele fora Cláudio
Manoel da Costa. Chico não
dissera o nome do
inconfidente, mas era muita
coincidência!