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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 277 - 9 de Setembro de 2012

WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Bauru, SP (Brasil)
 

Gervásio: o médium

 
Gervásio desde muito moço vinculara-se ao centro espírita de seu bairro. Responsável e estudioso não tardou para ter os dons mediúnicos aflorados. Médium de vastíssima capacidade, seu empenho e dedicação atraíram a atenção da espiritualidade que o utilizava como abençoada ponte de ligação entre os planos do infinito. Em inúmeras oportunidades Gervásio beneficiou  pessoas com sua mediunidade de cura, vidência, psicofonia e psicografia. Em 60 anos de existência física e 40 de atividade mediúnica  conquistou vários amigos na esfera carnal e espiritual. No entanto, como a lei é para todos e o Senhor da vida pelos princípios da igualdade exige que ela se cumpra, Gervásio encontrou-se com a desencarnação, vitimado por grave enfermidade.

Como fora médium espírita, alguns dias após o desencarne foram o bastante para que se reconhecesse desprovido da ferramenta carnal. Em seguida avistou a simpática figura de seu mentor e mais dois amigos que o recebiam de braços abertos com alegria a dizer:

 - Você se saiu  relativamente bem na tarefa que veio desempenhar na Terra,  Gervásio, por isso vimos dar-lhe o abraço de boas-vindas.

Um tanto chateado pela pequena caravana que em sua concepção estava aquém do papel que representara na Terra, interrogou:

 - Agradeço a recepção, mas cadê  as outras pessoas, aquelas a quem tanto beneficiei quando estive encarnado? Elas não vieram me receber no portal do infinito, por qual razão? Acaso não as teria ajudado com minha mediunidade? E a gratidão?

O mentor sorriu benevolente e explicou:

 - Embora tenha executado a tarefa que lhe competiu com relativo êxito e com isso beneficiado eventualmente um ou outro irmão, o seu trabalho mediúnico teve como maior beneficiário você mesmo, Gervásio. Você aprendeu com a mediunidade o sabor da disciplina, as maravilhas da responsabilidade, as pérolas do estudo e a marcante experiência advinda do trabalho com Jesus.

Gervásio, chateado com as realidades expostas pelo mentor, abaixou a cabeça e colocou-se a refletir na amarga, porém necessária, verdade que o guia lhe ensinava. 

Somos, invariavelmente, os grandes agraciados com a oportunidade do trabalho na seara do Mestre. A mediunidade é abençoada ferramenta que nos proporciona o crescimento como Espíritos imortais. A bondade divina, entretanto, em sua encantadora sabedoria, une o útil ao agradável. Enquanto exercitamos a disciplina, o trabalho, e aprendemos com a experiência da atividade mediúnica, o Pai de infinito amor nos faz agentes que colaboram com o semelhante, instruindo e consolando. Tudo ao mesmo tempo.

Contudo, não nos esqueçamos desta insofismável máxima: o trabalho na mediunidade com Jesus constitui-se em inigualável chance de crescimento interior para nós, sempre para nós. Por isso, faz-se necessário não esperarmos glórias e agradecimentos, porquanto já recebemos com juros e correção nossa paga: a chance de servir ao Cristo.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita