MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
42)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. Como se iniciou a
diferenciação dos sexos?
Segundo André Luiz, os
princípios espirituais,
nos primórdios da
organização planetária,
traziam, na constituição
que lhes era própria, a
condição que poderemos
nomear por teor de
força,
expressando qualidades
predominantes ativas ou
passivas. Como a
evolução é sempre
sustentada pelas
Inteligências
Superiores, em
movimentação ascendente,
desde as primeiras horas
da reprodução sexuada
começou, sob a direção
delas, a formação dos
órgãos masculinos e
femininos que culminaram
morfologicamente nas
províncias genésicas do
homem e da mulher da
atualidade.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. XII, pp. 193
e 194.)
B. Como entender a
gestação frustrada
quando não existe
Espírito ligado ao feto?
Em todos os casos em que
há formação fetal sem
que haja a presença de
entidade reencarnante, o
fenômeno obedece aos
moldes mentais maternos.
Dentre as
ocorrências dessa
espécie há, por exemplo,
aquelas em que a mulher,
em provação de reajuste
do centro genésico,
nutre habitualmente o
vivo desejo de ser mãe,
impregnando as células
reprodutivas com elevada
percentagem de atração
magnética, pela qual
consegue formar, com o
auxílio da célula
espermática, um embrião
frustrado que se
desenvolve, embora
inutilmente, na medida
da intensidade do
pensamento maternal, que
opera através de
impactos sucessivos
condicionando as células
do aparelho reprodutor,
que lhe respondem aos
apelos segundo os
princípios de
automatismo e reflexão.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. XIII, pág.
195.)
C. São graves as
consequências de um
aborto criminoso?
Sim. A mulher e o homem
acumpliciados na prática
do aborto delituoso,
principalmente a mulher,
cujo grau de
responsabilidade nas
faltas dessa natureza é
muito maior, desajustam
as energias
psicossomáticas, com
mais penetrante
desequilíbrio do centro
genésico, implantando
nos tecidos da própria
alma a sementeira de
males que frutescerão
mais tarde, em regime de
produção a tempo certo.
Isso ocorre não apenas
porque o remorso se lhes
entranhe no ser, mas
também porque assimilam,
inevitavelmente, as
vibrações de angústia e
desespero e, por vezes,
de revolta e vingança
dos Espíritos que foram
rejeitados.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. XIV, pp. 196
a 198.)
Texto para leitura
165. Conduta
afetiva - Quanto
mais elevado o grau de
aprimoramento da alma,
mais reclamará
espontaneamente de si
própria a necessária
disciplina das energias
do mundo afetivo,
somente despendendo-as
no circuito de forças em
que se completa com a
alma a que se encontra
consorciada, ou, então,
em serviço nobre,
através do qual opere a
evasão das cargas
magnéticas de seus
impulsos genésicos,
transferindo-as para o
trabalho em que se lhe
projetam a sensibilidade
e a inteligência. Isso
acontece no plano
físico, entre aqueles
cujo sistema psíquico já
se distanciou
suficientemente das
emoções vulgares,
ajustando-se em
complementação fluídica
ideal as almas irmãs que
se matrimoniam.
Interrompida a aliança
física na esfera carnal,
por interferência da
morte, o homem ou a
mulher, consagrados à
sublimação íntima, se
associam, quase sempre,
à companheira ou ao
companheiro levados à
viuvez, em construtivas
simbioses de ação, seja
no amparo aos filhos,
ainda necessitados de
assistência, ou na
extensão de obras
edificantes, porquanto
os Espíritos que
verdadeiramente se amam
desconhecem o que seja
abandono ou
esquecimento. Atentos ao
mesmo princípio de
aprimoramento, aqueles
que se ajustam em
matrimônio superior, no
Plano Espiritual,
permutam as próprias
forças em constante
circuito energético,
pelo qual atendem a
vastíssimas obras de
benemerência, na criação
mental de valores
necessários ao progresso
comum, dentro da euforia
permanente que o amor
sublime lhes confere. E,
em lhes faltando a
companhia, por
intermédio da qual se
integram nos mais altos
ideais de burilamento e
beleza, mobilizam as
próprias cargas
magnéticas criadoras em
serviço à coletividade,
com o que se elevam mais
intensamente na escala
da sublimação moral, ou,
então, buscam – o que é
mais frequente – olvidar
as próprias
possibilidades de maior
ascensão, solicitando
posições apagadas e
humildes ao pé daqueles
a quem se devotam, a fim
de ajudá-los na execução
das tarefas que lhes
foram assinaladas ou no
pagamento das dívidas
com que ainda se oneram
perante a Lei.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. XI, pp. 191
e 192.)
166. Diferenciação
dos sexos - Como
se iniciou a
diferenciação dos sexos?
André Luiz responde: “Os
princípios espirituais,
nos primórdios da
organização planetária,
traziam, na constituição
que lhes era própria, a
condição que poderemos
nomear por teor de
força, expressando
qualidades predominantes
ativas ou passivas. E
entendendo-se que a
evolução é sempre
sustentada pelas
Inteligências
Superiores, em
movimentação ascendente,
desde as primeiras horas
da reprodução sexuada
começou, sob a direção
delas, a formação dos
órgãos masculinos e
femininos que culminaram
morfologicamente nas
províncias genésicas do
homem e da mulher da
atualidade”. Diz André
que não podemos esquecer
que o trabalho evolutivo
no aperfeiçoamento
fisiológico das
criaturas terrestres
ainda não foi terminado,
prosseguindo, como é
natural, no espaço e no
tempo. A perda dos
característicos sexuais
ocorrerá,
espontaneamente, quando
as almas humanas tiverem
assimilado todas as
experiências necessárias
à própria sublimação,
rumando, após milênios
de burilamento, para a
situação angélica, em
que o indivíduo deterá
todas as qualidades
nobres inerentes à
masculinidade e à
feminilidade, refletindo
em si, nos degraus
avançados da perfeição,
a glória divina do
Criador. André
acrescenta, ainda, que
não lhe é possível, no
momento, formular
qualquer pensamento
concreto acerca da
natureza e dos atributos
dos Anjos, nem ajuizar
quanto ao sistema de
relações que eles
cultivam entre si.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. XII, pp. 193
e 194.)
167. Gestação
frustrada - Como
compreendermos os casos
de gestação frustrada
quando não existe
Espírito reencarnante
para arquitetar as
formas do feto? Em todos
os casos em que há
formação fetal, sem que
haja a presença de
entidade reencarnante, o
fenômeno obedece aos
moldes mentais maternos.
(N.R.: Veja a respeito
do assunto a pergunta
136 d’ O Livro dos
Espíritos.) Dentre
as ocorrências dessa
espécie há, por exemplo,
aquelas em que a mulher,
em provação de reajuste
do centro genésico,
nutre habitualmente o
vivo desejo de ser mãe,
impregnando as células
reprodutivas com elevada
percentagem de atração
magnética, pela qual
consegue formar, com o
auxílio da célula
espermática, um embrião
frustrado que se
desenvolve, embora
inutilmente, na medida
da intensidade do
pensamento maternal, que
opera através de
impactos sucessivos
condicionando as células
do aparelho reprodutor,
que lhe respondem aos
apelos segundo os
princípios de
automatismo e reflexão.
Em contrário há, por
exemplo, casos em que a
mulher, por recusa
deliberada à gravidez de
que se acha possuída,
expulsa a entidade
reencarnante nas
primeiras semanas de
gestação, desarticulando
os processos celulares
da constituição fetal e
adquirindo, por
semelhante atitude,
constrangedora dívida
ante o Destino.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. XIII, pág.
195.)
168. Aborto
criminoso -
Considerando o Universo
em sua totalidade como o
Reino Divino, vamos
encontrar o Bem do
Criador para todas as
criaturas, como Lei
Básica, cujas
transgressões
deliberadas são
corrigidas no próprio
infrator, com o objetivo
natural de conseguir-se,
em cada círculo de
trabalho, o máximo de
equilíbrio com o
respeito máximo aos
direitos alheios, dentro
da mínima quota de pena.
Toda reparação, perante
a Lei Básica referida,
se realiza em termos de
vida eterna e não
segundo a vida
fragmentária que
conhecemos na encarnação
humana, porquanto uma
existência pode estar
repleta de acertos e
desacertos, méritos e
deméritos, e a
Misericórdia do Senhor
preceitua, não que o
delinquente seja
flagelado, com extensão
indiscriminada de dor
expiatória, mas sim que
o mal seja suprimido de
suas vítimas, com a
possível redução do
sofrimento. Segundo o
princípio universal do
Direito Cósmico,
expresso no ensinamento
de Jesus, que manda
conferir “a cada um de
acordo com as próprias
obras”, arquivamos em
nós as raízes do mal que
acalentamos, para
extirpá-las à custa do
esforço próprio, em
companhia daqueles que
se nos afinem à faixa de
culpa, com os quais,
perante a Justiça
Eterna, nossos débitos
jazem associados. Dessa
maneira, certa romagem
terrestre, entremeada de
créditos e dívidas, pode
terminar com aparências
de regularidade
irrepreensível para a
alma que desencarna, sob
o apreço dos que lhe
comungam a experiência,
seguindo-se outra em que
essa mesma pessoa assume
a empreitada do resgate
próprio, suportando nos
ombros as consequências
das culpas contraídas
diante de Deus e de si
mesma, a fim de
reabilitar-se ante a
Harmonia Divina,
caminhando
transitoriamente ao lado
de Espíritos incursos em
regeneração da mesma
espécie. É assim que a
mulher e o homem
acumpliciados na prática
do aborto delituoso,
principalmente a mulher,
cujo grau de
responsabilidade nas
faltas dessa natureza é
muito maior, desajustam
as energias
psicossomáticas, com
mais penetrante
desequilíbrio do centro
genésico, implantando
nos tecidos da própria
alma a sementeira de
males que frutescerão
mais tarde, em regime de
produção a tempo certo.
Isso ocorre não apenas
porque o remorso se lhes
entranhe no ser, mas
também porque assimilam,
inevitavelmente, as
vibrações de angústia e
desespero e, por vezes,
de revolta e vingança
dos Espíritos que foram
rejeitados. No homem, o
resultado dessas ações
aparece, quase sempre,
na existência seguinte,
na forma de moléstias
testiculares,
disendocrinias diversas,
distúrbios mentais, com
evidente obsessão por
parte de forças
invisíveis emanadas de
entidades retardatárias
incapazes ainda de
perdoar. Nas mulheres,
as consequências são
ainda mais graves. O
aborto injustificado
revela-se,
matematicamente, seguido
por choques traumáticos
no corpo espiritual,
tantas vezes quantas se
repetir o delito de
lesa-maternidade,
mergulhando as mulheres
que o perpetram em
angústias indefiníveis,
além da morte.
(Evolução em dois
Mundos, 2a
Parte, cap. XIV, pp. 196
a 198.)
Glossário:
Automatismo Celular:
a capacidade que as
células têm de cumprir,
por si mesmas, suas
funções no conjunto
orgânico.
Célula Espermática:
a célula reprodutora
masculina, o
espermatozoide.
Célula Reprodutiva
Feminina:
a célula feminina, o
óvulo.
Célula:
a menor unidade de
função e organização,
nos seres vivos, que
apresenta todas as
características de vida.
Centro Genésico:
centro de força vital,
no perispírito,
relacionado com os
plexos hipogástrico e
sacral, no corpo físico,
responsável pelo
funcionamento dos órgãos
de reprodução e das
emoções sexuais.
Circuito:
cadeia de sustentação da
ocorrência sucessiva de
fenômenos.
Complementação Fluídica:
intercâmbio fluídico
entre duas almas afins
que, por influência
recíproca, se suprem de
fluidos.
Corpo Espiritual:
o perispírito,
psicossoma.
Disendocrinia:
perturbação das funções
endócrinas, isto é, no
funcionamento das
glândulas de secreção
interna.
Disfunção:
função que se efetua de
maneira anômala.
Embrião:
denominação geralmente
dada ao produto da
concepção (geração) até
o terceiro mês de
gestação.
Feto:
denominação geralmente
dada ao embrião depois
que este adquire o
aspecto semelhante ao do
adulto de sua espécie.
Fisiológico:
relativo ao corpo,
levando-se em conta as
funções orgânicas.
Genésico:
relativo ao órgão de
reprodução sexual;
relativo ao impulso
sexual.
Gestação:
desenvolvimento do
embrião no útero materno
desde a sua concepção
(geração) até o momento
do nascimento.
Hormonal:
referente ao hormônio,
substância produzida
pela atividade das
glândulas de secreção
interna (endócrinas), ou
pela atividade de
tecidos de secreção
interna, é lançado, em
parte, nos tecidos,
atuando sobre as funções
orgânicas como excitante
ou como regularizador.
Morfologicamente:
relativo à condição
morfológica de algo, ou
seja, sua forma,
conformação.
Nidação:
fixação do óvulo
fecundado na mucosa
uterina (endométrio).
no hipocôndrio esquerdo
(parte lateral do
abdome), que armazena
excesso de glóbulos
vermelhos, desintegra
glóbulos vermelhos
velhos e libera
hemoglobina (substância
que leva oxigênio aos
tecidos, trazendo deles
o gás carbônico).
Parturição:
parto natural, ato de
dar à luz o feto.
Placenta:
estrutura formada pelas
células do embrião e da
mucosa uterina
(endométrio), ao
completar-se a
implantação do embrião
no útero durante a
gestação. É através da
placenta que o embrião
assegura sua vida no
útero, retirando
nutrientes do organismo
materno e devolvendo
produtos excretórios,
que são eliminados pelos
rins e pulmões da mãe. A
comunicação biológica
entre mãe e feto
processa-se através do
cordão umbilical.
Plasmático:
referente ao psicossoma
(corpo espiritual ou
perispírito).
Recôndito:
oculto, escondido, que
se localiza no íntimo ou
imo, no âmago.
Reflexão:
ato de refletir a ação
de um impulso recebido.
Sexuado:
referente ao processo de
reprodução mediante o
uso dos órgãos sexuais,
ou com o concurso de
células sexuais
diferenciadas.
Simbiose:
associação de dois seres
de espécie distinta, com
influência de um sobre o
outro, ou de ambos entre
si, podendo, essas
relações, ser úteis ou
prejudiciais às duas
partes, favoráveis ou
nocivas para uma delas
apenas.
Vibração:
movimento oscilatório
cuja propagação se faz
sentir sob a forma de
uma energia.
Nota:
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texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
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