WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Bauru, SP (Brasil)
A
cura do pastor
Cícero
Cícero era há
muitos anos
pastor de
respeitável
igreja
evangélica.
Espírito de
elevada
hierarquia e
conquistas no
campo da
moralidade,
conduzia com
sucesso o seu
rebanho.
Fraterno,
solidário, os
fiéis
encontravam em
seus ombros
travesseiros
confortáveis
para o desabafo.
Homem íntegro e
correto jamais
se furtava aos
deveres cristãos
de socorrer quem
quer que fosse.
Certo dia,
porém, após
culto, Cícero
sentiu forte
pontada nas
costas. No
começo pensou
ser apenas algo
passageiro, mas
como elas
insistiam, ele
resolveu
procurar o
médico. Após uma
série de exames,
o doutor deu-lhe
a notícia
fatídica:
– Senhor Cícero,
um grande tumor
está alojado em
seu pulmão e
pelo aspecto não
é coisa boa.
Devemos operá-lo
quanto antes.
A comunidade
inteira
espantou-se. Por
que aquilo fora
acontecer
justamente com o
pastor Cícero,
homem bom e
honrado?
Com sua fé
inabalável em
Deus, o pastor
apenas respondia
aos fiéis:
– Oremos, meus
caros, oremos e
nos resignemos à
vontade do Pai.
Se a enfermidade
me visitou, há
algum propósito
nisso tudo, pois
o Senhor tem
algum plano para
minha vida.
E confiante, o
pastor Cícero
submeteu-se à
cirurgia para a
retirada do
tumor.
No entanto, algo
inexplicável
aconteceu. O
médico, ao
abrir-lhe o
peito constatou
que no local do
tumor havia uma
grande cicatriz,
nada, além
disto.
Assustado, o
doutor disse:
– Não entendo,
pastor, nada
encontramos. O
senhor está
liberado de
qualquer
tratamento.
Faremos alguns
exames
preliminares,
mas está
aparentemente
curado... Se não
fosse comigo,
juro que não
acreditaria.
Coloquemos,
pois, na conta
do inexplicável
- disse o
cientista
cético.
O pastor apenas
respondeu:
– Para Deus,
doutor, nada é
impossível e
tudo é
explicável.
Afinal, Ele tudo
pode, tudo sabe
e tudo vê.
O médico apenas
sorriu, como se
acreditasse nas
palavras do
pastor.
Troquei apenas
os nomes para
preservar a
identidade do
pastor. Mas o
relato acima é
fato.
Milagre? Seria
um milagre?
Allan Kardec vem
em nosso socorro
e explica que os
milagres são
apenas as leis
naturais da vida
agindo,
portanto, não
existem. Todas
as maravilhas da
natureza que
ainda não foram
devastadas pela
ciência recebem
o nome de
milagre. Mas, na
verdade, os
milagres
inexistem.
Compreende-se,
pois, que
diversos casos
dados como
irrecuperáveis
pela ciência do
Homem não o são
para a perfeita
ciência divina.
Dentro das leis
naturais existe
a mediunidade de
cura que é a
capacidade que
algumas pessoas
têm de curar
pelo simples
toque, gesto ou
olhar, sem a
necessidade de
medicação.
Nesses casos, o
fluido magnético
desempenha
relevante papel.
É o que nos
explica Allan
Kardec em
A Gênese, cap.
14 – Médiuns
curadores.
Na literatura da
codificação há
vasto campo para
ser explorado
pelo estudioso
espírita. No
Evangelho, por
exemplo, dentre
tantos episódios
citamos o da
mulher que há 12
anos sofria de
hemorragia e,
vendo todas as
possibilidades
esgotadas, busca
socorro no
Nazareno,
tocando-lhe as
vestes. O
simples toque
soluciona seu
problema. O
mestre, então,
diz à mulher:
Tua fé te
salvou.
Jesus, portanto,
situa a fé como
fator primordial
para a cura do
indivíduo.
Explica Kardec em
A Gênese,
capítulo XV, que
duas criaturas
portadoras da
mesma
enfermidade,
apresentadas ao
médium curador,
podem obter
resultados
diferentes, pois
a falta de fé
atua como uma
espécie de
bloqueador, uma
energia que
rechaça os
fluidos emanados
do médium de
cura.
Recordo-me que,
antes de ser
espírita, muitas
vezes levei
alguns de meus
familiares para
participar de
trabalhos de
cura. Jamais
receberam
qualquer
benefício, pois
adentravam o
local cheios de
dúvidas e
incertezas
quanto às graças
que ali foram
buscar.
Tivessem, quem
sabe, um pouco
mais de fé e
poderiam ser
agraciados com
as bênçãos dos
Céus.
Faltou-lhes algo
que sobrou ao
pastor Cícero:
fé e confiança
nos planos
maiores que
dirigem a vida.
A questão da fé
é igual a um
time de futebol
ou qualquer
outro esporte.
Se entrarmos em
campo
derrotados,
considerando que
o adversário
vencerá a
partida,
tenhamos a
certeza de que o
jogo está
perdido antes
mesmo de
começar.
Muita gente
perde o jogo da
vida por falta
de fé. Não
podemos
perdê-la,
jamais. Kardec
ensina que a fé
não se trata de
algo
sobrenatural,
mas de uma das
mais
significativas
forças que nos
beneficiam na
jornada terrena.
O Espiritismo,
pois, ensina a
fé inteligente,
com razão e
lógica.
Tenhamos, pois,
fé e confiança
nos desígnios de
Deus. É isto que
nos ensina a
Doutrina
Espírita e sob
as suas
diretrizes é que
devemos
caminhar. Aliás,
o pastor Cícero
nem era
espírita, mas
tinha fé. Como
constatamos, a
fé está
disponível a
todos,
independentemente
de religião. A
vantagem do
Espiritismo é
que elucida com
clareza as
razões pelas
quais devemos
ter esta fé
inabalável.
Pensemos nisso.