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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 281 - 7 de Outubro de 2012

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA 
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)
 

Os sãos não precisam
de médico

 

Em belíssimo Seminário Lítero-Musical – registrado em DVD –, o conferencista espírita Dr. Haroldo Dutra Dias, de Belo Horizonte (MG), estuda o livro A Caminho da Luz, de Emmanuel, Espírito, psicografado pelo médium Francisco C. Xavier e editado pela FEB.

Nele, o autor salienta que Jesus veio à Terra em meio aos judeus, por serem eles – dentre os quatro povos exilados de um dos orbes da estrela Capela: Egípcios, Indianos; Judeus e Arianos – o grupo mais rebelde, mais endividado, mais orgulhoso.

Todos os exilados aqui reencarnaram “(...) no seio das raças ignorantes e primitivas (descendentes dos primatas), a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes.” É desse paraíso perdido que nos fala a Bíblia.

Deram origem às raças brancas, eis que aqui já se encontravam as raças negra (África) e amarela (Ásia).

No livro, diz-nos Emmanuel: “Aqueles seres decaídos (...) reuniram-se em quatro grandes grupos (...) obedecendo às afinidades sentimentais e linguísticas que os associavam na constelação do Cocheiro (...) formaram desse modo o grupo dos árias, a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas da Índia.”

Os egípcios possuíam menos débitos diante da Justiça Divina e foram os primeiros (todos eles – afirma Emmanuel) a retornarem à pátria de origem.

Na Índia, fixaram-se os arianos e, ainda que hajam antecedido de muito os israelitas “(...) o povo hindu, embora as suas tradições de espiritualidade, deixou crescer no coração o espinho do orgulho que, aliás, dera motivo ao seu exílio na Terra.”

Após conquistarem as planícies hindus, expandiram-se para as terras da futura Europa, formando, entre outros, os gregos, os italianos, os franceses e os germânicos.

“Enquanto os semitas e hindus se perderam na cristalização do orgulho religioso, as famílias arianas da Europa, embora revoltadas e endurecidas, confraternizaram com o selvagem e nisso reside a sua maior virtude.”

O fato de Jesus vir ao mundo no seio da raça judia comprova que o Mestre realmente veio para os doentes, como assinala o título deste artigo.

Não só por comprovar o fato de que Jesus vivencia o que ensina, o Seminário deve ser visto e revisto, e lido e estudado o livro que o inspirou, eis que conta a História da Humanidade, à luz da Doutrina Espírita. Podem-se ver excertos do Seminário acima indicado no You Tube. 

Nos Estados Unidos, há bela obra, iniciada em 1917, pelo sacerdote irlandês Edward Joseph Flanagan. O filme “Boys Town” (De braços abertos), de 1938, inspirado em suas ações, retrata a vida desse homem que amparou tantas crianças.

Na juventude, assistimos ao filme e jamais nos esquecemos daquele eminente educador; e recentemente adquirimos DVD do filme. No papel de Flanagan atuou o extraordinário ator Spencer Tracy.

Eis sua sinopse:

“O padre Edward Flanagan, ouve o desabafo de um condenado, a menos de uma hora de sua execução. Este assume que errou, mas que isso foi consequência de uma vida muito dura desde garoto; e que agora o Estado, que nunca o amparou, irá lhe tirar a vida.

Flanagan sempre acreditou que nenhuma criança nasce má e, com essa filosofia, resolve assumir a guarda de alguns garotos que seriam mandados para instituições que os deixariam mais criminosos, em vez de lhes dar amor e educação.

(...) Inicialmente eram poucas crianças, mas o grupo cresce e logo ele concretiza o sonho: fazer uma grande comunidade em Omaha, Nebraska, onde os meninos elegeriam dentre eles, um prefeito, que seria responsável pelo cumprimento das normas da comunidade.”

Colhemos na Internet algumas informações, aqui resumidas, sobre as atividades desse notável cristão:

Edward Joseph Flanagan (13.07.1886 – 15.05.1948) nasceu em Roscommon, Irlanda. Em 1904 emigrou para os Estados Unidos, onde foi ordenado padre, em 1912.

Sempre se preocupou em melhorar as condições de vida dos inadaptados à sociedade. Percebeu que a forma ideal de reformá-la era redimir os mais rebeldes. Iniciou suas atividades com cinco jovens sem lar, encaminhados pelos tribunais tutelares ou recolhidos pelas ruas.

Ampliou suas atividades, ao comprar uma granja próxima à cidade de Omaha e mudou-se para lá, passando a chamá-la ‘Cidade dos Meninos’ (Boys Town). Entendia que a readaptação dos jovens à sociedade só se daria se conseguisse inocular neles o espírito de responsabilidade. E ali implantou o sistema de autogoverno, onde os próprios adolescentes elegiam seus líderes, elaboravam as leis e se incumbiam de cumpri-las.

O Padre Flanagan só intervinha nos casos de maior gravidade. Obteve muitos êxitos educativos na Cidade dos Meninos. Grande número de jovens ali recuperados destacou-se na sociedade americana. Em 1938 a cidade foi divulgada mundialmente, através do filme a que nos referimos.

Em 1935 o governo dos Estados Unidos reconheceu a Cidade dos Meninos como Município autônomo, sujeito ao ordenamento jurídico daquele país.

Padre Flanagan trabalhou incansavelmente no acolhimento e educação de  crianças rebeldes, até sua morte, em 1948. A Cidade dos Meninos (The Boys Town), como é conhecida sua instituição nos Estados Unidos, desenvolveu-se e hoje, em todo o país, é a maior instituição religiosa dedicada ao cuidado de crianças e famílias através do tratamento de problemas comportamentais, emocionais e físicos.

Como vimos, o inspiradíssimo Padre Flanagan também priorizou o atendimento aos doentes, com extraordinários resultados. Fez-se amado pelas crianças, às quais devotou boa parte de sua vida, de suas energias, legando-nos exemplos vivos de real fraternidade!


 


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