JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
Amar e instruir
...“Dai
delicadamente,
acrescentai ao
benefício o mais
precioso de
todos os
benefícios: uma
palavra, uma
carícia, um
sorriso
amigo...” (O
Evangelho
segundo o
Espiritismo – Os
órfãos.)
Estávamos
conversando com
uma mãe que nos
trouxe seu filho
de onze anos,
pedindo
orientação e
auxílio
psicológico para
o menino, que
tinha medo de
qualquer
situação em que
se notasse
agressividade
verbal ou
física. Qualquer
coisa que ele
pressentisse,
vinha para a mãe
querendo
protegê-la! Por
trás dessa
atitude, o
trauma emocional
de ter visto o
pai, alcoólatra,
agredindo a mãe,
muitas vezes,
antes que dele
ela se
separasse.
Conversamos um
tempo com ela e
o menino, e a
mãe, abrindo-se,
contou-nos algo
muito mais
grave: a filha
de 14 anos,
quatro dias
antes, havia
tentado
suicídio! Ela
estava
trabalhando
quando recebeu
uma ligação do
hospital
chamando-a,
porque a filha
ali estava sendo
atendida por
haver ingerido
vários
comprimidos de
uma certa
medicação. A
menina
justificou-se
com a mãe
dizendo que
pensava em
morrer para que
a mãe parasse de
sofrer. O pai
havia estado com
os filhos dias
antes e, num ato
de agressão
verbal, havia
dito a eles que
ele e a mãe se
separaram por
culpa deles.
Vemos o drama
familiar da
história.
Quantas dores
ocultas e
superlativas
caminham neste
planeta Terra! O
conhecimento
espírita nos
permite ter uma
vaga visão do
passado
refletindo-se no
presente!
Espíritos em
grandes
dificuldades
reunidos pela
reencarnação...
Vemos então numa
história dessas
a quantidade de
órfãos de pais
vivos que
existem por aí,
soltos nas ruas,
abandonados
dentro de suas
casas ou sem o
pai ou a mãe,
que trabalham
fora e só vêem
os filhos à
noite.
A sociedade
brasileira de
hoje é fruto
disso. Volta e
meia vemos na
imprensa
notícias de
jovens da classe
média ou alta
que estão
fazendo coisas
que chocam os
homens de bem.
Tiveram
recursos, boas
escolas, mas
provavelmente
faltou-lhes o
sorriso amigo, a
carícia, a
atenção, o
“podar das ervas
daninhas”, ou
seja, a correção
dos defeitos,
substituindo-os
pelas virtudes.
Somente
conhecendo muito
bem um filho é
que se pode
ajudá-lo a
tornar-se alguém
melhor. E hoje
os pais quase
não os
encontram... E
quando
encontram,
ocorre muitas
vezes o que
aconteceu na
história que
contamos, uma
reunião familiar
dolorosa,
repleta de
agressividade
verbal ou
física, que
marcou de
angústias e
aflições as duas
crianças, a
ponto de uma
delas tentar o
suicídio, por
desespero e por
completo
desconhecimento
da vida
espiritual.
Se tivesse o
conhecimento da
imortalidade e
do que sucede no
Além,
principalmente
com os que se
suicidam, por
menor que fosse
a idade física,
teria condições
morais de
suportar e
entender. Há
aqueles que
talvez
discordem, mas
já tivemos
oportunidade de
conversar com
jovens bem mais
novos que,
munidos do
conhecimento
espírita, quando
diante de um pai
ou uma mãe
agressivos,
tiveram
maturidade de
analisar a
própria vida e,
não encontrando
motivos para seu
sofrimento nesta
existência, com
o conhecimento
da reencarnação,
pensaram no
passado oculto e
se resignaram
dizendo para si
mesmos: “Deus é
justo; se não é
de agora, é de
antes; eu
mereço!” Ficam
resignados sem
revolta, sem
desespero,
compreendendo as
coisas.
É preciso, sim,
que vejamos o
Espírito milenar
num corpo
infantil e que
lhe passemos
informações que
o auxiliem nas
horas difíceis,
porque a dor
bate às portas
de todos. Nada
de pensar:
Coitadinho, é só
uma criança! Tem
só que brincar!
É essa visão que
está
prejudicando em
muito a
educação. É uma
criança, brincar
é bom, sim, mas
trata-se de um
Espírito imortal
reencarnado e
que talvez
entenda muito
melhor do que
nós a vida, se
for bem
orientado.
A mãe dessa
menina de 14
anos é
evangélica, mas,
quando
conversamos
gentilmente com
ela dizendo que
a menina estava
em situação de
risco e que ela
precisava
conhecer o que
realmente pode
acontecer com um
suicida,
perguntamos se
ela aceitava
procurar um
centro espírita
onde pudesse ser
esclarecida e
não tentasse
repetir a
história. A mãe,
que ama sua
filha,
imediatamente
aceitou. A
menina e o irmão
foram
encaminhados
para tratamento
psicológico, mas
também para o
centro espírita.
Pais e mães,
amemos nossos
filhos! Não os
deixemos órfãos
de nossa
presença e, se
temos o
conhecimento
espírita,
vivamo-lo no
dia-a-dia, por
meio da
exemplificação e
passemos esse
conhecimento aos
nossos filhos
para que
suportem com
dignidade as
dificuldades que
um dia
certamente hão
de enfrentar,
neste planeta
que ainda é de
provas e
expiações.
Ensinemo-los a
amar e respeitar
o próximo, para
que também
possamos estar
em paz conosco,
se um dia, no
uso do
livre-arbítrio,
não souberem
escolher a rota
do Cristo... Um
dia a Terra será
melhor, mas
fruto do que os
homens fizerem
dela, dado o
livre-arbítrio
que temos.
Façamos o melhor
que pudermos por
nós, pelos
nossos e por
todos e
estaremos em
paz. Amar é dar
a presença, dar
afeto, dar
limites, dar
orientação, dar
tudo de si pelo
bem dos outros.
É pensar
primeiro nos
outros, depois
em si.