RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)
O Manual da Vida
Reportagem estampada na
revista VEJA em
sua edição 2287, de 19
de setembro de 2012,
páginas 94 e 95, traz a
afirmativa de que o DNA
está longe de ser o
manual da vida que se
julgava quando foi
decodificado. Vamos a um
trecho da mesma: “Há
pouco mais de uma
década, decodificou-se o
que seria a receita
perfeita de todos os
seres: o DNA. Quando os
biólogos Craig Venter e
Francis Collins
anunciaram o primeiro
esboço do sequenciamento
do genoma humano, em
2000, a ambição da
ciência era que nos
genes estivessem
guardados todos os
segredos da vida.
Resumiu Venter em
entrevista concedida à
VEJA em 2010:
Tinha-se uma compreensão
um pouco ingênua e
equivocada. Os
cientistas esperavam
encontrar mais de
130.000 genes do DNA do
ser humano, cada um
deles relacionado a um
traço da personalidade
ou a uma doença
específica. Via-se o
genoma como um guia do
inevitável destino da
pessoa: se ela seria
magra ou gorda, de que
tipo de profissão
gostaria, se optaria por
ter filhos, se passaria
por período de
depressão. O que se
descobriu, porém, é que
o DNA do ser humano está
longe de ser o manual
completo e definitivo de
nossa existência. Ele
rege, sim, a orquestra
de células e processos
químicos que comandam
nosso corpo em compasso
perfeito desde o útero
materno. Só que não
possui papel
determinante no
comportamento, nas
ambições ou mesmo na
beleza e no carisma de
indivíduos. Um estudo de
fôlego divulgado neste
mês por 442
pesquisadores em
prestigiadas revistas de
publicação científica,
como a Nature e a
Science, ajuda a
esclarecer ainda mais
quais seriam as reais
funções de nossos genes.
Uma verdade: a herança
hereditária é
determinante para
estipular a força ou a
fragilidade do
organismo. Mas as
pesquisas enterraram o
velho conceito de que o
genoma seria a gênese
das questões da vida,
desde a personalidade
romântica de alguns até
os quilinhos a mais na
balança de outros”.
Creio que a Doutrina
Espírita pode dar uma
contribuição, se não a
explicação definitiva
para toda essa dúvida.
Vamos lá.
Em uma orquestra o termo
italiano spalla,
ou concertino
utilizado em Portugal,
significa o
primeiro-violino de uma
orquestra. É o último
instrumentista a entrar
no palco, sendo o
responsável por afinar a
orquestra antes da
entrada do maestro. É
também o responsável
pela execução de solos e
atua como regente
substituto, repassando
aos outros músicos as
determinações do
maestro.
Isso posto, diríamos que
o genoma seria um
spalla ou
concertino, mas o
maestro continua sendo o
Espírito que os
cientistas teimam ou
temem descobrir.
Para que o assunto fique
referendado por alguém
com autoridade para tal,
utilizaremos um trecho
do capítulo 13 do livro
Missionários da Luz,
de André Luiz. Nele fica
evidente o comando
espiritual desde a
seleção do
espermatozoide que irá
fecundar o óvulo,
levando até ele o seu
material genético. Vemos
nesse episódio o
maestro, ser espiritual,
colocando o seu
spalla dentro do
óvulo.
“No silêncio sublime
daqueles minutos,
compreendi que
Alexandre, em vista de
ser o missionário mais
elevado do grupo em
operação de auxílio,
dirigia os serviços
graves da ligação
primordial. Segundo
depreendi, ele podia
ver as disposições
cromossômicas de todos
os princípios masculinos
em movimento, depois
de haver observado,
atentamente, o futuro
óvulo materno,
presidindo ao trabalho
prévio de determinação
do sexo do corpo a
organizar-se. Após
acompanhar,
profundamente absorto no
serviço a marcha dos
minúsculos competidores
que constituíam a
substância fecundante,
identificou o mais apto,
fixando nele o seu
potencial magnético,
dando-me a ideia de que
o ajudava a
desembaraçar-se dos
companheiros para que
fosse o primeiro a
penetrar a pequenina
bolsa maternal. O
elemento focalizado por
ele ganhou nova energia
sobre os demais e
avançou ràpidamente na
direção do alvo. A
célula feminina que, em
face do microscópio
projétil espermático, se
assemelhava a um pequeno
mundo arredondado de
açúcar, amido e
proteínas, aguardando o
raio vitalizante, sofreu
a dilaceração da
cutícula, à maneira de
pequenina embarcação
torpedeada, e
enrijeceu-se, de modo
singular, cerrando os
poros tenuíssimos, como
se estivesse disposta a
recolher-se às
profundezas de si mesma,
a fim de receber, face a
face, o esperado
visitante, e impedindo a
intromissão de qualquer
outro dos competidores,
que haviam perdido a
primeira posição na
grande prova.” (destaque
nosso)
Eis aí o comando pleno e
definitivo da vida
física! Levar esses
acontecimentos para
dentro de um laboratório
da Terra com os seus
limitadíssimos recursos
técnicos é impossível,
mas o laboratório do
Universo continua aberto
a todos aqueles que,
mais cedo ou mais tarde,
realizarão nele as suas
experiências, dirimindo
todas as suas dúvidas.