WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 283 - 21 de Outubro de 2012

GERSON SIMÕES MONTEIRO 
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

O perigo da instalação de
um Estado teocrático


Analisando a atual conjuntura, penso que nos falta assumir na atualidade a responsabilidade coletiva sobre nossas mazelas sociais. Se elas existem em nosso meio é porque nós as criamos; cabe-nos resolver o problema. E é justamente aí que deveria entrar a política, como ciência destinada à promoção do bem comum, tal como foi formulada pelos antigos gregos, passando pela contribuição oferecida pelos romanos, no campo do Direito, e se aperfeiçoando com a formatação do Estado Moderno.

Sócrates e Platão entendiam que a classe política deveria ser formada pelos filósofos. Só os amigos da sabedoria teriam o discernimento para formular políticas de bem comum, fundadas na virtude e na justiça. Allan Kardec, séculos depois, falaria de uma “aristocracia intelecto-moral”, literalmente o poder dos melhores, à qual as sociedades entregariam seus governos. Estamos muito distantes dela. Descuidamo-nos da educação, base essencial para a formação de uma sociedade que se capacite a criar uma classe política com essas características.

A grande discussão de nosso tempo versa sobre o aspecto econômico. Insiste-se na tese de que criando bens de consumo, estimulando a economia, que é um meio e não um fim em si mesma, resolveremos todos os problemas sociais vigentes. A política, que é essencial, está inteiramente subordinada à economia, que é acessória. Enquanto isso, a ignorância persiste, a violência cresce e a miséria aumenta.

Outra questão que não se pode perder de vista é a real aplicação do princípio do laicismo na política, que se confunde com o chamado liberalismo político, cujos fundamentos devem prevalecer numa sociedade verdadeiramente democrática. O liberalismo político, doutrina que visa estabelecer a liberdade política do individuo em relação ao Estado, estabelece a separação entre a Igreja e o Estado; exige que a atividade estatal se restrinja à proteção da liberdade religiosa, liberdade de imprensa (direito de expressão), assim como assegura o direito de propriedade individual (propriedade privada). Tais são as características de um Estado democrático.

O nosso País, por essa razão, necessita consolidar a Democracia preservando a condição de Estado laico, e, para tanto, precisa evitar todas as formas possíveis de estabelecimento de um governo teocrático, administrado por religiosos, para não retroagirmos à Idade Medieval. Se tal fato acontecer, a democracia será destruída pelo “fundamentalismo em nome de Deus”, fato ocorrido em pleno século XX no Afeganistão, sob a liderança religiosa dos Talibãs.

Não resta dúvida de que a personalidade cidadã é de natureza predominantemente política, integrante de sua constituição humana. Foi Aristóteles, talvez, o primeiro a bem identificar esse traço – o político – tão marcante da natureza humana, quando afirmou: “O homem é um animal político”. Portanto, não pode ele se descartar de sua essência política e social. Porém, o religioso, como cidadão que é, e nessa qualidade, membro nato e obrigatório de uma sociedade e de um Estado, não pode alhear-se dos fatos, dos problemas e dos rumos coletivos do povo.

É lógico que como cidadão, e exclusivamente como tal, o religioso poderá filiar-se a um partido político, apoiar candidatos a cargos eletivos ou candidatar-se a funções políticas. A ilegitimidade perante a religião é a conexão danosa da atuação político-partidária dos religiosos. A fusão das duas personalidades em atos políticos formais é viciosa e altamente prejudicial.

Essa conjunção maliciosa acontece quando o seguidor procura envolver as entidades e as comunidades religiosas na política partidária. Tal interdição incide nos seguintes pontos: declarar-se perante o eleitorado como membro de determinada religião; inculcar-se como candidato de uma comunidade religiosa; e pedir apoio às comunidades religiosas às quais esteja ligado. Esses pontos caracterizam a atuação política indesejável da pessoa, misturando, por exclusivo interesse pessoal, as duas personalidades: a do cidadão político e a do religioso, nos mesmos atos.


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita