RICARDO ORESTES FORNI
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Tupã, SP (Brasil) |
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Vivendo mais: bem ou
mal?
“Viver é um desafio
sublime, e realizá-lo
com sabedoria é uma
bem-aventurança que se
encontra à disposição de
todo aquele que se
resolva decididamente
por avançar,
autossuperar-se e
alcançar a
comunhão com Deus.” –
Joanna de Ângelis
A revista Seleções
READER’S DIGEST,
edição de setembro 2012,
páginas 18 a 20, traz
uma reportagem abordando
o assunto bem-estar e
longevidade. São
evidentes os dados a
demonstrar que a
estimativa de sobrevida
da população mundial
está a crescer face às
conquistas altamente
significativas dos
vários setores da
ciência. Mal a criança
nasce e uma série de
vacinas é introduzida em
seu sistema imunológico
a defendê-la de muitas
doenças. Os jovens e os
não tão jovens a
praticar algum tipo de
atividade física, isso
também incrementou a
saúde. Recursos
preventivos e
terapêuticos da medicina
atual dão combate aos
problemas que o corpo
venha a apresentar,
quando não impedem que
eles venham a ocorrer.
Apelos constantes para
as mensagens do próprio
corpo de que alguma
coisa não vai bem
orientam as pessoas a
procurar o quanto antes
a investigação
necessária. De tal
maneira que estamos a
viver mais sem nenhuma
dúvida. A única dúvida a
ser discutida é se esse
viver mais
significa viver bem.
Seria a mesma coisa
viver bem e bem viver?
Antes, porém, passemos a
um trecho da reportagem
mencionada: “Vivemos
mais, é fato. Mas
estamos vivendo bem?
Dados trazidos pelo Dr.
Libânio mostram que uma
vida longeva e feliz
envolve atenção com o
corpo – alimentação,
atividade física, entre
outras questões – e,
sobretudo, cuidados com
o que ele chama de
estado de espírito”.
Ufa! Será que
perceberam?! Não. Ainda
não, mas estão chegando
mais perto. Isso, estão.
Afirma Joanna de Ângelis
que a fatalidade
existencial deixa de ser
viver bem, que é uma das
metas humanas, para bem
viver, que é uma
conquista pessoal
intransferível,
especial, que jamais se
altera ou se perde,
fomentando felicidade e
trabalhando pela paz que
todos almejam.
Diante dessa colocação
de Joanna, podemos
perguntar: Chico Xavier
viveu bem com todos os
problemas familiares e
pessoais que o
acompanharam durante a
sua existência, ou fez
opção pelo bem viver
doando-se
incansavelmente em favor
de todos os sofredores
que o buscaram em seus
momentos de desespero?
Divaldo Pereira Franco
vive bem ou fez a mesma
opção de bem viver dando
origem a todo manancial
que conhecemos de
serviços ao bem do
próximo? Pode até
algumas pessoas
entenderem que Divaldo
aproveita das visitas
aos países por onde tem
semeado o Evangelho do
amor às luzes da
Doutrina Espírita, para
conhecer locais
turísticos desses mesmos
países. Mas não. Vai
exclusivamente executar
o serviço do tribuno
espetacular que é como
um Paulo de Tarso da
atualidade. Essa é a
opção pelo bem viver de
que nos fala Joanna.
Contemplo um grande
número de jovens da
atualidade que possuem à
sua disposição recursos
invejáveis para se
consagrarem como
profissionais de
sucesso. Empregam o
tempo com dedicação nas
conquistas dos valores
do mundo. É evidente que
isso é
significativamente útil.
Infelizes são aqueles
que se entregam ao mundo
das drogas e do crime
por não terem tido um
sustentáculo melhor. Mas
entre os jovens
bem-sucedidos perante os
valores do mundo,
quantos refletirão sobre
a brevidade da
existência física e na
existência de uma
realidade imortal que a
todos aguarda? Mais
simplesmente falando,
quantos fazem uma oração
ao iniciar o dia e ao
encerrá-lo?
Simplificando ainda
mais: quantos desses
jovens se lembram da
oração do Pai Nosso?
Quantos pais desses
jovens bem-sucedidos
lembraram-se de falar
aos seus filhos sobre
Deus? Sobre a fugacidade
do tempo? Sobre a
alfândega do túmulo?
Muitos se transformam
nos famosos
workaholics da vida
material, enriquecem-se
dos valores do mundo,
ganham o seu primeiro
milhão de reais ainda
jovens e, de repente,
deparam-se com a
prestação de contas
diante do tribunal da
própria consciência,
espantados pela pobreza
dos valores que as
traças não corroem e os
ladrões não roubam.
Estamos vivendo mais e
isso é ótimo! Mas como
estamos vivendo? Isso é
altamente preocupante.
Quando aquele que
arrenda um pedaço de
terra vai devolvê-lo ao
dono, tem que prestar
contas do uso daquilo
que não é seu.
Viver mais nos
transforma naquele que
arrendou da misericórdia
Divina uma quota maior
de tempo aqui entre os
homens. Na prestação de
contas infalível, o que
estará pesando mais no
prato da balança da
Justiça incorruptível:
viver mais ou bem viver?
Já reparou na sua
balança?