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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 285 - 4 de Novembro de 2012

JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte, MG (Brasil)
      
 


Com novos métodos pedagógicos, não se corrigem erros teológicos


Quero deixar claro que não me alegro com as coisas que vou dizer nesta matéria, pelo contrário, de certo modo, elas me entristecem, pois amo todas as religiões. O meu objetivo é tão-somente dizer verdades, e verdades, às vezes, doem. A Igreja decresce no Brasil e no mundo, o que nunca aconteceu na história dela.

No passado, muitas pessoas do Mundo Ocidental, onde a Igreja estava mais presente, se diziam católicas por uma questão de conveniência, pois, quem negasse alguma doutrina católica dogmática morria na fogueira da Inquisição. E isso virou uma espécie de trauma que ficou gravado no nosso chamado inconsciente coletivo junguiano. Então, apesar do fim da Inquisição, os católicos tinham e têm, até hoje, preconceito de falar alguma coisa contra a Igreja.

Mas hoje, como foi dito, decresce o número de católicos. As crianças, por determinação tradicional dos pais, são batizadas e fazem a primeira comunhão, mas, à proporção que crescem, somem das igrejas.

Nos últimos tempos, a Igreja incrementou a crisma. E creio que esse incremento da crisma foi feito mais para chamar os jovens à frequência das igrejas. Mas não deu o resultado esperado, pois, após esse sacramento, os jovens desapareciam novamente.  Em parte, os católicos estão se casando na Igreja, outros se casam só no civil, e ainda outra parte faz seu casamento religioso em outras religiões.

O arcebispo católico Dom José Maria Pires, conhecido também como Dom Pelé, disse na TV que a crise atual da Igreja é muito grave, pois é de dentro para fora, e não de fora para dentro, como foi geralmente no passado, por parte de seus inimigos. Um manifesto dos párocos austríacos, de 19 de junho de 2011, contra a demora das reformas da Igreja, continua recebendo o apoio de paróquias de vários países da Europa, e está sendo bem acolhido também no Brasil e em outros países da América do Sul. Entre outras coisas, as reformas esperadas são: a rejeição à proibição de pregação por leigos; a ordenação de mulheres. Cada paróquia deve ter seu próprio superior: homem ou mulher, casado ou solteiro, com um novo modelo de padre. Uma oração nas missas para a reforma da Igreja. Sintetizando, essa rebeldia é contra a cúpula do Vaticano.

Realmente, a Igreja está precisando de uma reforma geral, principalmente no campo das doutrinas adotadas por ela no passado longínquo, não pela lógica e a razão, mas pela força. Não cabe aqui entrar em detalhes. E os teólogos sabem quais são essas doutrinas que vêm dividindo o Cristianismo desde que elas foram criadas.  Falo, há muito tempo, sobre essas questões.

Ou as reformas da Igreja acontecem, como já foram feitas várias nos concílios ecumênicos de sua história, ou ela vai continuar caindo, e agora em um ritmo acelerado, pois as transformações no mundo atual são mais rápidas. E será que o excelso Mestre gosta dessa morosidade e da ociosidade das autoridades da Igreja e dos teólogos?
 

 

 


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