WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 285 - 4 de Novembro de 2012

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

Brasília, DF (Brasil) 
     
 


Frodo Bolseiro


A magnífica obra, “O Senhor dos Anéis”, escrita pelo inglês J. R.R. Tolkien (1892-1973), é de uma beleza ímpar, inspirada por um sem-número de lendas europeias, na construção de um mundo de criaturas mágicas, em uma densa história que discute, entre outras coisas, o poder como uma categoria humana importantíssima.

O personagem principal dessa obra é um hobbit, chamado “Frodo Bolseiro”. Criados por Tolkien, os hobbits são uma espécie de criatura mitológica de pequena estatura, pacatos e habilidosos e que vivem em tocas, à feição de vilas, passeando descalços, ostentando o seu pé peludo.

Frodo, no épico “O Senhor dos Anéis”, recebe de Gandalf, o mago, a atribuição de conduzir até a destruição nas lavas de um vulcão o “um-anel”, um dos anéis do poder, um anel que possuía vontade própria e sempre era atraído pela vontade de seu criador, Sauron, o vilão dessa história. O anel era tão poderoso que qualquer um que dele se apossasse se via corrompido pelo poder adquirido, o que levou o próprio Gandalf a entregá-lo a um hobbit de coração puro e alma serena, como foi Frodo, para garantir o sucesso da empreitada.

Mesmo com a sua alma pura, Frodo se viu tentado pelos apelos do Poder, necessitando da ajuda de seus amigos para superar os obstáculos de sua missão. Surge no decorrer da história um personagem singular, um outro hobbit, chamado Sméagol, que depois vem a se denominar Gollum, que teve em suas mãos o anel por muito tempo e se definhou, em uma relação destrutiva com o poder ali contido, se transformando em um frangalho humano.  

Esse introito não teve como objetivo incentivar o leitor a conhecer mais amiúde a obra de Tolkien, ainda que, creio, este seria um grande aprendizado a todos. A explicação se deve à necessidade de esclarecer a metáfora que será utilizada nesse artigo, onde discutiremos a mediunidade como potencialidade da alma e a sua relação com o medianeiro.

A mediunidade, como o anel do poder, é fonte de um poder típico, da comunicação da vida terrena com o país da luz, da abertura do portal entre mundos, trazendo bens valorizados no plano encarnado, como a cura, a informação e a predição do futuro. Assim, a mediunidade, como assombra, também fascina, trazendo em si a carga da evidência, da submissão e, em alguns casos, a adoração. Esse anel também é entregue a pessoas, com uma missão que, ao contrário da obra tolkeniana, não é a sua destruição e, sim, a sua reprodução em bênçãos de conhecimento e consolação.
 

Imagino sempre que vejo a fala das pessoas em relação aos médiuns famosos, a carga complexa que estes levam às costas e a necessidade de equilíbrio diante do cotidiano. Não somos caridosos, somos exigentes e críticos, por vezes, e esquecemos a sua dimensão humana, no endeusamento, por outras. A obra “Trilhas da Libertação”, de psicografia de Divaldo Franco, Espírito de Manoel Philomeno de Miranda, mostra um caso emblemático da queda de um médium sobre suas próprias pernas.

O receptáculo desse presente necessita, como Frodo, ter sua alma pura, possuir um espírito despretensioso e disciplinado, que o permita conviver com tamanho poder e, ainda, cumprir a contento sua missão, que por vezes dura diversas décadas, entre o açodamento da incompreensão popular e, por vezes, do lamentável interesse escuso, exigindo destes médiuns ostensivos uma abnegação incomensurável.

Tomando a lição de Frodo como exemplo, vê-se que este perseverou e venceu seus desafios com o auxílio dos amigos, que, pelas palavras e pelo apoio incondicional, o ajudaram nessa tarefa de vencer a si mesmo diante dos desafios do poder. Amigos do médium, os que o cercam, bem como os familiares, têm nesse sentido grande responsabilidade, no conforto e no auxílio a este em suas tarefas, não esquecendo jamais a sua dimensão humana.

Uma bela história como essa nos traz lições diversas, entre elas sobre a conduta do médium, da importância da humildade e do apoio dos amigos nessa tarefa. Ser médium é um fardo, mas também é uma bênção. É missão, mas é prova. A mediunidade, como o poder, é uma potencialidade que nos foi ofertada por Deus na construção de um mundo melhor. Mas, como toda forma de poder, guarda em si um potencial destrutivo, se não for observado seu rumo... 

 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita