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Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 286 - 11 de Novembro de 2012
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 5)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. No tocante à sublimação do sexo, que lição foi anotada por André Luiz?

O assunto era o comportamento inadequado de Nemésio na área sexual e suas infidelidades conjugais, fato que, recriminado por Neves, seu sogro, suscitou o seguinte comentário do instrutor Félix: "Neves, Neves! A sublimação progressiva do sexo, em cada um de nós, é fornalha candente de sacrifícios continuados. Não nos cabe condenar alguém por faltas em que talvez possamos incidir ou nas quais tenhamos sido passíveis de culpa em outras ocasiões. Compreendamos para que sejamos compreendidos". (Sexo e Destino, capítulo V, pp. 47 e 48.)

B. Há casos em que é conveniente que a alma permaneça junto do corpo que dorme?

Sim. Era esse o caso de Beatriz. Ao ministrar a ela o socorro magnético, Félix esmerou-se para que ela se aliviasse e dormisse, providenciando, ainda, para que não se retirasse do corpo, sob a hipnose habitual do sono. "Não lhe convinha, por enquanto –  esclareceu o mentor –, afastar-se do veículo fatigado. Em virtude dos órgãos profundamente enfraquecidos, desfrutaria penetrante lucidez espiritual e não seria prudente arremessá-la, de chofre, a impressões demasiado ativas da esfera diferente para a qual se transferiria, muito em breve." (Obra citada, capítulo VI, pp. 49 e 50.)

C. Pode um Espírito influenciar uma pessoa a ponto de levá-la a beber?

Evidentemente. André Luiz descreve bem uma cena dessas, em que o Espírito se aproximou dizendo: "Beber, meu caro, quero beber!". Cláudio (o encarnado) nada ouviu. O Espírito repe­tiu, então, a solicitação algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reafirmando uma ordem. O resultado não demorou. Cláudio deixou-se envolver pelo desejo de beber um trago de uísque, convicto de que buscava a be­bida exclusivamente por si. Abrigando a sugestão, seu pensamento transmudou-se, rápido. "Beber, beber!..." e a sede de álcool se lhe articulou na ideia, ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que vague­ava no ar. O Espírito malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomilos e indefinível secura constringiu a região assim afetada. O Espírito sagaz percebeu-lhe, então, a adesão tácita e colou-se a ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia, o abraço envolvente; e depois do abraço, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica. (Obra citada, capítulo VI, pp. 51 e 52.) 

Texto para leitura 

21. É crueldade recusar medicação ao doente - Félix segurou as mãos do amigo e ponderou: "Calma, Neves. Sempre surge para todos nós o dia de provar aquilo que somos naquilo que ensinamos. Além disso, Ne­mésio deve ser entendido..." Neves não compreendeu tal proposta: "Entendido? não chegará ter visto?" E acrescentou, quase irônico: "Sabe o senhor qual é o rapaz que vem ocupando o pensamento dessa moça?" Félix respondeu-lhe, com brandura: "Sei, mas deixa-me explicar. Principiemos por aceitar Nemésio na posição em que se encontra. Como exigir da criança experiência da madureza ou pedir raciocínio certo ao alienado mental? Sabemos que crescimento do corpo não expressa altura de espírito. Nemésio é aluno da vida, qual nós mesmos, sem o benefício da lição em que estamos sendo instruídos. Que seria de nós, na situa­ção dele, sem a visão que atualmente nos favorece? Provavelmente, cai­ríamos em condições piores..." Neves atalhou: "Quer dizer que devo aprová-lo?" Félix esclareceu: "Ninguém aplaude a enfermidade, nem louva o desequilíbrio; no entanto, seria crueldade recusar simpatia e medicação ao doente. Consideremos que Nemésio não é um companheiro desprezível. Emaranhou-se em sugestões perigosas, mas não fugiu da es­posa a quem presta assistência; mostra-se engodado por extravagâncias emotivas de caráter deprimente que lhe dilapidam as forças; contudo, não esqueceu a solidariedade, resolvendo oferecer casa própria e gra­tuita à senhora que lhe presta serviços remunerados; acredita-se dono de juvenilidade física absolutamente irrisória, quando, na realidade, carrega um corpo em prematuro desgaste; dedica-se apaixonadamente a uma jovem que o menoscaba, conquanto lhe consagre apreço respeitoso... Não bastariam estas razões para merecer benevolência e carinho? Quem de nós com a possibilidade de auxiliar? Ele que anda cego ou nós que discernimos? Não posso enaltecer-lhe as manobras lamentáveis, na es­fera do sentimento; entretanto, sou obrigado a confessar que ele, na ficha de analfabeto das verdades da alma, ainda não tombou de todo..." E, com significativo tom de voz, Félix acentuou: "Neves, Neves! A su­blimação progressiva do sexo, em cada um de nós, é fornalha candente de sacrifícios continuados. Não nos cabe condenar alguém por faltas em que talvez possamos incidir ou nas quais tenhamos sido passíveis de culpa em outras ocasiões. Compreendamos para que sejamos compreendi­dos". Neves silenciou, decerto controlado pela influência do amigo, e pôs-se humildemente a orar. (Cap. V, pp. 47 e 48) 

22. Em casa de Marina - De volta ao aposento da enferma, viu-se que Nemésio e Marina haviam saído. A camareira da casa velava por Bea­triz. Pedro Neves absteve-se de qualquer comentário, para evitar im­pulsos menos construtivos. Momentos antes, recompondo-se, rogara do irmão Félix desculpas pelo ataque de cólera em que extravasara rebel­dia e desespero. Félix o abraçou com intimidade e, sorridente, ponde­rou que a edificação espiritual, em muitas circunstâncias, inclui ex­plosões do sentimento, com trovões de revolta e aguaceiros de pranto, que acabam descongestionando as vias da emoção. Neves ali estava, en­tão, diante dos amigos, transformado e solícito e foi ele quem orou, a pedido de Félix, enquanto o benfeitor e André ministraram socorro mag­nético à doente. Beatriz gemia; Félix, contudo, esmerou-se para que ela se aliviasse e dormisse, providenciando, ainda, para que não se retirasse do corpo, sob a hipnose habitual do sono. "Não lhe convinha, por enquanto –  esclareceu o mentor –, afastar-se do veículo fati­gado. Em virtude dos órgãos profundamente enfraquecidos, desfrutaria penetrante lucidez espiritual e não seria prudente arremessá-la, de chofre, a impressões demasiado ativas da esfera diferente para a qual se transferiria, muito em breve." Dali, deixando Beatriz em repouso, a comitiva foi até espaçoso apartamento no Flamengo, onde viviam os fa­miliares de Marina. No limiar do recinto doméstico, dois Espíritos de­batiam escabrosos temas de vampirismo e prometiam arruaças. Eram ma­landros acalentados e perigosos e, diante disso, foi fácil apreciar os riscos a que se expunham os moradores daquele lar, sem qualquer defesa de espírito. O grupo entrou e, na sala principal, viu-se um cavalheiro de traços finos, que lia com atenção o jornal da tarde. (Cap. VI, pp. 49 e 50) 

23. Um caso de enxertia fluídica - O cavalheiro era Cláudio No­gueira, pai de Marina. Aparentando quarenta e cinco anos, Cláudio apresentava o rosto primorosamente tratado, em que as linhas firmes repeliam a notícia vaga das rugas. Os cabelos estavam penteados com distinção, as unhas polidas, o pijama impecável. Na mão, portava ele o cigarro fumegante e, próximo, um cinzeiro repleto era silenciosa ad­vertência contra o abuso da nicotina. De repente, aconteceu o impre­visto. Os desencarnados vistos à entrada do apartamento penetraram a sala e, agindo sem-cerimônia, abordaram o chefe da casa. "Beber, meu caro, quero beber!", gritou um deles, tateando-lhe um dos ombros. Cláudio mantinha-se atento à leitura e nada ouviu. Contudo, se não pos­suía tímpanos físicos para registrar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O Espírito repe­tiu, pois, a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reafirmando uma ordem. O resultado não demorou. Viu-se o paciente desviar-se do jornal e deixar-se envolver pelo desejo de beber um trago de uísque, convicto de que buscava a be­bida exclusivamente por si. Abrigando a sugestão, o pensamento de Cláudio transmudou-se, rápido. "Beber, beber!..." e a sede de aguar­dente se lhe articulou na ideia, ganhando forma. A mucosa pituitária (1) se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que vague­ava no ar. O Espírito malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomi­los (2) e indefinível secura constringiu a região assim afetada. O Espírito sagaz percebeu-lhe, então, a adesão tácita e colou-se a ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia, o abraço envolvente; e depois do abraço, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxer­tia fluídica. (Cap. VI, pp. 51 e 52) 

24. Uma incorporação perfeita - André lembrou-se de haver estu­dado, em várias ocasiões, a passagem do Espírito exonerado do envoltó­rio carnal pela matéria espessa. Ele mesmo, quando se afazia de novo ao clima da Espiritualidade, após sua desencarnação, analisava im­pressões ao transpor, maquinalmente, obstáculos e barreiras terres­tres, recolhendo, nos exercícios feitos, a sensação de quem rompe nu­vens de gases condensados. Ali, no entanto, produzia-se algo seme­lhante ao encaixe perfeito. Cláudio-homem absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta ao pé. Fundiram-se os dois, como se mo­rassem num só corpo. Altura idêntica. Volume igual. Movimentos sincrô­nicos. Identificação positiva. Levantaram-se a um tempo e giraram in­tegralmente incorporados um ao outro, na área estreita, arrebatando o frasco de uísque. André não podia dizer a quem atribuir o impulso ini­cial de semelhante gesto, se a Cláudio que admitia a instigação ou se ao obsessor que a propunha. A talagada rolou através da garganta, que se exprimia por dualidade singular: ambos os dipsômanos (3) estalaram a língua de prazer, em ação simultânea. Desman­chou-se a parelha e Cláudio se dispunha a sentar, quando o outro Espí­rito investiu sobre ele e protestou: "eu também, eu também quero!", reavivando-se no encarnado a sugestão que esmorecia. Absolu­tamente passivo diante da sugestão, Cláudio reconstituiu, mecanica­mente, a im­pressão de insaciedade. Bastou isso e o vampiro, sorri­dente, apossou-se dele, repetindo-se o fenômeno visto anteriormente. André aproximou-se então de Cláudio, para avaliar até que ponto ele sofria mentalmente aquele processo de fusão. Mas ele continuava livre, no íntimo, e não experimentava qualquer espécie de tortura, a fim de render-se. Hospe­dava o outro, simplesmente, aceitava-lhe a direção, entregava-se por deliberação própria. Nenhuma simbiose em que fosse a vítima. A asso­ciação era implícita, a mistura era natural. Efetuava-se a ocorrência na base da percussão. Apelo e resposta. Eram cordas afi­nadas no mesmo tom. Após novo trago, o dono da casa estirou-se no divã e retomou a leitura, enquanto os Espíritos voltaram ao corredor de acesso, chas­queando, sarcásticos... Neves ficou intrigado: Como situar o problema? Cláudio fora reduzido à condição de um fantoche. Se a gar­rafa de uís­que fosse uma arma e disso resultasse um crime, a culpa se­ria dele ou dos obsessores? Félix aclarou: "Ora, Neves, você precisa compreender que nos achamos à frente de pessoas bastante livres para decidir e su­ficientemente lúcidas para raciocinar. No corpo físico ou agindo fora do corpo físico, o Espírito é senhor da constituição de seus atribu­tos. Responsabilidade não é título variável. Tanto vale numa esfera, quanto em outras". "Todos somos livres para sugerir ou assimilar isso ou aquilo." (Cap. VI, pp. 52 a 55) 

25. Chamamentos campeiam em todos os caminhos - Félix complementou a frase, dizendo a Neves: "Se você fosse instado a compartilhar um roubo, decerto recusaria. E, na hipótese de abraçar a calamidade, em são juízo, não conseguiria desculpar-se". "Hipnose é tema complexo, reclamando exames e reexames de todos os ingredientes morais que lhe digam respeito. Alienação da vontade tem limites. Chamamentos campeiam em todos os caminhos. Experiências são lições e todos somos aprendi­zes. Aproveitar a convivência de um mestre ou seguir um malfeitor é deliberação nossa, cujos resultados colheremos." Vendo que Félix não mostrava o mínimo propósito de afastar as entidades vadias que pesavam no ambiente, ao contrário do que fez em casa de Beatriz, onde Amaro fora situado como guardião da enferma, Neves indagou-lhe o motivo do tratamento diferenciado. O benfeitor explicou que a situação era dife­rente. Beatriz mantinha o hábito da oração. Imunizava-se espiritual­mente por si. Repelia, sem esforço, quaisquer formas-pensamentos de sentido aviltante que lhe fossem arremessadas. Além disso, estava en­ferma, em vésperas da desencarnação. "Mas... e Cláudio? –  insistiu Neves. –  Não merecerá, porventura, fraterna demonstração de caridade, a fim de livrar-se de tão temíveis obsessores?" Félix respondeu: "Temíveis obsessores é a definição que você dá. Cláudio desfruta exce­lente saúde física. Cérebro claro, raciocínio seguro. É inteligente, maduro, experimentado. Não carrega inibições corpóreas que o recomen­dam a cuidados especiais. Sabe o que quer. Possui materialmente o que deseja. Permanece no tipo de vida que procura. É natural que esteja respirando a influência das companhias que julgue aceitáveis". "Se elege para comensais da própria casa os companheiros que acabamos de ver, é assunto dele. Enquanto nos arrastávamos, tolhidos pela carne, não nos ocorreria a ideia de expulsar da residência alheia as pessoas que não se harmonizassem conosco. Agora, vendo o mundo e as coisas do mundo, de mais alto, não será cabível modificar semelhante modo de proceder." André, curioso, objetou: "Mas, irmão Félix, é importante convir que Cláudio, liberto, poderia ser mais digno..." Félix concordou: "Isso é perfeitamente lógico. Ninguém nega". (Cap. VI, pp. 55 e 56) (Continua no próximo número.)




(1)
Mucosa pituitária é a membrana que reveste interiormente as fossas nasais.

(2) Gorgomilos: o princípio do esôfago; garganta; goela.

(3) Dipsomania: impulso mórbido que leva a ingerir grande porção de bebidas alcoólicas.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita