JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
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Suave chamado
“Apresentaram-lhe
então
criancinhas, a
fim de que ele
as tocasse; e,
como seus
discípulos
afastassem com
palavras rudes
aqueles que as
apresentavam,
Jesus, vendo
isso, zangou-se
e lhes disse:
Deixai que
venham a mim as
criancinhas, e
não as impeçais,
porque o reino
dos céus é para
aqueles que se
lhes
assemelham.” –
Jesus (Marcos,
cap. 10,
versículos 13 a
16.)
Ser tocado por
Jesus, tocado
por suas mãos
luminosas,
tocado na alma,
ouvir seu
chamado: “vinde
a mim...
Amai-vos uns aos
outros... antes
de irdes
depositar a
oferenda no
altar,
reconciliai-vos
com vosso
adversário... Se
quiserdes ser o
maior, sede o
menor, o servo
de todos...”
Trajetória
bendita e, mais
que nunca,
necessária. Ser
tocado na alma.
Amar a Jesus e
buscá-lo sem
fanatismo, mas
no âmago,
sentindo a
beleza de seus
ensinos,
amando-os e
vivê-los
cotidianamente
por serem a
beleza, por
serem a alegria,
por estarem na
centelha divina
que habita a
morada interior
do ser,
simplesmente por
ser o certo, por
estar seu
ensinamento
insculpido na
consciência, e
aquele que
vivê-lo
integralmente,
não importa qual
o credo cristão
que exercite,
ficará em paz
consigo, por
agir com o
respeito que
gostaria de
receber.
A trajetória do
cristão na
atualidade não é
tão difícil. O
difícil é
convencer-se
dessa
necessidade.
Para isso é
preciso aumentar
o conhecimento,
imbuir-se das
histórias de
Jesus e
encantar-se com
elas, imergir
nas histórias
dos primeiros
cristãos e
desejar seguir
seus exemplos e,
não sendo mais
necessário o
martírio dos
corpos, no
sacrifício da
morte, para
testemunhá-lo,
fazê-lo na
atualidade,
intimamente, na
alma, no
coração, nos
gestos, no
anonimato,
sempre... Todo o
tempo. Isso
requer
autoconhecimento.
Enxergar-se,
observar seus
sentimentos, ver
seus defeitos e
lutar por
corrigi-los, sem
exigir virtudes
nos outros, mas
aceitar os
semelhantes com
suas escolhas,
compreendendo-os
e, sem
acusá-los,
exemplificar
constantemente o
bem. O bem-estar
íntimo faz valer
esse esforço.
Aproximar-se do
amor deve ser o
fanal de nossa
caminhada
humana.
Jesus é nosso
modelo e guia,
por quem devemos
envidar nossos
esforços.
Direcionarmo-nos
para ele,
encantarmo-nos
com ele. Talvez
alguns pensem
que não é
possível, que a
Terra não o
permite.
Permite, sim.
Para tudo, basta
a vontade. A
vontade
impulsiona o
ser. Estamos
distantes, sim,
do nosso Mestre
amado, distantes
da angelitude
necessária, mas
ele mesmo disse:
Permanecei em
mim, que eu
permanecerei em
vós. Estamos,
sim, distantes
do amor, como
integralmente
esse tenha que
ser vivido e
compreendido,
mas é preciso
aproximar-nos
dele, buscá-lo,
com o coração
desejoso de
melhorar-se,
alçar o voo de
libertação das
tenazes amarras
da Terra.
É preciso
alcandorar-se,
olhar as
estrelas, pensar
nas muitas
moradas da casa
do Pai,
sonhar...
Sonhar com um
mundo melhor
amanhã, guardar
esperanças na
alma, não
desalentar. É
preciso
encantar-se com
a beleza. Parar
para ver o pôr
de sol, a beleza
das flores, o
voo dos
pássaros, a
vida. Sentir a
vida. Ser
agradecido pela
vida. O Espírito
imortal pode
alçar às
estrelas, pode
sonhar, pode
encher-se de
esperanças, pode
melhorar. Por
mais dolorosa
esteja a
realidade da
Terra, o comando
está nas mãos de
Jesus. O que
deveríamos
temer, se ele
acalmava as
tempestades e
curava as
enfermidades?
Deveríamos antes
temer nosso
comodismo,
porque àquele a
quem muito foi
dado muito será
pedido. O
cristão recebeu
um ensinamento
de amor. O
espírita recebeu
as provas desse
amor divino, a
certeza da
imortalidade, a
comunicação dos
Espíritos, a
compreensão do
Evangelho de
Jesus, porque
Espiritismo e
Cristianismo são
uma e a mesma
coisa e o
espírita deve
caracterizar-se
como o
verdadeiro
cristão.
Tragamos Jesus
para a nossa
atitude, nosso
coração, nossa
vivência. O
mundo está
melhorando, sim.
Tenhamos
fraternidade uns
com os outros e
compreendamos
quando Kardec
foi orientado
que o
Espiritismo não
seria a religião
do futuro, mas
esta será a
religião do
Cristo, quando
todos falarão a
mesma linguagem
do amor
universal e a
verdade for
vivida por
todos.
Preparemo-nos
para um amanhã
melhor, que será
conquistado à
custa de grandes
lutas
interiores,
processos de
autoiluminação,
sacrifício do
“eu”, libertação
pelo amor.
A geração que
está vindo
necessita de
nossos exemplos
de amor.
Vivenciemos o
amor. Os
pequeninos, a
quem Jesus
chamou, somos
todos nós, mas
também as
criancinhas de
todos os tempos
que, para
melhorarem nosso
mundo, precisam
encontrar um
campo de paz
propício para
sua vivência de
amor. Todos,
indiscutivelmente,
estão vendo a
inteligência
dessa nova
geração. Estão
se revelando
nesse campo, mas
é preciso amar
para alçar o voo
de esperanças
para a Terra. As
duas asas, amor
e sabedoria,
precisam se
mover juntas
para o voo ser
harmônico. O
Espírito se
revela desde o
berço, mostra
suas tendências
boas ou más
desde cedo. E é
preciso
ajudá-lo.
Inteligências
primorosas estão
vindo para a
Terra, é preciso
regar a
inteligência com
amor.
Provavelmente,
muitos poderiam
contar histórias
de inteligências
despontando,
entre as
crianças, nós,
também,
poderíamos
relatar dezenas
delas, mas nos
ateremos a uma,
que
representaria o
que grande parte
de nós observa.
Há poucos meses
conversamos com
um menino de 3
anos e meio.
Muito vivo,
comunicativo e
carinhoso, alto,
pensamos até que
tinha uns 5
anos, mas eram
só 3 e meio
mesmo. Na
periferia, sem
posses
econômicas,
ainda não vai
para a escola, é
cuidado pelos
avós, enquanto a
mãe trabalha.
“Tia”, disse
ele, ao se
aproximar de
nós, “eu já sei
ler, aprendi
sozinho”.
“Verdade?”,
perguntamos.
Pensamos que ele
conhecia uma
letrinha ou
outra, pois a
grande maioria
faz isso, diz
que sabe, com
toda a pompa,
estando na
escola e mostra
as letras A ou
B, soletrando,
na maior
alegria, para
mostrar que sabe.
Esse menino nos
olhou e
perguntou: “Quer
ver?” e, ao
nosso sim, pegou
o cartão onde
estava nosso
nome e leu:
Jane. Nós
festejamos: Você
sabe ler mesmo!
E ele se voltou
para a parede,
onde há uma
palavra que
mesmo alguns
adultos da
periferia não
leem com
facilidade:
puericultura.
Ele leu com a
maior
desenvoltura. Os
avós confirmaram
que ele aprendeu
sozinho, não o
ensinaram. Ele
comentou: Também
estou aprendendo
os números
sozinho!
É a nova
geração.
Pensamos como
ficará ao entrar
para a escola.
Pedimos a Deus
que não seja
bloqueado no seu
desejo de saber,
que encontre uma
boa escola. Que
os adultos
estejam
preparados para
essas crianças e
lhes deem os
estímulos
devidos e o amor
que já estão
demonstrando.
Esse menino que
citamos é muito
carinhoso, assim
como as dezenas
de outros que
nos estão
revelando essa
inteligência
incomum. São
carinhosos.
Esses
carinhosos,
bondosos,
inteligentes
demais, sofrerão
um pouco por
aqui. Serão
incompreendidos,
sofrerão a
violência dos
agressivos, mas,
se tiverem amor
real e exemplos
verdadeiros do
bem, nada os
retirará do
caminho reto.
Saberão
desempenhar, a
pedido do
Cristo, uma
tarefa de amor
na Terra, mas o
adulto precisa
ajudá-los.
Que a
inteligência e o
amor se
encontrem, a
razão e a
emoção, o
raciocínio e o
sentimento.
Então se
instalará o
equilíbrio, a
paz.
Espiritismo é
rota de
equilíbrio.
Espiritismo é
Jesus conosco.
Espiritismo é
socorro divino.
Vivamos o
Espiritismo na
alma, no
cérebro, no
coração.
Conhecimento e
amor devem se
entrelaçar para
a vitória final
do bem.
Nossas crianças
são nossas
esperanças para
o amanhã. As
crianças bem
conduzidas
ouvirão o suave
chamado de
Jesus. Que
possamos nós, os
espíritas
cristãos do
presente, estar
com Jesus, ouvir
seu chamado,
atendê-lo, amar.
Nossas crianças
nos observam.
Sejamos exemplos
de paz. Amemos e
sigamos
intimoratos até
nossa vitória
final sobre nós
mesmos, a
vitória suprema
do bem, sempre
com Jesus.