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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 286 - 11 de Novembro de 2012

RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)
 

 

Afirmativa inteligente


55 – Todos os globos que circulam no espaço são habitados? (L.E.)

– Sim, e o homem da Terra está longe de ser, como crê, o primeiro em inteligência, em bondade e perfeição. Todavia, há homens que se creem muito fortes, que imaginam que somente seu pequeno globo tem o privilégio de abrigar seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só para eles.

A revista VEJA, edição 2280, de 1.º de agosto de 2012, traz em suas páginas amarelas a entrevista com o presidente do Instituto Weizmann, de Israel. Ele é o físico Daniel Zajfamn, que reúne mil cientistas dedicados ao desenvolvimento de novas fontes de energia renovável à astrofísica, à cura do câncer e à nanotecnologia. Em 2009, uma das diretoras dessa instituição foi premiada com o Nobel em Química, só para termos uma noção da profundidade da ciência que nesse local é desenvolvida. 

O que me chamou muito a atenção na entrevista deste renomado cientista foi a sua resposta quando indagado sobre a possibilidade de existir vida em outros planetas. Disse ele o seguinte: Sempre procurei entender as questões mais complexas do universo. Tenho sido muito ativo em tentar reproduzir em laboratório alguns fenômenos considerados essenciais para o surgimento da vida, como criar moléculas complexas como hidrocarbonetos a partir de outras mais simples. O objetivo é descobrir se o surgimento dessas moléculas pode ser espontâneo. Sobre a vida extraterrestre, se alguém me fizesse essa pergunta vinte anos atrás, eu diria que a probabilidade era muito baixa. A única coisa que sabíamos naquele tempo era que havia oito ou nove planetas ao redor do Sol. Era muito claro para nós que planetas como Marte e Júpiter não tinham locais onde a vida poderia ter-se desenvolvido. Hoje, sabemos que existem milhares de planetas que giram ao redor de outras estrelas. Podemos estimar em bilhões o número de planetas que giram ao redor de outras estrelas. Antes, portanto, analisávamos a hipótese de encontrar vida em nove planetas. Atualmente, temos bilhões de opções. As chances se multiplicaram. Por isso, minha resposta agora é que pequena mesmo é a probabilidade de não existir vida fora da Terra. Encontrar vida inteligente em outros planetas é outra coisa. Ainda estamos muito longe de pensar nessa possibilidade. (destaque nosso) 

Confesso que fiquei exultante com a declaração desse eminente cientista ao afirmar que pequena é a possibilidade de não existir vida em outros planetas. Uma afirmativa inteligente. É a ciência descendo do pedestal do orgulho e da vaidade para, ao menos, considerar que a possibilidade de vida nos bilhões de planetas que existem por esse Universo sem-fim, é mais lógica do que a negação dessa possibilidade.

É compreensível que o cientista procure a existência de vida em outros locais do Universo baseado nos conceitos que pode levar para dentro de um laboratório. Procura no laboratório as mesmas condições que permitem a vida na Terra. Ele não sabe, como sabemos nós espíritas, que o Fluído Cósmico Universal é adaptado para cada planeta, não sendo exigível que a vida em outros locais do Universo necessite das mesmas condições que conhecemos atualmente. 

Como nos ensina Kardec, na mesma questão citada anteriormente, Deus povoou os mundos de seres vivos, concorrendo todos ao objetivo final da Providência. Acreditar que os seres vivos estão limitados ao único ponto que habitamos no Universo, seria pôr em dúvida a sabedoria de Deus, que não fez nada de inútil; ele deve ter determinado para esses mundos um fim mais sério que o de recrear nossa visão. Nada há, aliás, nem na posição, no volume, na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes.  

Hermínio C. Miranda, em seu livro A Memória e o Tempo, nos ensina que burrice é um mal crônico. É a vontade de continuar não enxergando os fatos, as evidências que poderão se transformar em provas. A burrose – continua o ilustre escritor e conhecedor profundo da Doutrina – é mais passageira. Teima, mas muda. Como o Espírito é imortal e criado para atingir a perfeição sem nenhuma exceção, cremos tranquilamente que toda burrice passará ao estágio de burrose. E toda a burrose, seguindo a determinação de que conheceremos a Verdade e a Verdade nos libertará, será curada. Quando isso ocorrer, e ocorrerá, poderemos contemplar o céu estrelado das noites que se sucedem e fazer um aceno mental aos irmãos de outras plagas...      


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita