Nesta semana, separamos uma
simples, mas bela história,
da vida de Chico, contada
por Adelino Silveira em seu
livro “Kardec prossegue”,
editado pela Cultura
Espírita União, de São
Paulo.
Vejamos o caso:
O fato aconteceu em Pedro
Leopoldo. Chico costumava
acompanhar até as pensões ou
hotéis as visitas que
ficavam no Centro até o
término das reuniões, que se
dava por volta das duas
horas da manhã. Certo dia,
já de volta ao lar, foi
abordado por dois
desconhecidos, que ele sabia
não serem da cidade, e um
deles foi logo dizendo:
– Passe para cá todo o
dinheiro que tiver em seu
bolso.
Chico remexeu seus bolsos e,
só encontrando cinco
cruzeiros, disse aos
ladrões:
– Olhem, eu só tenho cinco
cruzeiros, mas por favor,
não me façam mal. Tenho
muitas crianças para cuidar.
Um dos assaltantes, que
parecia ter alguma bondade
nos olhos, perguntou:
– Você é casado?
– Não, respondeu o Chico.
– Então, que história é essa
de crianças?
– São crianças que eu cuido,
umas são parentes, outras
necessitadas, mas olho-as
todas.
Nisso o outro assaltante
intervém, dizendo:
– Não falei que não valia a
pena assaltá-lo? Veja as
roupas remendadas. O sapato,
então, parece a boca aberta
de um jacaré. Vamos embora
que esse aí está pior que
nós.
O outro assaltante então
perguntou:
– Você ainda tem aqueles
duzentos cruzeiros com você?
– Você não vai fazer o que
estou pensando, vai?
– Vamos, passe o dinheiro
depressa.
De posse do dinheiro,
entregou-o ao Chico e disse:
– Tome, compre leite para as
suas crianças.
E, chamando o outro ladrão,
foram embora.
Chico, aliviado, escorou-se
num poste e disse:
– Muito obrigado, meus
irmãos. Que Jesus os abençoe
e acompanhe.
O ladrão que havia lhe dado
o dinheiro lhe respondeu:
– Você acha que Jesus vai
nos abençoar e acompanhar?
Nós somos ladrões!
– Como não, meu irmão,
disse-lhe o Chico, Ele
escolheu dois para sair da
Terra com ele.