DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Paulo, SP
(Brasil) |
|
Mãe Natureza é
efeito,
e não causa
Que é a
Natureza,
afinal? Seriam
forças
inteligentes por
si próprias?
Costumam
representá-la em
esculturas,
gravuras,
pinturas, qual
um ser feminino.
Certas pessoas,
ao se referirem
à Natureza,
parecem querer
dizer que Deus
não tem nada a
ver com isso.
Essa
personificação
vem de tempos
remotos. Na
pré-história
costumavam
adorar entidades
femininas,
associando-as à
fertilidade de
um modo geral,
sobretudo, à
generosidade
materna. Essa
imagem, adotada
depois na Grécia
Antiga,
popularizou-se
na Idade Média.
Além de
corresponder
àqueles
atributos, às
vezes, Natureza
quer dar a
entender o
próprio Criador;
provavelmente,
essa ideia tenha
partido do
predomínio das
religiões
patriarcais.
A palavra
Natureza, em
latim, natura,
significa
nascimento. Em
inglês, desde
1662, deram
sentido de
plenitude ou
totalidade dos
fenômenos do
mundo. Os
filósofos
pré-socráticos
foram os que,
concebendo-a
abstraída do
conjunto
fenomênico do
planeta,
convencionaram
denominá-la
physis. Esse
conceito, desde
séculos, tem
relação com o
âmbito físico
como um todo e é
o mais recente.
Outros conceitos
de Natureza
Ao se empregar
essa palavra,
pode-se também
entendê-la por
uma variedade de
seres vivos e,
em alguns casos,
processos de
certos agentes
em suas
manifestações
espontâneas e
mutáveis como as
condições
meteorológicas,
geológicas, a
matéria e a
energia.
Consideram-se
“entorno
natural”:
animais
selvagens,
rochas, bosques,
praias e todos
os elementos que
não tenham
sofrido
alteração
nenhuma pelo
homem.
Em que consistem
tais efeitos,
senão nas forças
geradas por uma
causa poderosa e
inteligente cuja
previdência,
sabedoria e
harmonia
é por demais
manifesta? Basta
só querer, de
boa vontade,
lançar o olhar
no imenso
agrupamento
natural para ver
que ele não se
fez por si só.
Toda
manifestação de
vida dos seres
animados e
inanimados,
constituintes
dessa força
atuante, provém
da Infinita
Sabedoria
Criadora.
Nenhum sábio do
mundo antigo ou
moderno,
especialmente
nenhum profeta
dos tempos
bíblicos, enfim,
ninguém, em
tempo algum, foi
capaz de partir
de tão
categórica e
genial premissa
como esta de
autoria de
mestre Allan
Kardec:
“O Universo
existe, tem,
portanto, uma
causa. Duvidar
da existência de
Deus seria negar
que todo efeito
tem uma causa, e
avançar que o
nada pode fazer
alguma coisa”.
1
O nada jamais
gerou coisa
alguma
É isso aí! Deus
é causa; a
Natureza,
efeito, e o nada
jamais pôde ou
poderá fazer
algo como o
Universo. Por
isso, Deus tem
de existir! Ora!
Se nós não
existíssemos,
nunca tomaríamos
conhecimento de
tudo o que há ao
nosso redor.
Tudo o que
existe não pode
ter sido obra do
acaso: a Terra,
os diversos
planetas do
nosso Sistema
Solar e os
milhões de
trilhões de
sóis. Daí se
tirar, por
consequência, a
participação de
um Deus-Causa de
todo o Organismo
Cósmico.
Contudo, ainda
refuta a
descrença
obstinada: “Ora,
mas onde está
esse Deus que
não vejo?!”.
Resposta do
mestre francês:
“A existência do
relógio atesta a
existência do
relojoeiro; a
engenhosidade do
mecanismo atesta
a inteligência e
o saber do
relojoeiro.
Quando um
relógio vos dá,
no momento
necessário, a
indicação da
qual temos
necessidade,
algum dia terá
vindo, ao
pensamento de
alguém, dizer:
‘Aí está um
relógio bem
inteligente?’
Assim é com o
mecanismo do
Universo: Deus
não se mostra,
mas afirma-se
mediante suas
obras”. 2
Portanto, o que
entendemos por
Natureza nada
mais é que uma
expressão a dar
sentido de uma
força atuante em
todos os reinos,
unida ao
conjunto
cósmico-universal.
Ela indica uma
causa, um ponto
de partida. Por
esse motivo, o
procedimento de
qualquer
estrutura
disposta das
forças naturais
resume-se apenas
em efeitos
materiais e
mecânicos postos
em
funcionamento,
distribuídos
adequadamente às
necessidades de
cada coisa, com
maestria e
esmero por quem
opera o
incomensurável
conglomerado
Conjunto
Cósmico: a
suprema
inteligência,
causa primeira
de todas as
coisas — Deus, o
nosso Pai, que é
todo poder e
bondade.
Referências:
1
KARDEC, Allan. O
Livro dos
Espíritos.
Tradução de
Herculano Pires.
62. Ed. São
Paulo: Lake —
Livraria
Allan Kardec
Editora, 2001.
Cap. 1.o,
questão 4, p.
55.
2
KARDEC, Allan. A
Gênese. Tradução
de Herculano
Pires. 20. ed.
São Paulo: Lake
—
Livraria
Allan Kardec
Editora, 2001.
Cap. 2.o, item
6, p. 45.
Visite
Pensamento&Espiritualidade:
http://pensesp.blogspot.com.