MARCUS
VINICIUS DE AZEVEDO
BRAGA
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)
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A rede do
Cordeiro
Após assistir no
cinema ao
excelente filme
“E a vida
continua”,
inspirado na
obra homônima de
André Luiz, na
psicografia de
Chico Xavier,
fiquei a
refletir nas
intensas
relações entre
as pessoas no
decorrer das
sucessivas
encarnações.
Alternando-se em
papéis,
construindo e
desconstruindo
relações, as
famílias
espirituais
descritas em “O
Evangelho
segundo o
Espiritismo”
seguem sua
jornada,
agregando
relações com
outras famílias
espirituais.
Lembrei-me do
experimento do
pesquisador
romeno Jacob
Moreno que,
observando
crianças no
parquinho,
mapeou as redes
de relações
entre estas,
identificando as
redes existentes
e o papel de
cada criança
nelas,
fortalecendo a
visão matricial
das relações
humanas e as
pequenas redes
dentro de uma
rede maior, bem
como, ainda, as
comunicações
existentes.
A nossa evolução
não se dá em uma
linha, se dá em
uma rede. Sim,
ainda que a
responsabilidade
seja individual,
a evolução só se
dá no coletivo,
nas relações com
os outros
Espíritos. Se
assim não fosse,
evoluiríamos à
feição dos
eremitas nas
cavernas, apenas
meditando e
estudando. Por
isso, o processo
evolutivo nos
convida a nascer
de outros dois
seres humanos e
ali formarmos a
nossa primeira
rede, que tem
reflexos em uma
rede maior, da
nossa família
espiritual.
O que
caracteriza uma
rede é a
interdependência
de seus membros
dentro de um
mesmo contexto,
onde cada um
desempenha um
papel que se
referencia no
papel dos
outros, compondo
um conjunto de
forças na
condução de uma
tarefa, em
arranjos
cooperativos e
competitivos,
com hierarquia
ou não.
A rede deve ser
regada, para ser
forte. As
relações devem
ser valorizadas,
com diálogo e
interação, com
vontade de estar
e permanecer na
rede. Não é a
rede o Facebook
ou outra rede
social. Esses
aplicativos são
reflexos de
relações que
construímos e
fortalecemos: a
rede que
trazemos da
escola, da rua,
do trabalho e,
como apresentado
bem no drama
psicografado por
Chico Xavier, a
rede estampada
na fieira das
nossas
encarnações,
embasada na
máxima de que
nada acontece
por acaso.
Assim,
conglomerados de
Espíritos,
relacionados em
pequenas redes,
se agrupam na
Terra e no plano
espiritual,
formando todos
uma rede maior,
a rede do
Cordeiro. Sim, a
espiritualidade
superior, aqui
representada por
Jesus,
supervisiona as
relações dessas
redes para que
elas sejam
produtivas e
possibilitem o
crescimento
espiritual de
seus
integrantes.
Estar em rede
não é estar
estacionado, e
sim estar
crescendo dentro
de um mesmo
grupo, entre
provas e
expiações.
Por isso, é
importante
identificarmos a
nossa rede de
relações e por
que estamos ali,
ligados àquele
grupo de
pessoas. A rede
terrena nos
oferece tarefas
em conjunto, de
resgate,
aprendizado e
crescimento
espiritual. Da
mesma forma,
sentimos
diariamente a
interação com a
rede de
companheiros
espirituais que
nos cercam,
unidos alguns
por laços de
amor e outros de
ódio, mas sempre
de afinidade.
São relações do
mundo de cá e de
lá que nos
impulsionam,
lembrando a
nossa vontade de
crescer, nesse
planetinha azul
chamado Terra.
Cabe-nos
verificar,
então, se
estamos
ajustados à
nossa rede,
criando e
construindo um
caminho de luz,
antenados com as
orientações do
gerente maior
desta, o
Cordeiro, ou se
estamos
dissonantes,
olhando apenas
para os nossos
problemas,
isolados na
periferia da
rede,
necessitando
enxergar o mundo
que nos cerca.