ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
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Não foi no
Centro Espírita!
A finalidade
essencial do
Espiritismo é a
melhoria das
criaturas
Se você indagar
de qualquer
pessoa que
exerça a função
de caixa num
supermercado,
farmácia,
padaria etc.
sobre onde
aprendeu o
procedimento de
registrar a
compra do
cliente e sua
quitação com
dinheiro vivo,
cartão de
crédito ou
cheque, cada
modalidade com
suas
características
próprias de
encaminhamento e
processamento,
ela não dirá que
foi na escola,
mas sim na
própria rotina
de trabalho,
através de
alguém que lhe
repassou o
conhecimento.
O mesmo exemplo
pode ser
ampliado para
outras práticas
profissionais,
onde o
aprendizado
ocorre na
própria prática
da atividade.
E o mesmo
raciocínio
também ocorre na
prática espírita
das
instituições.
Sempre houve
alguém que
repassou o
conhecimento,
orientou e
encaminhou, com
sua experiência,
alguém que
inicia e começa
a trabalhar na
seara espírita.
Essa transmissão
de conhecimento,
todavia, está
sujeita aos
condicionamentos,
vícios e pontos
de vista
alcançados na
compreensão dos
postulados do
Espiritismo.
Assim como a
Escola deveria
possuir
estrutura para
transmitir a
experiência da
preparação
profissional, ao
invés de se
deterem apenas
na transmissão
do conhecimento
(nem sempre
devidamente
assimilado), as
instituições
espíritas
possuem
objetivos
definidos e
claros de serem
os construtores
e geradores do
conhecimento,
mas nem sempre
esta é a
realidade que se
apresenta.
Muitas vezes,
limita-se à
transmissão de
informações com
base em pontos
de vista
pessoais, sempre
sujeitos aos
equívocos de
entendimento,
vícios e
condicionamentos
a que todos,
alunos em
aprendizado que
somos, estamos
sujeitos.
Por esta razão
surgem as
deturpações e
práticas
incoerentes,
frutos diretos
da inexata
compreensão do
Espiritismo, de
seus fundamentos
e objetivos,
misturando-se
misticismos,
hábitos
estranhos à
Doutrina,
disputas,
vaidades e seus
consequentes
desdobramentos.
Embora pareça
paradoxal,
referidas crises
existentes nas
instituições são
naturais e
benéficas,
porque elas
proporcionam
crescimento e
aprendizado,
levando à busca
dos verdadeiros
parâmetros. Mas
é fato real que
muitas
afirmações e
práticas não
foram
transmitidas no
centro espírita,
embora sua
tribuna e
estrutura,
possivelmente,
tenham sido
utilizadas.
Foram
transmitidas na
ausência do
conhecimento,
através de
nossos equívocos
de entendimento.
A construção do
conhecimento
solicita
debates,
questionamentos,
troca de
informações,
análise
ponderada de
conceitos,
dispensa de
preconceitos,
entendimento
correto de
palavras,
parágrafos,
gramática e,
mesmo, é óbvio,
a exata
compreensão do
Espiritismo e
seus
fundamentos.
Referidos
conhecimentos,
para serem
adquiridos e
assimilados, e,
portanto,
construídos
interiormente,
requerem firmeza
e perseverança
dos grupos e
seus
integrantes,
pois a mera
transmissão de
informações
assemelha-se a
alguém que
abrisse o
próprio cérebro
e colocasse sua
massa cerebral
para
distribuir...
Vejamos,
todavia, com
bons olhos, esse
conflito e
aparente
disparate na
diversidade de
entendimento e
práticas. Isso é
salutar.
Faz-nos pensar,
convida à
reflexão e
oferece a
multiplicidade
das experiências
para que,
igualmente, elas
sejam
analisadas.
Mas há que se
ater ao momento
aflitivo com que
se depara a
Humanidade. O
instante
presente
solicita
“menos
competição e
mais cooperação.
Esta deve ser a
preocupação de
todos os
espíritas
sinceros, a fim
de transferir a
Doutrina para as
futuras
gerações,
conforme a
receberam do
Codificador e
dos seus
iluminados
trabalhadores
das primeiras
horas”, como
acentua o
Espírito Vianna
de Carvalho e
outros
Espíritos-espíritas,
na oportuna
mensagem
“Campeonato da
Insensatez”,
publicada pela
revista
“Reformador”,
páginas 8 a 10
da edição de
Outubro de 2006,
na psicografia
de Divaldo
Franco.
É que, acentua o
Espírito: “Estais
comprometidos,
desde antes da
reencarnação,
com o
Espiritismo que
agora conheceis
e vos fascina a
mente e o
coração. Tende
cuidado! Evitai
conspurcá-la com
atitudes
antagônicas aos
seus
ensinamentos e
imposições não
compatíveis com
o seu corpo
doutrinário.
Retornar às
bases e vivê-las
qual o fizeram
Allan Kardec e
todos aqueles
que o seguiram
desde o primeiro
momento é dever
de todo espírita
que travou
contato com a
Terceira
Revelação
judaico-cristã,
porque o tempo
urge e a hora é
esta, sem lugar
para o
campeonato da
insensatez”.
“Pois
(e vale muito
transcrever mais
este parágrafo)
– continua o
Espírito –,
não se dispõe de
tempo (...) para
a assistência
aos sofredores e
necessitados que
aportam às casas
espíritas,
relegados a
segundo plano,
nem para a
convivência com
os pobres e
desconhecedores
da Doutrina, que
são encaminhados
a cursos, quando
necessitam de
uma palavra de
conforto moral
urgente... Os
corações
enregelam-se e a
fraternidade
desaparece”.
Não é, pois, no
Centro que
surgem tais
dificuldades. É
dentro de nós
mesmos,
Espíritos-espíritas,
encarnados mesmo
(embora
integrantes das
instituições),
necessitados
todos da
autêntica
compreensão dos
autênticos
objetivos do
Espiritismo, que
não são outros
senão os
indicados no
item 292 de O
Livro dos
Médiuns:
“Não esqueçais
que o fim
essencial,
exclusivo, do
Espiritismo é a
vossa
melhora...”.