JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil) |
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A ausência do bem é
tolerável, mas a maldade
é insuportável
Embora não devamos ser
omissos, pois a omissão
é também um pecado, a
prática do mal é
geralmente mais grave do
que a omissão.
É o que presenciei em
Ipatinga (MG), cidade de
uma população muito
hospitaleira, e que
fiquei conhecendo melhor
durante a 33ª Semana
Espírita de Ipatinga,
realizada no “Centro de
Eventos Garota de
Ipanema”, onde fiz a
palestra “Presença
Espírita na Bíblia”.
Fui convidado pelo Dr.
Arcanjo Pascoal para
visitar o Núcleo
Assistencial Eclético
Maria da Cruz (NAEMC),
uma instituição
espírita, chamada também
de Casa da Esperança, e
que nos faz lembrar a
famosa instituição,
também espírita, Casas
André Luiz, de
Guarulhos, na Grande São
Paulo, guardadas
obviamente as devidas
proporções. As Casas
André Luiz têm mais de
1.400 pacientes com
problemas graves
psiquiátricos e físicos,
onde trabalham, como
voluntárias, milhares de
pessoas, principalmente
enfermeiros e
enfermeiras, e, entre as
quais, cerca de 350
médicos, além de 1.600
funcionários
assalariados. Uma parte
dos pacientes precisa
ter alguém ao seu lado
durante 24 horas, pois
muitos vivem como
vegetais.
Já na Casa da Esperança,
de Ipatinga – eu não
fiquei sabendo o total
certo de seus pacientes
–, calculo cerca de 80,
entre adultos e
crianças. Vi lá
anormalidades mentais e
físicas impressionantes.
Há pessoas que têm um
olhar que nos deixa
pensativos, pois parece
que elas são de outro
mundo. Algumas com
defeitos físicos
chocantes, com pernas e
pés torcidos para um
lado e para o outro,
arrastando-se pelo chão.
Outras com sonda no
nariz para a
alimentação. Algumas que
exigem a presença
constante de alguém ao
seu lado.
Quase chorando e muito
tensa, a sua diretora
atual, Maria Lúcia
Valadão, narrou para mim
que a ajuda financeira
dos órgãos públicos,
como sempre houve, está
com um atraso de três
meses, o que a está
deixando desesperada,
pois como vai pôr em dia
o pagamento das pessoas
assalariadas da
instituição e como vai
adquirir aqueles
remédios que só se
consegue comprados nas
farmácias, com as quais
já está grandemente
endividada a
instituição?
Maria Lúcia, que segue
minha coluna no jornal O
TEMPO, há vários anos,
acha que se eu fizesse
uma matéria, expondo
para o grande público a
situação dramática em
que se encontra essa
instituição espírita
Casa da Esperança,
alguma autoridade
importante iria
influenciar as
autoridades políticas e
caridosas de Ipatinga,
diretamente responsáveis
pela liberação das
verbas destinadas à
instituição que ela
dirige. E foi tomado de
grande tristeza pela
penúria dos internos
dessa instituição, que
resolvi fazer esta
matéria, esperando que
alguma solução surja com
esse desabafo que faço
em prol dos pacientes da
Casa da Esperança, de
Ipatinga.
Que os políticos omissos
nas suas
responsabilidades para
com essa grande
instituição de caridade,
para com os carentes da
região de Ipatinga,
entrem logo em ação para
solucionar esse grave
problema.
Que eles se penitenciem
por sua omissão, e que,
de omissos até agora,
não passem à atitude
mais grave e pior, ou
seja, a da maldade de
continuarem bloqueando
os recursos destinados
às necessidades
primordiais da Casa da
Esperança, o que se
tornou um drama, e mesmo
um trauma que está
abalando toda a
população daquela
cidade!